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Postagem 127 - Comunicação, Escritores e Textos

Sobre a Escrita e os Escritores

Postagem 127 de Livros do Edson
Feita em Word 2013.

“§34: O Principal e mais alto grau de probabilidade se verifica quando o consentimento geral dos homens em todas as épocas, na medida em que possa ser conhecido, coincide com a constante e infalível experiência em todos os casos semelhantes para confirmar a verdade de uma proposição particular qualquer. É o caso da constituição e das propriedades das coisas naturais e dos procedimentos regulares de causa e efeito no curso ordinário da natureza” (LOCKE, 2015, p. 56, In Draft A - do Ensaio Sobre o Entendimento Humano).
INTRODUÇÃO

Ao seus modos, os seres vivos comunicam-se, e esta é uma de suas propriedades. A comunicação, por vezes, falha em seus sistemas, e, também, por vezes as falhas passam-se pelos próprios sistemas (equivocadamente), enquanto que os próprios sistemas passam despercebidos, e sobrevivem (simulacramente, óbvio) em segundo (terceiro ou quarto) plano.
Há quem ache que ao se viver com fisionomias fechadas e carrancudas, ou que vivendo de modo a se exibir violenta e intolerantemente, (ache) que seja isso uma expressão de força ou de poder (físico, social, qual seja); mas o único contexto que se passa com estas mensagens (violentas e intolerantes) é que se trata de uma pessoa sem modos, educação ou consideração alguma pelas coisas fundamentais da existência, por exemplo. Todavia, aos seus tempos, todos os enigmas, tratam-se, apenas, de umas questões ao qual o TEMPO se resolve por responder; quem deixa aqui (seja na web, nas mídias impressas, ou gravadas em áudio ou vídeo e etc) uma comunicação de boa qualidade e conteúdo, certamente será replicado no futuro, conquanto que quem se preocupa com vaidades ou agressividades, por vezes, será relegado ao esquecimento, ou terá suas colocações refutadas ou desconsideradas, simplesmente.
Considera-se, assim, que a importância da comunicação é incalculável, uma vez que é pela comunicação que as ideias passam de uma geração a outra, e assim, o conhecimento adquirido em determinada era da humanidade, pode se deslocar até outros pontos (e esta é apenas uma das importâncias de comunicar-se).
Os sistemas de comunicação são os idiomas (os canais); já as linguagens podem ser tanto as “faladas”, quanto as linguagens escritas, ou as linguagens não verbais, e etc., segundo a (revisão da) teoria de Roman Jakobson.
O Presente Texto / Post trata da questão da comunicação e daquilo que os textos representam no conjunto linear de acontecimentos entendidos (o TEMPO). Além de tratar da questão dos escritores que se “exibem” (que são famosos, notáveis – em uma palavra: reconhecido) e dos escritores que se ocultam (que escrevem para não aparecerem muito no texto, tal como os revisores, os formatadores, os tradutores – por vezes –, além de demais profissionais da escrita, que não sejam os “escritores”).

