CONSIDERAÇÕES SOBRE AS IDEIAS, OS APRENDIZADOS e Outras Coisas mais.
A Chuva & O Trem
Aos Frequentadores da Boca da Dona Sônia [Versão Revisada pelo autor, 2017.]
I
Tu, dona Sônia
Que carregas nossa felicidade,
Que tens a chave do riso,
Há de ter a tua prosa,
Não uma poesia perfeita, como tu mereces
Mas sim uma prosa, já que quem vos fala é prosaísta e não poeta.
E senta-te porque já vem.
II
Tomara que tenhas aproveitado cada instante,
Cada conversa boa e tola, que foi jogada fora
Que tenha curtido cada riso delongado e olho-a-olho hilário,
Cada gole bem dado em uma cerveja falante e risonha,
Cada pedido atendido de bom gosto
Enquanto estavas em churrasco que demoravam e duravam.
E as fumaças, os odores e sons, que se propagam...
As fumaças que subiam!
Nosso ritual é o da melhora
Que dá sustentação à vida cabida
Para com o nosso destino que os outros nos impõem e
Imperam – e esperam – que vivamos nele!
E é assim mesmo, esta vida
Bem ou mal dita que te faz
Ter um ex-marido preso, dois filhos em instituições socioeducativas
E mais uma nora grávida que está recém-encarcerada
E tens ainda, dona Sônia, um amor que está
Esperando para viver além dos muros do presídio.
Tu, senhora de má fama, vivente da favela,
Que é a maior comunidade carente da cidade,
Ainda cuidas de 2 netos e de um beberrão que és-te caro.
Este que te traz roupas sujas de barro
Causadas por ele cair com a cara na lama
E, e, ainda, sujas de Barro e Sarro
Depois de um domingo de pinga... E chuva.
Para que tu as laves
E passes a mão
Na cabeça dele
Enquanto ele vomita algo verde.
E saibas:
Nossa Fé, apenas ela, nos ajuda a viver.
E mudando um pouco de assuntos, para que não fiques assim tão como estás
Apreensiva, preocupada e tensa.
Vamos então, falar um pouco de mim.
Vamos v<3r se isto vai ajudar.
III
Gostava da cerveja Colônia
Que é o que somos.
E aprendi a dela gostar com ti, dona Sônia.
Eu admiro a nossa colonização, mas sou o que sou.
Eu sou um pouco mais gozador
Do tipo que só aproveitava das coisas;
Falta-me, em mim mesmo, ver além do imediatismo das coisas
E das superficialidades dos sentimentos de uma noite, ou uma temporada apenas.
Ainda assim, minha vida é complicadíssima, ou talvez seja eu quem torne as coisas assim
Vai saber: e quem sabe?
Sei que conto com uma coisa, sim: sorte e uma dosagem bem servida de inteligência.
Eu, porém, também, me oferecia a cidade e nada,
Ninguém me notava - bem me quer, mal me quer?
Ninguém me quer.
E ficava ali, oferecendo-me a não “queredores”,
Assim mesmo, quase não sentia aquele cheiro que eu queria
Mas, de qualquer forma, eu me contentava contemplando o tempo se fechar
Percebo muitas nuvens claras sendo adentradas por
Plena água que preteja essa forma livre.
E já vem.
O céu cada vez mais se escurece.
Um pingo aqui, cá.
E outro que
cai
ali.
Olha lá, mais um lá ao longe.
E as sombras ficam bem mais parda
Fazendo com que o dia se tornasse pardo e “desclareasse”.
Isto enquanto eu não sentia o cheio que
faria-me sorrir e ficar leve; renovado de novo.
Enquanto não sinto isto
Eu ouço os apitos de trens e vejo a chuva chegar.
Dona Sônia, tu és a chuva... E o trem!
Tu és a água que cai e traz renovação à vida,
És a sombra que tomou conta do dia
E também, és o som da chuva que nos acalenta, a todos.
Em suma, és o próprio tempo que se forma.
IV
Das tuas tristezas, quem entende sou eu
Porque eu as observei e senti.
Eu percebo com meu instinto que me diz:
Onde te dói mais?
Não usarei das tuas intimidades para te causar
Desconforto ou fazer chantagens,
Nada disto!!!
