REPUBLICAÇÃO DE: CRÔNICA MATONENSE DE LIVROS DO EDSON,
COM FOTOGRAFIAS PELO GOOGLE MAPS.
É próprio do erro poder ser refutado pela experiência e pelo raciocínio. As ilusões dos sentidos não podem ser refutadas assim; são apenas maneiras de perceber que não são normais. Aliás, mesmo as maneiras de perceber são ilusões; [porque] toda percepção é, em suma, uma ilusão (LAGNEAU, S/d, in Curso sobre a percepção apud GRATELOUP, 2015, p. 155).
Durante muito tempo de minha vida, eu – Edson, o autor deste blog – achei que explicar-se o melhor possível e entender da forma mais abrangente era-se o melhor que podia ser feito nesta vida. Mas, de certa forma, isto ainda é uma ilusão, como tantas outras.
Todavia eu entendi que eu tinha esta percepção, necessidade e desejo – de me fazer o melhor possivelmente compreendido, seja usando letras, palavras, números, músicas, danças e desenhos para me fazer entendido; e assim escrevendo sobre música, sobre filosofia, sobre contabilidade, sobre pedagogia, sobre psicologia neo-ad-hocrática e etc. Só que as outras pessoas querem outras coisas, e de certo modo, elas fazem por merecer outras coisas.
Eu dizia... Eu quero tal coisa... E as demais pessoas, ou a sociedade no geral diziam diametralmente outra coisa.
Eu dizia que me intento por...
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E as demais pessoas querem, então....
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Estudo, Inteligência, Eloquência e Sabedoria;
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Fazer, Ter, Aparecer Bem na Foto, Exibir-se e etc.;
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Música Eletrônica, Folk, Regionalismo, Rock etc.;
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Pop, Country, e o que toca nas rádio, igrejas e etc.;
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Voley-Ball, Dança, Cultura, Arte: Corpo e Mente;
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Soccer, Football, Luta, Corrida, Halterofilismo e etc.;
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Espiritualidade, Sabedoria Transcendental Superior;
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Igreja, Palavra, Ideia (bem ou mal feita), Esquema;
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Amor, Viver, Saber, Aprender, Ensinar, Estar.
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Disputa, Conservar-se, Sobreviver, Sei lá, Ter e Aparecer.
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Tabela 1: Comparativo entre os “desejos” do Eu, do Ego Com os “desejos” do Outro, do Social.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
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A Tabela 1 é apenas um exemplo, e outros conjuntos de palavras correlacionadas poderiam ser usados, sem dúvida alguma quanto a isto; e com certa precisão na significância que quer se dar aos seus significados.
Digo isto, tal como se tem aqui, nesta postagem republicada. E com o respaldo da citação de Lagneau (S/d) apud Grateloup (2015) sobre os erros do pensamentos e dos sentidos, dizendo que os erros dos pensamentos podem ser refutados, enquanto que as distorções dos sentidos jamais podem ser reparadas deste modo. Sendo isto necessário para dizer que por mais que a gente tenha uma boa intenção, ela é apenas a nossa boa intenção e que nada garante que a intenção do outro também seja esta ou sequer que o outro venha a ter algum tipo sincero de simpatia verdadeira pela nossa causa ou pelo nosso ideal.
Concordo com Lagneau (S/d) apud Grateloup (2015) no sentido que eles afirmam de que existem erros de pensamentos e erros de percepções, e que estes são em muitos aspectos os responsáveis pela falta de concordância e de simetria entre todas as ideias, e de todas as pessoa do mundo; claro há uma hipérbole aqui, mas isto serve para representar um entendimento global mais uniforme e completo: e isto é de certo modo utópico ou distante demais da nossa realidade de hoje.
E por isto memso, trata-se de mais um motivos daqueles que eu só tenho a agradecer, a agradecer esta capacidade que eu tenho de me comunicar com pessoas tão diversas do mundo, de tantos lugares diferentes e fazendo isto com sets mixados, com textos, com status de redes sociais e etc. Obrigado leitor e amigo on-line.
Como esta postagem é dedicada para todos vocês, leitores deste blog (e que também aqueles ouvem minhas mixagens e me acompanham nas redes sociais), nosso texto de hoje, será não tão denso (não contará com tantas palavras mais...) e será um passeio descrito por mim, fotografado pelo Google maps e atualizado para 2017. Tratando da cidade de Matão, da forma como eu enxergo esta cidade, que é minha cidade de nascença.
Ou seja, com esta postagem, além do que foi afirmando sobre os erros de pensamento e de percepção (Lagneau, S/d apud Grateloup, 2015); nós também, aqui, hoje, pegamos, novamente, as ideias de nosso passeio pelo Google mapas (de postagem original deste Blog, Livro do Edson, de Jul. de 2013), e fizemos descrições atualizadas sobre alguns lugares afastados e, de certa forma, isolados na cidade de Matão; demonstrando, assim, alguns dos acesso (as entradas e saídas) da cidade de Matão (SP), ou lugares que eram becos-sem-saída e que agora tornaram-se bairros novos.
