da cidade de Matão, Interior de
Sp - de uma COHAB - eis que surge...
Postagem 100
de Livros do Edson - Cento ou
Da Lei de deus,
Mulekote
(Moleque do Papelote)
Vídeo do You Tube
Lanna Del Rey - Born To Die
Editorial e Agradecimentos →
Obrigado, você é parte indistinguível desta arte - sem público não existe obra alguma.
Por mais incrível que pareça, estamos em uma centena de postagem... E como diz Lanna, "You and I, we're born to die → você e eu nascemos para morrer". Mas enquanto aqui, devemos prosseguir do jeito que der.
A postagem 100 é uma grande festa comemorativa, na web, e que não pretende incomodar ninguém. Pois hoje, muitos confundem festas com badernas, confundem felicidade com atormentar e zoar os demais, acham que sucesso é como um consumo exagerado de coisas fúteis e supérfluas, e que bem-estar é como viver em uma comuma, com os seus, enquanto o mundo pega fogo - mas é claro que não é nada disto que teremos aqui, mas sim, vamos ter uma festa suportável e autossustentável. Comemorando 100 postagem de atualização de página!!!
Isto aqui é uma celebração: à arte, ao guettos, à música, à poesia, à moda, a celebração a nudez da sensibilidade, à vida, à passagem, a eternidade... o Mais Alto. Enfim: a celebração dos valores defendidos em Livros do Edson. Assim:
Trata-se de um post baseado em três composições de mixagens non stop - uma a Soy Soloist [em homenagem a América latina, Los Jaivas, Eduardo Waack, Eduardo Parra, e, também, aos estilos da dance music, ou seja, a música que muitos falam que foi feita para ser dançada sozinha, mas ora, nem tudo ainda está em seu par, por estes dias ainda... muitos mais sem pares. De todo modo, as canções 'dance' são muito boas para serem mixadas por DJs (que geralmente não ficam pondo seus nomes em meio aos seus sets, salvo raras exceções ou programas de radio, podcasts especiais, etc), assim, o set soy soloist é, na verdade dois lados de um só mix, com uma parte lounge e outra parte eletrônica ou dance]; a outra, a seleção Progressive Scenary, com sons progressivos a lá house, trip, big beat e trance; e por fim, a seleção Heavy Rap, com muito rap, hip-hop, por incrível que parece house de guetto e também, o som eletrônico do Rappa, o cult folk do Belle & Sebastian e a busca da batida perfeita (Samba Rap) de D2... Bem, é isso - composição está, de um modo ou de outro, feita especialmente para participar desta atualização de página
E por que um post musical? Poderíamos dizer que é para relembrar os bons tempos [porque a postagem os 4 sets de Dezembro de 2012, de Livros do Edson, é a post mais bem visto (individual e em termos de postagens avulsas) de toda a página...], mas isto é mentira, na verdade optamos por por três set por ser um número cabalístico, para mim e mais por outros motivos [como as divisões do cem em si, como neste caso 100 / 3 = 33,333 , ou seja 1/3, ou ainda 1 set completo, com 3 postados em uma página = 0,33%] e cem é 1, com dez dezenas, é o início de novo ciclo, é a medida da porcentagem, é a nota máxima em muitas provas, etc... É exatamente isto.
Assim quem está no cem está com tudo, observada a licença poética e desde que o leitor tenha um mínimo de senso de humor - dizemos que esta frase é pontual: quem está na casa das centenas está com tudo. E nós aqui, vamos de non stop mix → good listen, good read, good browser and thank you so much. Boa audição, Boa leitura, Boa navegação e muito obrigado, de verdade.
O Corte das Cores
Escorrimentos Selvagens
Quadro feito com qbist (GIMP) - Abriram a porta do Quarto, do autor do blog
Da Lei de "deus", Molekote!
_É desse jeito, Vagabundo. Caralho! Que Calor! Que horas são, agora? "Racionais MCS" - A Fórmula Mágika da Paz (live).
O set Heavy RAP Da Lei de 'deus', Mulekote diz sobre a nossa vida: dos nossos sonhos, das nossas motivações, daquilo que nos faz mover-nos de nossa zona de conforto e ir à luta. E este texto é sobre isto - edsonnando dizendo sobre o seu set.