Conheço-te para te compartilhar dos sentimentos.
Quero que saiba que te entendo perfeitamente
E neste ponto eu sou igual a você.
Você, que tenta modificar este mundo errado.
Lembro-me quando tu dizias:
...as coisas me consomem:
Olhares, ofensas, renegações e alegria e dor
E muitas de todas as coisas gastam-me.
Ao contratempo, como imprevisto controverso
Te digo, Dona Sônia, eis que as coisas se abrem para mim,
E do sorriso do periférico surge, então, a sabedoria.
E esta abertura também te desejo, dona Sônia.
Quando escolho uma palavra, eu a sentencio, marcando-a.
Uma sabedoria não católica, nem evangélica; nem Rock & Roll;
Uma sabedoria que mistura bossa nova new age à tropicália,
Ora vejam! Que se alicerceia em palavras de rap
Que se mistura ao realismo frívolo de Dostoiévski,
Que se baseia no âmago do ser pobre;
Do ser underground, periférico e excêntrico.
Assim
Tudo o mais que não for sofrimento concreto e diário será a
Excelência e o que te faz seguir para frente.
E conquanto que todos nós saibamos
Algo mais ou menos claro
daquilo que nos espera
em um futuro tão ou não tão próximo assim
penso que devemos seguir
sempre aguardando que as coisas melhores estejam porvir
e pôr nos fazer
Sentir.
EDITORIAL
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Este Editorial vem dizendo sobre esta página da web e um pouco sobre mim, o autor deste conteúdo.
Este blog tem cerca de cinco anos. E ele surgiu por causa de três motivos básicos: 1)para eu postar na webtextos de opinião e demais materiais, como jogos de RPG, trabalhos de escola (curso técnico e superior), além de poesias, Contos e projetos de livro e etc., de minha autoria, geralmente; 2) para eu treinar meus conhecimentos de HTML, que comecei a aprender na época que se iniciou as atividades deste blog, que era a mesma época em que eu fazia um curso de web-designer na E.E. Adelino Bordignon, em Matão/SP, em 2011-12; e, 3) para eu demonstrar um pouco de minha filosofia, minha cultura e minha visão sobre a história ou sobre a sociedade atual.
Além disto eu (Edson, autor do blog) sou DJ, fazia artes gráficas em programas computacionais e também serviços de revisão de textos e elaboração de planilhas, etc.; e, também, por isto tinha blog, para divulgar estas coisas todas que faço, que desenvolvo. Enfim, mantenho este blog para mostrar um pouco de meus estudos, meus aprendizados, meu conhecimento e um pouco de minhas experiências de vida. Esboçando assim, um belo tanto de minha vida em linhas de textos e linhas de códigos de HTML (que é uma linguagem computacional de alto nível).
Eu sou um matonense-nato; e considero fundamental a participação de imigrantes em Matão, porque, de fato, a fundação da cidade teve muito de mãos e vontades de imigrantes, isto para que para nossa cidade de Matão pudesse vir a se tornar o que é hoje.
Um do exemplos célebres disto é a Intendência (de Intendente) de Cairbar Schutel, que ocupou este cargo em 1899 e 1900. Em 1899 Matão, ou melhor, a Comuna do Senhor Bom Jesus das Palmeiras do Matão. Vale lembrar que o cargo de intendente corresponde ao cargo público de prefeito, hoje em dia, mas na época o serviço era não-remunerado, era gratuito (MONTEIRO; GARCIA, 2009).
Vejamos como era Matão em seus primórdios:
Era uma vez, um pequenino vilarejo, cercado de gragoatás, guabirobas, indaiás, joás, ingás, marias-pretas, uriticuns, cobranças, onças, macacos e mata virgem, com perobeiras, jequitibás, embaibás, cabreúvas, paus d’alho, cedros, jacarandás e uma imensidade de árvores seculares, servindo de trono às aves canoras, no despertar da madrugada e cerrar das Ave-Marias, quando a tarde se escondia na boca d’oeste, sob o estribilho sonoro da passarada, saudando a glória inconteste da natureza, pela passagem de um mais dia nos tempos áureos, que ficaram feito lantejoulas no espelho alvinitente do passado. E, senhores, meus ouvintes, esse vilarejo pequenino nos seus primeiros vagidos, por Mercê de Deus Todo Poderoso e de seu povo chamou-se: Senhor Bom Jesus das Palmeiras do Matão (SCHUTEL, S/d apud MONTEIRO; GARCIA, 2009, p. 36).