A COMUNICAÇÃO FALADA E ESCRITA

A comunicação sempre foi (é) mais auditiva, visual e de (baseadas em) percepções grosseiras, isto é, não-refinadas e não-complexas, do que, significativamente, foi / é sutil, decodificada e atemporal; sobre muitos pontos de vista (e de compreensão), por vezes, falar errado é se fazer ser muito mais bem entendido do que o falar correta e gramaticalmente perfeito. Mas, ainda, deve-se entender, nas situações diversas (ou adversas), qual adequação o emissor da mensagem deve fazer de variações e de níveis linguagem, em acordo com o exigido a uma comunicação bem desenvolvida. Outro ponto: quanto mais palavras se conhece, mais a chance de se usar uma palavra que outra pessoa não conhece, e há ainda a questão da pessoas não aceitar explicações ou teorias, e etc. Assim, os mais simples se entendem melhor do que os mais “eruditos”. Isto ainda pode ser uma das associações dos 4 Idola de Sir Francis Bacon, mas, por vezes, excluído os rumos perigosos de quem desconsidera a semântica, a estética, a ética, as correntes filosóficas, as ponderações elaboradas, e a aplicabilidade mais cabível a determinada situação, excluído tudo do bom senso e da elegibilidade plausível, ainda assim, os simples entendem-se, sim, aos seus modos, mesmo em seus próprios e comuns erros e incapacidades. Enquanto que eruditos fazem questões (desproporcionais) por colocações, formatações, citações, traduções, teorias, etc. e etc.
Mas se a comunicação simples funciona tão bem, ao que se preza; e, apesar de certamente ter havido alguma influência do Espírito Santo na “reprodução” da “teoria” de Jesus Cristo [apesar que o próprio Cristo, segundo consta, Ele mesmo disse que “não veio fundar religião alguma, nem revogar lei alguma”; Jesus disse que veio “cumprir a Lei e dar novo mandamento”, (e) “amai-vos entre vós mesmos”], uma vez que são notadas as similaridades de passagens na vida de Cristo, entre um evangelista e outro, além de semelhantes posições de observação. Mas, mesmo assim, a comunicação falada é circunscrita a um determinado tempo e uma determinada região, ao passo que a comunicação escrita é aquela que melhor transmuta-se de seu tempo e chega mais claramente em outros tempos, ou outros povos, outras culturas, outras regiões, e / ou mesmo, outros planetas (quem o sabe? Eu não posso dizer com absoluta certeza que isto é inteiramente impossível; afinal, a matemática, ao que supõe-se, é universal).
É desta maneira que a língua escrita é mais apropriada para se deixar um poema, uma tese, etc. do que pura e simplesmente, discursá-la, ou mais simplesmente ainda, por fim, dizê-la, falando-a.
Ainda citando Jesus, foi através da Palavra escrita que o Evangelho (Novo Testamento, melhor dizendo) chegou até outros continentes e se mantem vivo até os dias de hoje, com adaptações das traduções, que melhor explicam os significados de algumas passagens bíblicas, e etc. Jesus não se preocupou apenas na teoria, uma vez que sua prática, demonstrava as suas teorias (em parábolas, ou analogias, geralmente) e mais, davam o bom exemplo que deveria ser seguido. Mas ele tinha doze apóstolos, e segundo se sabe quatro (ou cinco ou seis deles) escreveram os seus textos sobre a vida do mestre Jesus, e suas as consequências.
Mas nem só para transmitir conhecimento servem os escritos e a língua escrita. FOUCAULT (2015) afirma que, cientistas incompreendidos, como Mendel, mas que tem sua metodologia atualmente atestada (“aceita”), têm seus lugares de destaque assegurados no hall da fama dos grandes pesquisadores, mesmo que, na época deles, eles tenham sido ridicularizados ou expostos a certo teor de “loucura” com a repercussão de suas obras.

‘“Muitas vezes se perguntou como os botânicos ou biólogos do século XIX não puderam ver que o que Mendel dizia era verdade. Acontece que Mendel falava de objetos, empregava métodos, situava-se num horizonte teórico estranho à biologia de sua época. Sem dúvida Naudin, antes dele, sustentara a tese de que os traços hereditários eram descontínuos; entretanto, embora este princípio fosse novo ou estranho, podia fazer parte – ao menos a título de enigma – do discurso biológico. Mendel, entretanto, constituiu o traço hereditário como objeto biológico absolutamente novo, graças a uma filtragem que jamais havia sido utilizada até então [...]. Mendel dizia a verdade, mas não estava “no verdadeiro” do discurso biológico de sua época: [...] foi preciso toda uma mudança de escala, o desdobramento de todo um novo plano de objetos na biologia para que Mendel entrasse “no verdadeiro” e suas proposições aparecessem, então, (em boa parte) exatas’” (FOUCAULT, 2015, p. 93-94; in A Ordem do Discurso).

A escrita tem muitas particularidades: são os rigores da forma definitiva do texto no espaço tempo, ou antes, a sua forma original, que assim o exigem. E quando a sociedade está indisposta a entender um dado escrito, seja esta sociedade científica, civil (qual seja), é muito mais simples dizer que não há validade em um texto, do que ter que dedicar-se para conseguir compreender tal conteúdo. Afinal, quantos projetos de pesquisas existem sem que haja orientadores dispostos para que se os supervisione?
Isto, também, é o que ocorre com as teorias rebuscadas, os discursos, as poesias, etc. As pessoas, algumas pessoas, seja por elitismo, esnobismo, segregação, ou ideologias, tendem a dizer que tal coisa é apropriada e que outras coisas não são apropriadas. Nossa sociedade ensina que saber ler e escrever é bom, mas ler e escrever longos textos, ou longos discursos, é algo chato (desnecessário) e muito específico, e que não deve ser ensinado em sala de aulas de escolas de subúrbios do Rio de Janeiro, por exemplo. Tudo bem, mas se então uma garota do Rio de Janeiro é escolhida para discursar na ONU, neste caso, só as crianças que tiveram aula de Retórica e Discurso poderiam falar na ONU – de certo que este não é o caso.
Mas o fato é que aquilo que tem valor vai o ter hoje, e sempre, do mesmo modo, aquilo que se deprecia rapidamente, começa a perder o seu valor tão logo é adquirida. Além do mais, textos são documentos, e como tão, conservam seu valor histórico e cultural.
Foucault (2015) diz assim sobre o discurso:

“Desde que foram excluídos os jogos e o comércio dos sofistas, desde que seus paradoxos foram amordaçados, com menor ou maior segurança, parece que o pensamento ocidental tomou cuidado para que o discurso ocupasse o menor lugar possível entre o pensamento e a palavra; parece que tomou cuidado para que o discurso aparecesse apenas como certo aporte entre pensar e falar; seria um pensamento revestido de seus signos e tornado visível pelas palavras, ou, inversamente, seriam as estruturas mesmas da língua posta em jogo e produzindo um efeito e sentido. Esta antiquíssima elisão da realidade do discurso no pensamento filosófico tomou muitas formas no decorrer da história. Nós a reconhecemos bem recentemente sob a forma de vários temas que nos são familiares” (FOUCAULT, 2015, p. 98; in A Ordem do Discurso).

Ou seja, muitos ainda consideram muito mais apropriado falar e agir, do que sentar e escrever. Isto sugere apenas segregação e guerra de conflitos - o presente texto tende apenas a dissertar sobre o que é comunicação e literatura.
Como foi afirmado, para cada situação há um momento de agir, e para cada fala, intenção, há que se usar um determinado nível de texto e certas variações de linguagem. Mas, há que se ressaltar que quando se escreve por si só, há, também, o mérito de poder dizer por suas próprias palavras.

“Eu mesmo falarei
Sobre o meu tempo
E sobre mim. [...]
eu falarei a vocês
como um vivo fala aos vivos.”
(MAIAKOVSKI, in poema “Depois de Morto Falarei como Um Vivo” - Livro Maiakovski Vida e Obra, 2° Ed, de autoria de Fernando Peixoto, Paz e Terra, 1978, p. 214 - 215).

A citação de Maiakovski está assim disposta porque este autor (Maiakovski) apreciava estas disposições de formatações diferentes entre uma linha e outra de seus poemas. O próprio título desse poema diz tudo “Depois de Morto Falarei como Um Vivo”, ou seja, a escrita dele se transmutaria e mesmo morto, poderia dizer como se fosse um vivo, ou seja, a palavra de Maiakovski não iria se decompor pelo tempo, pelo contrário, a poesia dele se mantêm viva no tempo. E de fato, ele continua sendo uma referência da poesia revolucionária russa do início do século XX, um modelo a ser seguido por poetas de 2015 em diante...
Assim quem fala por si, diz o que entende se si (e do mundo). Mas, não pode-se deixar de dizer do lado espiritual e intelectual da fenomenologia (estar no mundo) toda por traz dos textos. Se alguns textos precisam ser publicados e se o autor já morreu, porém se tem médiuns capazes de receberem a mensagem (livro), por que não iria se fazer a psicografia? E mais, se existem médiuns e escritores, poderiam haver Médiuns-Escritores (conscientes do que fazem)? Alguns escritores teriam seus textos ditados por espíritos? Seria correto, se médiuns transmitem textos de espíritos para vivos, que profissionais de escritos escrevessem (e revisassem) ideias de outras pessoas com menos tempo disponível, e até mesmo menos disponibilidade de conhecimento (mesmo que em parte) sobre letras, formatações e textos?
A resposta para todas as perguntas é sim (afirmativa). Acredita-se, no presente texto que a literatura é muito mais do que meramente física, e ela também contém mistério que desconhecemos, mas que o tempo irá comprovar. O fato é que há pessoas que precisam escrever e não sabem, ao menos em algumas partes, como fazê-lo; por isso deve ser ter um revisor de textos; do mesmo modo, os vivos querem respostas que os próprios vivos não tem, e por isso devem haver os livros espíritas. E etc.


O ESCRITOR E OS ESCRITOS

Desde os primórdios da humanidade, os escritores, basicamente, se dividem em duas espécies: os que aparecem, e os que não aparecem.
Sobre os que aparecem, Maiakovski diz muitíssimo bem, assim:

“Eu quero meu lugar
Entre as fileiras dos Edisons
Entre as fileiras dos Lênins,
Entre as fileiras dos Einsteins.”
(MAIAKOVSKI, in poema “Um Mergulho Violento Dentro de Si Mesmo” - Livro Maiakovski Vida e Obra, 2° Ed, de autoria de Fernando Peixoto, Editora Paz e Terra, 1978, p. 141).