Canções, a track que abre a seleção mixada, diz da dureza do crack, e diz da tentativa de tirar um "cara" da vida das drogas. Trata-se de um som bem pesado que canta um refrão atormentador, "deixa ele pensar que está feliz, deixa ele sonhar com o que sempre quis, quando a ira passar, vai se acordar, quando a noite chegar, vai desandar". Canções, ainda diz de outros valores, antagônicos ao crack, como "tem coisas mais importantes que seu cano, seu pai, sua mãe, seus irmãos", em mais uma tentativa de tirar o cara do "vício".
A Fórmula Mágica da Paz, é outra letra bem pesada, com um refrão (vocal em 'black "friday"' falsete) intrigante. Ela diz sobre o subúrbio, a área, diz do que as pessoas fazem (sons, drogas, tretas e "fitas de Jorge Ben"), depois, mais cenas da violência urbana no Brasil, que dizem sobre o assassinato de um jovem inocente, em dia de feriado, e na visita ao cemitério no dia de feriados, um "feriado" próximo, comemorado / epifania em 02 de novembro, o rapper (Mano Brown) observa as mães que visitam o cemitério, ele relata: quase sempre estas mulheres tem o mesmo perfil, onde, "e o que todas as senhoras tinham em comum, a roupa humilde, a pele escura, o rosto abatido pela vida dura, colocando flores sobre a sepultura, podia ser a minha mãe - que loucura", ou seja: afrodescendentes, trabalhadores de vida dura (distância do trabalho até casa, trabalho esforçado, poucas condições de executar um trabalho eficaz, etc.) e resignadas, ou sofredoras, com certeza, com toda esta situação insustentável, e por isto ele busca a solução em uma fórmula, nem que mágica, em que ninguém acredita que possa haver solução ou algo bom, em que ninguém bota uma fé, mas que é a fórmula da paz. Em entrevista a Roda Viva, o Mano Brown disse que é utópica mesma a visão da Paz, e que eles são da guerra, da revolta e do acerto de contas mesmo... O pessoal da banca ficou indignado e disse que a geração “hippie” (dos entrevistadores) era da paz, e se mano Brown também não era, e o mano disse que não, que a favela (ops, comunidade) é da revolta, das armas e da guerra, mesmo.
O Set segue com Emicida, de onde vem o subtítulo do set, Da lei de Deus, que é dito mesmo na mixagem e mulekote, em um "eh nóiz q tá (mulekote)", e isto são as coisas que temos que fazer: bebida no fim do dia, churrasco fim de semana, ter vida social, ter amantes, fazer "pecados" - todas as coisas que nos fazem homens, próximos de mais da vaidade e do orgulho, mas que são pequenas alegrias que "Deus" dá a quem merece. Por exemplo, só quem trabalha tem direito a aproveitar o fim de semana, só quem trabalha tem direito a trocar de carro, só quem trabalha e é solteiro, tem direito a pegar as “catas” mais quentes da cidade, e só repetir a dose, se quiser, e assim vai... Essas três primeiras músicas, juntas, formam uma tríade do rap no BR: o gueto total, depois, o mainstream que ainda é o gueto e, por fim, o gueto, que é moda e dita a filosofia, respectivamente, o rap mostrado no início deste set (três primeiras músicas).
A partir da faixa 4, o CD-set ganha outras pitadas: hip hop interacional é o som predominante, mas não qualquer hip hip, um som selecionado, com um pouco de cada beat, um pouco de cada estilo e ritmo, até mesmo London London, de Caetano Veloso, sendo interpretado por um Rapper, bem interessante, com samples de Paulo Ricardo, penso. Nesta parte, impera um mix de sons, como em uma disputa de Vogue, ou outro embate de dança e música, porém com mixagens curtas, para valorizar a dança e não o Mash up, afinal, sou só eu mixando, mesmo.