Cairbar Schutel era natural do Rio de Janeiro, mas viveu muito tempo no interior de São Paulo, em cidades como Araraquara e Matão – Matão esta que ele ajudou a fundar e traçar os alicerces de sua estrutura organizacional –, sendo que em Matão foi que ele fixou moradia e acabou por fundar a Casa Espírita “Os Amantes da Pobreza”, o Jornal “O Clarim” e a Revista Internacional do Espiritismo, e também a Farmácia Schutel.
Tendo eu consciência e sabendo disto, como poderia, sendo também eu um natural de Matão, ser contra os imigrantes na cidade?
Como matonense-nato, aprecio o diverso, o de fora, que de certa forma, acaba se integrando a cidade. E por isto fico muito à vontade para falar de Vygotsky, de Dostoiévskie de autoras como Sylvia Plath, Poe, Starhawk, enfim, uma infinidade, que vai de Nietzsche, Descartes, Platão, Sócrates, até Alan Kardec, Senhor KRSNA, Jesus Cristo, entre outros grandes nomes do pensamento, das artes e da filosofia mundial, e etc.
Por isto, também, para mim é muito normal tudo isso, suponho eu, que seja por isto também, que seja bem normal a minha aceitação pelo underground, de forma que eu ouço e poderia tocar muito tranquilamente, David Bowie, David Clarke, James Lavelle, UNKLE, Björk, The Prodigy, The Chainsmokers, Jean-Michel Jarre, Chicane, Armin Van Burren, Kaskade, NERVO, Jacques Lu Cont e etc., e etc. tal como eu gosto de tocar Legião Urbana, Milton Nascimento, Gal, Mutantes, Cazuza, DJ Memê, Ivete, Geraldo Vandré, Jair Rodrigues, Belchior, melhor ainda se tudo isto ainda estiver mixado em um set junto com Los Jaivas, The Beatles, Panic! At The Disco, Gregor Salto, Gilberto Gil e Caetano, Chico Buarque, Cartola, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Clementina de Jesus e etc. tal como David Guetta, David Morales... e etc et al.
É tudo da terrinha e da ferrinha (de pequeno ferro). Vem das pessoas e das ferrovias, isto é, dos transportes, da logística, do tempo e do espaço. Fazendo assim uma analogia às cidades de Matão e de Araraquara, no começo do século XX.
Enfim, esta é a concepção. Já a minha área de estudo e atuação é: já estudei inglês, mecânica, mecatrônica, web-designer - todos cursos que fiz bastante tempo, alguns mais meses do que outros, mas nenhum deles em que me formei. Eu sou formado mesmo em Ciências Contábeis, sou Bacharel pelas Faculdades Coc Interativo / Uniseb / Estácio. No trabalho, eu já fui diretor de teatro infantil, já fui DJ de carreira, já fui revisor e desenvolvedor de textos técnicos e acadêmicos, já fui Supervisor do Censo 2010, já fui estagiário no setor de Tributos na Prefeitura Municipal de Matão e também estagiário no Sindicato dos Servidores Municipais de Matão. Já atuei em empresas como Dinâmica Mídia e Comunicação Visual, como desenvolvedor de artes gráficas e suporte na área de administração e controle da empresa, entre outras empresas e funções.
Atualmente eu sou Fiscal Geral na Prefeitura Municipal de Matão, cargo que ocupo deste outubro de 2017.
Com isto, atualmente, eu tive que deixar um pouco minhas outras funções de revisor de texto e de ferrenho desenvolvedor deste blog, de postar mixagens na web e etc. Algumas destas coisas que eu já estava deixando de fazer em virtude da carga alta de encomendas de textos, que eu estava pegando para revisar e adequar.
Mas quero que saibam prezados leitores, que eu estou aqui, continuo bem, talvez ainda exista muita área de minha vida que preciso melhorar, mas com a Graça do mais Alto, de Deus Pai, tudo há de se ajeitar e ficar cada vez melhor.