Matão pode ser acessada pela rodovia Washington Luis, em vários pontos; e em outros pontos, pela Rodovia Brigadeiro Faria Lima. Nesta postagem, foi selecionada uma foto de um trevo de acesso de entrada para Matão, pela Rodovia Washington Luis. Abaixo tem-se a foto da Washington Luis, bem próximo à entrada da cidade que dá acesso direto a faculdade Anhanguera de Matão e as indústrias Baldan, Bambozzi e Marchesan.
Figura 1: Rodovia Washington Luis, altura da cidade de Matão (SP)
Fonte: [Capturada pelo autor com o] Google Maps (2013).
Aqui nesta foto abaixo se vê a rodovia que falávamos, e seguindo ela, chega-se ao trevo de entrada de Matão, também é um dos acessos da zona rural a cidade. Abaixo tem o trevo de acesso, da altura do ponto que dizíamos no parágrafo acima.
Figura 2: Rodovia Washington Luis, Trevo de Acesso a Matão (SP).
Fonte: [Capturada pelo autor com o] Google Maps (2013).
Depois disso se entra em Matão, e seguindo isto depois de ter tomado a esquerda (se quem entra na cidade pelo acesso do ponto descrito acima), é possível ter esta vista (Figura 3), que é uma das que eu mais gosto. No caminho tem a Marchesan, contornando os setores das partes tanto da fundição, do setor administrativo e o fundo da fábrica, depois tem-se um loteamento novo que está saindo agora, e então tinha esta árvore (Abaixo), que acabou por ser cortada no processo de civilização da cidade, ou de expansão imobiliária – termo mais apropriado.
É bem próximo a minha casa este local e se por um lado bairros novos são criados, de outra forma, pássaros de rapina, como corujas e outros acabam por perderem suas tocas, e também o fluxo do rio se altera nas épocas de cheia, principalmente, com a mudança de área de pasto para área residencial ou urbanizada. Aparentemente as áreas de preservação foram mantidas, todavia sempre há conflitos e choques de interesses quando existe uma proximidade muito grande entre as regiões civilizadas ou urbanizadas e a parte mais rural, ou a parte mais intocada da natureza dentro das cidades.
Figura 3: Via João Marchesan – fase anterior ao loteamento.
Fonte: [Capturada pelo autor com o] Google Maps (2013).
Esta é a vista de Matão que se tem passando por parte da via João Marchesan, e esta arvore, no plano da frente da foto, é linda, ela já deve ter resistido a uns dois ou três raios, é a árvore-para-raios. Lindíssima. E ao fundo, um fragmento de mata atlântica, que sempre cito em meus poemas.
E por falar em pomas, e as lembranças que as cenas vividas no tempo trazem a nós enquanto são revividas e expostas ao passar dos anos, tem um poema lindíssimo, também, de Drummond (1998) que chama-se “A Luís Maurício, Infante”, que diz muita coisa, inclusive desta vivência da infância e como as coisas se tornam diferentes depois, com o passar com tempo. Afinal, quem consegue ver o tempo passar? E quem tem tempo, o que é melhor fazer dele?
Já te vejo na proporção da cidade, nessa caminha em que dormes. Dir-se-ia que só o anão de Harrods, hoje velho, entre garoto enormes, conserva o disfarce da infância, como, na sua imobilidade, à esquina de Córdoba e Florida, só aquele velho pendido e sentado, de luvas e sobretudo, vê passar (é cego) o tempo que não enxergamos, o tempo irreversível, o tempo estático, espaço vazio entre ramos. O tempo – que fazer dele? Como adivinhar, Luís Maurício, o que a cada hora traz em si de plenitude e sacrifício? (DRUMMOND DE ANDRADE, 1998, p. 88).
E continuando com nossa visita, seguindo ao fim da João Marchesan chega-se até a Ludwing Eckes - uma das perimetrais da cidade - com a esquina da José Gonçalvez. O Nosso passeio vai pela José Gonçalvez no sentido de encontrar a Washington Luis, perto da saída que leva a São Lourenço do Turvo (Distrito de Matão).
Nesta região, da Rua José Gonçalvez, tem também uma chácara, que eu ia desde criança, na região da Ponte Seca, como é chamada a região e a propriedade rural que eu frequentava, e aqui uma foto (Figura 4), depois deste ponto o mapa do Google não vai mais além disto, na época das buscas feitas.
Figura 4: Região do Estradão (Rua José Gonçalvez, próximo a “Ponte Seca”).
Fonte: [Capturada pelo autor com o] Google Maps (2013).