Depois da sessão world do CD, mais som nacional com Rappa, Marcelo D2 e Karnak. Nesta parte do set, uma aura especial meio espiritual, ronda no ambiente. A cera foi tarada, de Rappa, diz muito bem, diz de quem acende velas e acha que só com isto se salva, onde o Céu dirá, “A cera foi tarada”, ou seja, “zeraram” o peso das tuas velas queimadas e derretidas, a cera foi zerada, sem peso. Depois, D2 diz, “Enquanto coisas como se fossem copos (corpos)... Ou realmente são como copos todas aquelas coisas? Deixa pra lá eu devo estar viajando, enquanto eu fumo maconha, nego vai se matando.” (letra original, não cantada no set) Ou seja, aqui diz da dança dos copos (baseada na dança das cadeiras, do espiritismo clássico kardecista), onde o que é a mão invisível que balança o berço, o que te faz beber e esquecer além da amnésia alcóolica, o que te faz deseja outros corpos e não ser fiel? \O que há por trás. Na sequência do set, Karnak e Mc Gaspar diz de alienígenas (lembrem-se, há leitores que entendem aliens como espíritos, ou alguma similaridade por estas), de todo modo, os aliens concluem: S.o.S. aos terráqueos. Ou seja, há muita ganância, morte e sofrimento, a terra pede socorro e não pode ajudar ninguém do espaço, mas sim, deve ser ajudada.
O Set termina com Space boy dreamer do Belle & Sebastian, e juro que não sabia antes da historia da menina de quatorze anos que quer ir, e deverá ir, a Marte, ou seja, a humanidade segue, e o gueto segue junto.
Boa audição, comente, compartilhe, e vote no set no promodj.com obrigado valeu.
Sons do Post
- Party Sets
by Edsonnando
Set Soy Soloist - América Pulsante & Club Floor
[LINK AQUI]
VA - Prog Scenary Of Moves On Speed Of Mind - Mixed Set by edsonnando
[LINK AQUI]
Set Heavy Rap - Da Lei de deus, Mulekote!
[LINK AQUI]
Houve um Tempo em que Eu Não entendia as Pessoas
_ Raia; Eia;
Vinde, Agueira. Lubrificai os emperrar-dores (emperradores) das engrenagens do
tempo.
Ao som do trovão profundo e
recôndito, nos ermos da cidade ensopada, em meio a forte tempestade,
ouve-se, e vê uma espécie de um borrão de pessoa caminhando entre poças e
rios d'água na madrugada chuvosa, enquanto ele se diz:
_ Eu ANDAVA como um sátiro, ensandecido atrás de loucuras e louco por demais com as tolices desta passagem imperfeita, perene a terrena. Eu sempre falava e ninguém sacava nada, eu sempre tentava e ninguém me dava nada. Eu era como um morto, porém vivo, eu estou na Terra, eu existo e sou, mas, ao mesmo tempo, as pessoas não me notam, ou pior me mal notam, ou pior ainda, me desprezam ou maltratam voluntariamente. Não sei como isso se dava, mas houve um tempo em que eu falava, e ninguém me notava, houve um tempo em que eu dizia e as pessoas não entendiam. Sabe quando você fala e a outra pessoa não escuta: ou é porque você não soube dizer direito, ou você falava para si só, ou então, ainda, você expressou-se mal, ou ainda mais, a pessoa da interlocução não prestou a devida atenção em nada do que você disse; mas então, você deveria ter feito uso do canal fático, do teste da comunicação: Ou, camarada, o que você me diz, fala alguma coisa: você me ouve, ou não falo mais? As grosserias, às vezes, são necessárias, quando lidamos com não lapidados, mas tentar lapidar a todos, é função de messias e não de seguidor... Então o que diz?