Melhorando de acordo com as nossas próprias melhoras e com a descoberta de nós mesmos, de nossas altas capacidades e daquilo em que temos de mais frágil ou de mais sensível em nós mesmo.
E como isto deve fazer sentido, para ser totalmente compreendido e vivido!
Obrigado por visitar este blog. E volte sempre!
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ATUALIZAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZADO
Durante muito tempo o processo de ensino aprendizagem foi entendido como a relação entre o aluno e o professor, mas será mesmo que apenas este conjunto, de mestre e discípulo, no velho e bom exemplo clássico da educação formal / tradicional, é tudo aquilo que podemos esperar de uma boa educação?
Sem cair na mesmice das boas e velhas, mais uma vez, citações dos clássicos autores da área de pedagogia, tais como Vygotsky, Paulo Freire, Freud, Piaget, Descartes e muitos outros... vamos usar alguns outros diferentes autores para demonstrar o processo de ensino aprendizado como algo maior do que a dinâmica existente entre as relações de assimilação de conteúdos transmitidos entre tutor e aluno (dentro do processo de ensino aprendizado, logicamente).
O que se aprende? E como se aprende? Como se transmite este aprendizado, este conhecimento? Plath (2016) diz deste modo sobre a instrução profissional fornecida para pessoas leigas: “Parei de escutar o que ela dizia. Senti que a enfermeira havida sido instruída a me mostrar quais eram as minhas alternativas” (PLATH, 2016, p. 203).
Se escuta, sê aprende. Se não se escuta, não se aprende; será isto? Se instrui para quê? Para se explicar ou para se comunicar? Enfim...
Antes, de mais nada. Deve-se pontuar alguns aspectos desta questão apresentada.
Primeiramente, hoje em dia o processo de ensino aprendizado, eu considero, confesso que não revisei sobre isto, literalmente falando, e academicamente contextualizado, de forma profunda...; porém, creio que esta concepção seja relativamente nova.
Enfim, esta novidade é que eu enxergo este processo como um polígono de cinco lados, ou um pentágono. Eu considero o atual processos de ensino aprendizado como um pentágono, assim composto / apresentado:
A) Professor: que é o intermediador, ou o mestre rígido – dependendo da abordagem pedagógica –; o professor também pode ser um instrutor de um esporte, um supervisor que repassa treinamento, ou mesmo uma doença ou uma circunstância e etc., que traz um ensinamento, uma aprendizado a alguém ou a um grupo de pessoas;
B) Aluno: o indivíduo, o aluno em si, aquele que está em processo de ensino aprendizado; pode ser qualquer pessoa em qualquer idade, mas geralmente é alguém de 04 ou 06 anos até os 82, aproximadamente;
C) Outros Alunos: outro fator fundamental no processo de ensino aprendizagem são os outros alunos, a turma, o coletivo, a interação entre os iguais, os semelhantes ou entre os diferentes. Isto tem relação com o desempenho obtido com a socialização feita entre os outros alunos (coletivo) e o aluno (indivíduo), entre os alunos em si e entre os professores; sendo isto um aspecto basicamente da turma da sala de aula, ou dos encontros presenciais, das turmas semipresenciais ou do ensino à distância; e em muitos casos, também significa o outro;
D) Equipamentos; Hardware, Software; Recursos Educacionais: este aspecto é muito vasto, mas entende-se que ele tem exatamente o mesmo peso, o mesmo valor dos outros quatro aspectos também envolvidos neste processo de ensino aprendizado aqui descrito. Pode ser muita coisa, até os clássicos e bons cadernos, livros, lousa, lápis, caneta, telas, apostilhas, esculturas, música, poesia, atividade lúdica, desafios em equipe ou solo, visitas e observações e etc. e etc.; ou as ferramentas ou recursos educacionais mais atuais, como lousa digital, data show, computadores, tablet, jogos de realidade virtual, dinâmicas orientadas, brinquedos de montar com ferramentas de mecatrônica e programação (educativa ou) computacional, dronies, e-books, e etc. et al.;
E) A Sociedade e a Equipe da Escola: este ponto é muito importante, apesar de ser tanto um aspecto interno – a administração da escola – como externo – a sociedade, ou os pais, os avôs, e etc. do aluno –, este ponto é fundamental porque deve haver uma equipe de administração preparada para, por exemplo, lidar com casos em que um aluno diga estar sofrendo, por exemplo, bullying de seu professor. É por isto que este fator é importante porque o aluno e mesmo os professores devem ter naturalidade e se sentirem à vontade para tratar de uma gama de assuntos bem variados junto com a Diretoria ou Administração da Escola, e sobre isto se deve recair muitas de nossas atenções. Já, por último, mas não menos importante, o papel da sociedade na educação é crucial para a qualidade deste processo de ensino aprendizado que dizemos por aqui. Os pais devem valorizar a educação, para que os filhos também a valorizem. E mesmo que os pais não valorizem a educação, os filhos devem fazê-lo, por respeito e atenção aos pais e a própria sociedade. Além disto, como a escola deve avaliar como anda o trabalho de professores e os cuidados que os alunos ganham em casa, por parte dos pais, por outro lado, os pais também devem se preocupar com a qualidade (e a infraestrutura) dos serviços de ensino que são fornecidos aos seus filhos, e, deste processo de ensino aprendizagem, os pais devem participar dele de forma ativa e estratégica, amorosamente e com muito zelo, qualificando-o e o acompanhado de perto.