Hoje, esta região também está loteada e inclusive já tem casas, que tem vida correndo em ritmo nos embalos [embalados] das expansões imobiliárias. Lembrando que toda esta região é uma região de muita água e mata, com traços de matas nativas até este ponto, porém, nada garante que a urbanização da cidade não irá mitigar ou mesmo eliminar estas áreas verdes e estes córregos e nascentes da cidade, no processo de urbanização.
A chácara que falava fica depois da mata, já aquela parte em branco na imagem faz parte de uma indústria agrícola, tem a parte física e predial tem até hoje, mas não sei se existe alguma atividade ainda neste local, instalações visíveis na foto. (Figura 4)
E por falar em indústria, essa parte da cidade (Figura 5), a seguir, eu particularmente gosto muito ou gostava muito, porque agora essa rua não existe mais, já que ela foi assimilada pela empresa industrial em questão (Citrosuco – Fisher; Votorantim), que agregou esta área em seu capital imobilizado recentemente. E estão fazendo novas instalações no local.
Esta é uma parte industrial, mas tem matas e várias árvores também, é uma parte meio de má fama, a lei trash total impera, onde existia muita prostituição, drogas e etc. Enfim, mas no local tinha muitas coisas boas também, por exemplo, uma romaria de cavaleiros saia deste lugar, e se o lugar estava e talvez ainda esteja entregue às atividades infame, nada como a sociedade pretender reempossar tal área aos seus cuidados ou aos cuidados da iniciativa privada ou pública, se fosse o caso. Aqui, dizendo da avenida José da Costa filho, jornalista.
E o que houve foi mesmo que a Entidade industrial em questão tomou conta da avenida, mas fechou de vez este lindo e maravilhoso logradouro da cidade para seus moradores, agora é tudo parte da empresa e ela faz o que quer lá dentro; uma pena, enfim. Mas a prostituição e outra coisas ainda existem nas proximidades do local, todavia a rua, em si, não existe mais.
Ou seja, mais um ponto da cidade que após esta postagem (original de 2013), que foi consumido pela urbanização, pela civilização desenfreada da sociedade e com isto são as belezas naturais que ficam enfraquecidas; ou seja, são os retrógrados e arcaicos pensamentos humanos baseados em que destruindo ou tomando a natureza para si, o homem está ganhando e vencendo na vida; sendo que eu penso exatamente contrário, e que é com a natureza fortalecida que todas da sociedade ganham e também se fortalecem com isto.
Figura 5: Rua José da Costa Filho (Vila Pereira, Matão). Esta rua não existe mais, foi integrada pela indústria citada.
Fonte: [Capturada pelo autor com o] Google Maps (2013).
Pode parecer mentira, mas nas costas desta foto, repousa uma enorme indústria de suco e está é uma rua morta da cidade, eu acho a área maravilhosa e um desperdício não aproveita-la com algo produtivo. Infelizmente a prefeitura deu esta rua para a Citrosuco, e agora a empresa fechou a rua em sua área de funcionamento. Uma pena, não me canso de dizer isto, que pena esta rua ter sido agregada a empresa; que levando para o lado dos brasileiros, não tenho sequer um parente que nela trabalhe, enfim.
Mas é isso, nosso passeio fica por aqui, mas não sem antes vemos um pouco da linha férrea que corta a cidade como um rio de vagões e cargas, em horas vastas dos dias da Terra da Saudade.
Esta é a vista de um bairro novo, que nem arrisco o nome, mas sei que é depois do CAJU (Centro de Apoio a Juventude), na parte alta da cidade. É isso, um pouquinho de Matão para vocês, paisagens e lugares que gosto muito. Independente de como estão agora. Gosto daquilo que tenho e mantenho na minha memória, quando agora os locais não são mais como eram antes, naturais e belos como eram.
Figura 6: Linha Férrea (Próximo ao Túnel da Liberdade).
Fonte: [Capturada pelo autor com o] Google Maps (2013).
Post Script: estes não são os points mais famosos, ou os lugares mais bonitos de Matão, de certa forma eu vivo em uma cidade só minha, e nesta minha cidade, estes são lugares muito especiais, que carregam a magia da Terra da Saudade.
“Sergeant Pepper’s Lonely Heart Club Band We’d like to thanks you once again. Sergeant Pepper’s one and only Lonely Heart Club Band it’s getting very near the end” (THE BEATLES, Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band Reprise 2017).
Republicação da postagem original deste blog, disponível em https://livrosdoedson.blogspot.com.br/2013/07/50-postagem-de-livros-do-edson.html
REFERÊNCIAS
THE BEATLES. Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band. Lenon; MacCartney. Edition 50th Anniversary. Londres: EMI; APPLE; Calderstone, 2017. Edição remasterizada em 5.1 Surround. Produção de Gravação e nova mixagem em estéreo surround por Giles Martin.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Antologia Poética. Organizada pelo autor. 39.ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.
GRATELOUP, Léon-Louis. Dicionário Filosófico de Citações. Tradução Marina Appenzeller. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2015.
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