_ Eu ANDAVA como um sátiro, ensandecido atrás de loucuras e louco por demais com as tolices desta passagem imperfeita, perene a terrena. Eu sempre falava e ninguém sacava nada, eu sempre tentava e ninguém me dava nada. Eu era como um morto, porém vivo, eu estou na Terra, eu existo e sou, mas, ao mesmo tempo, as pessoas não me notam, ou pior me mal notam, ou pior ainda, me desprezam ou maltratam voluntariamente. Não sei como isso se dava, mas houve um tempo em que eu falava, e ninguém me notava, houve um tempo em que eu dizia e as pessoas não entendiam. Sabe quando você fala e a outra pessoa não escuta: ou é porque você não soube dizer direito, ou você falava para si só, ou então, ainda, você expressou-se mal, ou ainda mais, a pessoa da interlocução não prestou a devida atenção em nada do que você disse; mas então, você deveria ter feito uso do canal fático, do teste da comunicação: Ou, camarada, o que você me diz, fala alguma coisa: você me ouve, ou não falo mais? As grosserias, às vezes, são necessárias, quando lidamos com não lapidados, mas tentar lapidar a todos, é função de messias e não de seguidor... Então o que diz?
Ele não ouviu resposta
alguma, só mais água, enxurrada, e torrentes de vento que lhe acoitavam a face.
Os pés estavam demais encharcados e que percorriam os rios que se tornaram as ruas,
que vez ou outra, alguns objetos, ou saco de lixo, lhe
enroscavam nesses (nos pés e pernas) – que ele nem mais andava, segurava-se com
certa precisão, para não ir de vez com a enxurrada por um lobão. Era um pseudossábio (pseudo-sábio), um pretenso poeta, que andava
nas madrugadas, a beber e se enlouquecer, chapar e causar dor e sofrimento a si
e aos outros. Um tolo por completo, que se refugia no álcool e na alienação. Quer
sexo, mas não encontra, está sempre, por demais, bêbado; por fim, se acaba
sozinho, ou fazendo um sexo descartável, sem fazer a devida prevenção, e sem
medo algum de se embrenhar nas negras ondas da luxuria e das relações sexuais
pura e simplesmente para fins de prazer e gozo (sejam eles místicos ou não). Só
quer (ele) mais droga, mais pinga, mais conversa fiada, quer passar a noite nas
madrugadas e ver o sol nascer, com um corote de cachaça cheio, e um monte de
cigarro, e fumo pra enrolar.
Mas esta noite não.
Não tem ninguém, nenhum bar aberto, nenhuma mulata de pernas abertas (faz
tempo!), nenhum cara com fogo do outro lado, para saciarem, um ao outro, não
nada disto, ninguém, nenhum outro Bêbado insuportável para levar uma conversa sobre
Cruz & Sousa e, ou seria sobre a Souza Cruz? De todo modo, não havia
ninguém, só a chuva, a tempestade a as labaredas, em formas de muralhas de
muitas águas – naquela noite. Mas ele bebia, e tentava fumar, mesmo embaixo d’água.
E Ia atrás, passava em todos os bares, e seu corpo já estava ensopado. Ia até as
bibocas de má fama, e ninguém estava por lá.
Chegou até a
achar um bar, onde tinham mais outros três bebuns, que estavam demais
enfastiados de pinga e pedra, e que não queriam conversa, e só estavam
esperando a chuva passar, pra irem para as suas casas, encerrar a noite. Foi
dito: _ É melhor você ir embora cara, um mano já até sangrou o outro aqui. O
Bagulho aqui tá quente. Um farolete de celular foi acesso e foi vista
uma camisa toda ensanguentada que vestia um, enquanto o outro empunhava uma
faca na mão. Só pensou: e por que ainda estão aqui? E a resposta é droga e
loucura.
E tudo é isto
mesmo, ou é pedra, ou pó, ou pinga ou bebida, ou mulherada, ou caralho, ou
marginalismo, ou alta sociedade. É claro que temos as camadas do meio e as
pessoas normais, que quase sempre ou querem ser socialites ou querem ser do
gueto, e se não estão em um lugar, tentam o outro. É como diz o senhor Stendhal
que escrevia muito bem, e se o perguntavam, mas
porque a cidade M. e o personagem H., ele só dizia, como no fim de Vermelho
e Negro (livre adaptação, baseado na em uma leitura longínqua...): era
necessário que a história se passasse em um povoado, depois, haveria de ter
trama em uma província e em alguns, um ou outro, lugares.
Arte do Post
Pintando o Set - quadro
que foi usado no set Prog Scenary
O Recanto das Diagonais
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