Esta teoria, forma assim um polígono do Processo de Ensino Aprendizado, que representam os cinco ângulos, os cinco lados do Pentágono. (FIGURA 1)
De forma que abaixo, tem a figura 1 em que se ilustra esta concepção da educação, do processo de ensino aprendizado que estou defendendo:
Figura 1: O Pentágono (os cinco lados) da educação atual: ou O Pentágono do Processo de Ensino Aprendizado – Educação Formal e Tradicional.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).
Por outro lado, há ainda outras formas de educação, como a educação em ambientes informais ou inusitados, como os hospitais escolas, ou os ambientes virtuais de aprendizado (AVAs), o auto estudo, o autodidatismo, e o aprendizado por rebeldia, por isolamento ou por não se encaixar / por ser excêntrico aos padrões, e / ou por estar deslocado dos grandes centros de estudo, cultura e arte e etc. E podemos chamar isto de Processos de Ensino Aprendizado não convencionais, ou alternativos e / ou informais.
E este último tópico abordado, fora do contexto do pentágono da educação atual, é muito complexo, e esta postagem não tem tantos caracteres para explicar sobre esta vertente da educação a fundo.
Mas, enfim, creio que Dostoiévsky (2009) resume bem o aprendizado dos rebeldes (o Processo de Ensino Aprendizado Alternativo – que também pode dar certo, e alcançar níveis bem satisfatórios de desempenhos de alunos e professores, se bem empregados), quando um de seus personagens, em uma prisão, faz analogia ao ser aceito e estar na grande roda dos acontecimentos importantes das sociedades, ou não; dizendo que este personagem não foi aceito no palácio de cristal, por lá não se pode mostrar a língua. Fazendo deste modo, uma analogia com a educação cortês ou convencional, em que se cerceiam o direito de liberdade e de livre expressão do indivíduo, através da imposição de costumes e hábitos. Acompanhe em detalhes, na citação selecionada a seguir:
Não me digais que eu mesmo renunciei cedo ao palácio de cristal, pelo único motivo de não lhe poder mostrar a língua. Se falei assim, não é que eu goste tanto de mostrar a língua. Acontece porém que, e é isto precisamente que me irrita, de todos os vossos edifícios não há um ao qual não se possa mostrar a língua. Ao contrário, eu [o] faria cortar a minha língua, por gratidão, se se arranjassem as coisas de tal maneira que eu não tivesse mais desejo de a mostrar [...]. Por que tenho eu tais desejos? Não sou feito assim, senão para verificar que essa constituição não é senão uma brincadeira de mau gosto? É esse verdadeiramente o único fim? – Não o admito. (DOSTOIÉVSKI, 2009, p. 50).
O que é o pudor? O que é a educação, que hábitos são de uma pessoa com educação e quais hábitos não são? Mostrar a língua, ou fazer careta em público, em um luxuoso hotel privado ou em uma repartição pública é falta de educação e de pudor? Para os rebeldes, e mesmo para Einstein – ‘quem não se lembra da foto de Einstein mostrando a língua’ – certamente que não.
E Livros do Edson tem uma certa tendência ao que é underground, apenas para mencionar...
Mas sem dúvida, para os tradicionalistas e herméticos, mostrar a língua em público, sim pode ser severo indício de falta de modos civilizados e alguma incabível demonstração de arrogância.
Ou seja, agir como esquisito, “meter o louco” ou simplesmente estar deslocado ou fora de contexto (ou mesmo fora de padrão), mesmo para uma pessoa com educação ou muito inteligente, isto, pode apresentar severos riscos. Como o risco de ter problemas com ser incompreendido ou não ser aceito, ou pior. Enfim, tem lugar para se ser underground sem correr o risco de se dar mal....
É necessário contextualizar as coisas, porque se assim não fosse incidiria o risco de haver equívocos de interpretação, por falta de coerência e coesão, em uma circunstância ou fato.
Por exemplo, vamos supor que um morador de rua ganhasse na loteria e para agradecer, um milionário que lhe havia dado o dinheiro para comprar o bilhete que foi premiado, para agradecer, este morador de rua vai até a porta de um condomínio de luxo e pede para os carros pararem para ele, morador de rua, dar dinheiro; ao contrário de pedir, explicando que ele também tinha ficado milionário. O fato é que isto poderia causar tumulto, porque os moradores do condomínio poderiam acreditar que se tratava de golpe, de alguma armadilha ou coisa assim; e a situação poderia acabar em alguma confusão ou coisa pior – e talvez o ex-morador de rua nem conseguisse entregar o dinheiro que estava pretendendo doar.
Por isto, em tudo, é necessário se contextualizar (e observar o padrão) e na dúvida é melhor não fazer, mas sim perguntar e repensar sobre algo que está fora de contexto. Rearranjando-se, se assim for necessário.
O autor Huxley (2016) nos dá outra abordagem da instrução, ou melhor do condicionamento social, isto, em livros seu como Admirável Mundo Novo e outros. Huxley (2016), monstra um personagem rebelde, o Bernard, que de certa forma, não se sente à vontade no ambiente de Admirável Mundo Novo.
Huxley (2016) assim diz da arrogância e egocentrismo de Bernard, que de certa forma representa muito do comportamento inquietante, com doses de insubmissão e inobediência.
Um temor crônico de ser desdenhado fazia-o evitar seus pares, fazia-o ostentar diante de seus inferiores uma atitude de arrogância e de egocentrismo. Com que amargura invejava homens como Henry Foster e Benito Hoover! Homens que nunca eram obrigado a gritar com um Ípsilon para que suas ordens fossem cumpridas; homens que se moviam no sistema de castas como um peixe na água – tão completamente à vontade que não tinham consciência de si próprios, nem do elemento benéfico e confortável dentro do qual existiam (HUXLEY, 2016, p. 72).
Sem dúvida alguma, os personagens como Foster e Hoover representam líderes-nato, ou construídos, totalmente dispostos para atuar na sociedade supercontrolada, que é exposta no livro de Huxley (2016).
E neste ponto, em especial, se apresentam os estereótipos dos modelos padrões, e dos modelos rebeldes, onde: os padrões se impõem e se fazem por ser ouvidos muito mais facilmente às massas ou aos seus subordinados, do que os rebeldes conseguem fazer isto [em comparação entre a tradição e o alternativo, claro] – isto porque a assimilação de ideias entre as massas e os estereótipos padrões é muito mais forte do que a associação das massas com os rebeldes. Sendo que Huxley (2016) também chega a insinuar algo assim com seus textos.
Então, todos estes pontos devem ser ponderados, acerca do atual processo de ensino aprendizado. E para encerrar, com uma última comparação, a de se dizer da educação tradicional como a vida na zona rural, no campo, em contanto mais direto com a natureza; em contraparte, pode-se dizer que a educação atual, mais contemporânea, pode ser comparada à cidade, com os recursos moderno, as inovações, a vida mais atualizada, do ponto de vista social ou tecnológico, e etc.
Já o conceito da educação rebelde ou alternativa engloba mais concepções diversas e por isto apenas mencionamos elas, sem entrar em mais detalhes sobre estas formas de educação informal.
Enfim, de qualquer forma, sobre a educação mais rígida, mais tradicional em contraponto com a educação mais contemporânea ou atualizada, podemos compará-las ao campo e a vida em cidade, e sobre isto, Fernando Pessoa (2016), assim diz:
“Gostava de estar no campo para poder gostar de estar na cidade. Gosto, sem isso, de estar na cidade, porém com isso o meu gosto seria dois” (PESSOA, 2016, p.359).
4 abordagens da Educação citadas [no post]:
· TRADICIONAL (Convencional): diz da educação clássica, com salas de aula, cadeiras, mesas, lousa, cadernos, livros, provas e etc.;
· ATUALIZADA (Contemporânea): já faz uso de maiores recursos educacionais, como sites, programas de computadores, recursos de multimídias entre outros;
· ALTERNATIVA (Formal ou Informal): educação mista, como elementos novos e tradicionais, ou ainda com elementos novos e, também, elementos não-convencionais, experimentais;
· REBELDE (Informal): uma educação totalmente informal e baseada em subversões, insubmissões, não-aceitação e etc. Todavia, pode ser uma forma de educação, inclusive, tão efetiva quanto a educação Alternativa ou Atualizada (Contemporânea, geralmente).
O QUE PENSO QUE JÁ SEI DA VIDA E DAS COISAS
Poucas coisas eu aprendi, de modo eficiente na vida, e algumas delas são: a) comunicação, b) teoria e prática juntas, c) superar a si mesmo e d) saber se colocar da melhor forma, de acordo com cada situação.
Se comunicar é maravilhoso. Saber falar cada palavra certa em cada oportunidade, em cada ocasião é um talento incrível. Porque poder falar de igual para igual com as pessoas mais populares, do mesmo modo como se fala com mestres e doutores, é algo extraordinário, e igualmente, gratificante. E penso que para mim, se comunicar deve ser um talento, um dom e algo que fui melhorando com o tempo, lapidando este meu talento. (A)
A teoria e a prática juntas, tem relação com as pessoas abstratas e teóricas, em que algumas pessoas de inclinações abstratas tem dificuldades de serem compreendidas de fato e mesmo dificuldade de suas teorias serem comprovadas na prática. Eu aprendi a apenas seguir uma teoria que possa, de fato, ser comprovada na prática, isto evita muitos aborrecimento, e mais, me capacita a conseguir desempenhar com facilidade certos trabalhos ou técnicas, logo após eu ter estudado de forma teórica sobre estas técnicas ou trabalhos. Aprendi isto estudando e realizando pesquisas, estágios e trabalhos que pudessem relacionar minha teoria técnica e acadêmica à prática profissional. (B)
Uma Confraria de Tolos, livro de Toole (2015) de certo modo fala sobre isto, de ser compreendido, de ser entendido por suas ideias e suas posturas; e mesmo de um conflito entre expectativa e realidade; ou sobre a teoria e a prática:
Querido leitor, “os livros são filhos imortais que desafiam seus ancestrais” (PLATÃO, S/d). Descubro, querido leitor, que me acostumei ao ritmo febril da vida no escritório, um ajuste que eu duvidava ser capaz de fazer. Naturalmente, é verdade que, e minha breve carreira na Levy Calças Ltda., consegui iniciar diversos métodos destinados a poupar trabalhos. Aqueles dentre vocês que, como eu, forem empregados de escritório e estiverem lendo esse incisivo diário durante um intervalo para o cafezinho, ou coisa que o valha, talvez queiram tomar nota de uma ou duas de minhas inovações. Também dirijo essas observações a executivos e magnatas (TOOLE, 2015, p. 116).
No caso, Ignatius – personagem de Toole (2016) – teve uma breve experiência profissional na empresa Levy Calças Ltda., porém que mesmo com esta curta experiência, Ignatius acreditou que suas sugestões de melhorias no processo produtivo da Levy seriam considerados e postos em práticas. O que é um absurdo haja em vista o tamanho da empresa e a pouca significância que o cargo de Ignatius teve aquela entidade empresarial.
Ou seja, na expectativa, Ignatius acreditava que estava desenvolvendo um trabalho inteiramente novo e revolucionário, na prática ele foi mandado embora e estava com dificuldades de achar um outro emprego qualquer (TOOLE, 2016).
Superar a si mesmo, por sua vez, é um conceito de Nietzsche. Ou daquilo que eu entendo do homem superado nietzschiano. O dançar por cima de suas cabeças, de Nietzsche, é mesmo dançar sobre as suas ideias, e sobre a si mesmo, dançar mais alto do que se é, isto é, superando-se. Isto inclui superar vícios, superar fraquezas, superar ideias erradas e concepções equivocadas, em nome da melhora própria, de ajudar os familiares, os outros e mais do que isto, de ajudar a si próprio. Superando-se a si, por si e se para si, sem egoísmo, arrogância ou soberba alguma que isto seque pudesse quere indicar. (C)
E um último ponto que quero mencionar nesta postagem é sobre o saber se pôr da melhor forma. Isto é, o saber se portar da melhor maneira, em cada circunstância. E isto é tanto elegância, como educação, tanto como é etiqueta e competência. E isto também é de jeito e de tino. (D)
Afinal, como expõe muito bem Orwell (2009) até mesmo um bom dom e hábito, como escrever em um diário, pode se tornara perigoso e mortal, de pendendo das circunstâncias e da ocasião.
Veja o que dizemos sobre isto na citação de 1984, livro de George Orwell (2009):
A coisa que estava prestes a fazer era começar um diário. Não que isso fosse ilegal (nada era ilegal, visto que já não existiam leis), mas se o fato fosse descoberto era praticamente certo que o punissem com a morte ou com pelo menos vinte e cinco anos de prisão em algum campo de trabalhos forçados. Winston encaixou uma pena no porta-penas e chupou-a para remover a graxa. A pena era um instrumento arcaico, pouco usado inclusive para assinaturas, e ele obtivera aquela, furtivamente e com alguma dificuldade, só por ter sentido que o belo papel creme merceia que escrevessem nele com uma pena de verdade, em vez de ser rabiscado com lápis-tinta. Na verdade, Winston não estava habituado a escrever à mão. Exceto no caso de um ou outro bilhete muito curto, o hábito era ditar tudo ao ditógrafo [dito-grafista], o que, evidentemente, não se aplica a circunstância presente. Mergulhou a caneta na tinta e vacilou por um segundo. Suas entranhas foram percorridas por um estremecimento. Marcar o papel era o ato decisivo. Em letras miúdas, desajeitadas, escreveu: 4 de abril de 1984 (ORWELL, 2009, p.17).
Até que ponto pode chegar a influência da sociedade naquilo que é, ou se esperar que seja do ser? Eu penso que esta pergunta tem muita relação com o livro 1984, de Orwell(2009).
Ou seja, aprenda com a vida, aprenda com as coisas. Mas não deixe que nada venha a retirar a sua liberdade ou que nada venha a querer alterar a sua essência, o seu jeito; e o quanto mais puder melhorar e ser cada vez mais e mais você mesmo, vá em frente! E mais! Vá vivendo bem a sua vida!!!
Figura 2: Bananeira e a Abacateiro no quintal de casa.
Fonte: o autor (2017).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOSTOIÉVSKI, Fiódor Mikhailovich. Notas do Subsolo e o Grande Inquisidor. Tradução de Ruth Guimarães; Natália Nunes; Oscar Mendes. Rio de Janeiro (RJ): (Ediouro Publicações Ltda., 2001) PocketOuro, 2009.
HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. São Paulo (SP): Media Fashion, 2016. 256 págs.
MONTEIRO, Eduardo Carvalho; GARCIA, Wilson. Cairbar Schutel, o Bandeirante do Espiritismo. 2.ª Ed. Matão (SP): Casa Editora “O Clarim”, 2009. 232 págs.
ORWEL, George. 1984. Tradução de Alexandre Hubner; Heloisa Jahn. Posfácios de Erich Fromm, Bem Pimlott; Thomas Pynchon. 33.ª Reimpressão. São Paulo (SP): Companhia das Letras, 2009.
PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego. São Paulo (SP): Media Fashion, 2016. 480 págs.
PLATH, Sylvia. A redoma de vidro. São Paulo (SP): Media Fashion, 2016. 240 págs.
TOOLE, John Kennedy. Uma Confraria de tolos. Tradução de Alice Xavier. 2.ª Ed. Rio de Janeiro (RJ): (Thelma D. Toole,1980) BestBolso, 2015.
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