Esta é a notoriedade, ser conhecido por suas ideias e proposições. Já os escritores que não aparecem, diz- se do trabalho de outros profissionais das letras (que não os escritores), d’aqueles que escrevem para outras pessoas, que revisam, que organizam ideias, e etc. Muitas pessoas desaprovam este trabalho, mas afirma-se isto é questão de tempo (rotina do dia a dia), além de ter disposição (e conhecimento) suficiente, incluindo ter facilidade com estas habilidades e capacidades; além de envolver questão espiritual e outras, como mencionado.
A escrita é um dom estranhíssimo e dinâmico: Camões parece ser indelével a ação do tempo; Goethe e Locke são do mistério e da sabedoria eternas; Ferreira Gullar vive, pós 2010, sua redescoberta (da obra) própria pelo clamor (e interesse) popular.
É claro que todo escritor deseja ser reconhecido; tão claro como que todo controller deseja atuar em uma grande empresa; porém se oscontrollers (todos, os grandes e melhores, apenas) não conseguem ser gestores em grandes companhias, então, que melhor seja assim, porque as universidades irão continuar tendo ótimos professores associados e excelentes mestres em seu corpo docente.
Do mesmo modo, há quem tenha um bom projeto, tenha que fazer uma tese, etc., mas que não tenha muitas aptidões para os textos, uma opção é contratar um revisor; igualmente como alguém que até aprecia escreve, mas que se estranha com os padrões de artigos científicos, por exemplo, deve contar com um apoio de um formatador, no mínimo. Isto são sugestões, não vias de regras, mas acredita-se que elas deveriam ser postas em prática.
E, no mais, é importante sim o trabalho do revisor, do tradutor, do diagramador dos textos; claro, a notoriedade maior, na maioria das vezes, é do autor, em si, mas deve-se reconhecer o mérito que há em quem organiza tais trabalhos.


CONCLUSÃO

A comunicação é uma propriedade dos seres humanos, apropriadamente: a humanidade se comunica.
As comunicações faladas são mais envolventes e dinâmicas, mas a comunicação escrita ultrapassa barreiras de espaço e tempo, além de ter aplicações diversas e documentais.
Os rigores dos padrões de escrita podem exigir que se faça necessário os serviços de um profissional de diagramação ou revisão de textos, quando da época de confecção de tais papéis.
A maior notoriedade é do autor e de suas teorias, isto em virtude da questão da propriedade intelectual, e mesmo de associações de classes científicas e editoriais; mas, sem o trabalho do revisor e tradutor (e diagramador – e compositor, algumas vezes), simplesmente, uma obra (pesquisa) não conseguiria se realizar.
Haja em vista a importância da linguagem escrita, nada mais comum que ela seja elaborada em conjunto (se isto assim for necessário: por volume de trabalho ou dificuldade do mesmo), em conjunto com outros profissionais, equipes multidisciplinares, etc., isto, mesmo quando se tratar de ideias inteiramente originais; e, sim, certas descrições, de revisão e adequação de textos, ainda devem ser mantidas por questões de legislação.
Não se pode dizer que a ética está sempre acompanhada ao direito legítimo da pessoa, mas, afirma-se que não se inflige teor ético algum ao se auxiliar na produção de um texto alheio, e muito pelo contrário, algumas grandes obras, só foram possíveis graças a colaboração de muitas outras mãos (e dedos, e línguas / e ouvidos e olhos).
Uma determinada obra assume seu espaço definitivo no corredor das grandes peças literárias ou científicas de acordo com sua coesão, elegância, relevância, exposição, argumentação e estilística.
E por último, um último fator, talvez o mais importante, o fator de a aceitação, e o estar no tempo certo e no lugar certo, a ponto de tal obra ser (ou não) aceita: isto é ser reconhecido com escritor, cientista, ou ter que fazer outras coisas para sobreviver.


Cento


da cidade de Matão, Interior de Sp - de uma COHAB - eis que surge...




Postagem 100

de Livros do Edson - Cento ou

Da Lei de deus,

Mulekote

(Moleque do Papelote)





Vídeo do You Tube


 

Lanna Del Rey - Born To Die




Editorial e Agradecimentos →

    Obrigado, você é parte indistinguível desta arte - sem público não existe obra alguma.

    Por mais incrível que pareça, estamos em uma centena de postagem... E como diz Lanna, "You and I, we're born to die → você e eu nascemos para morrer". Mas enquanto aqui, devemos prosseguir do jeito que der.

   A postagem 100 é uma grande festa comemorativa, na web, e que não pretende incomodar ninguém. Pois hoje, muitos confundem festas com badernas, confundem felicidade com atormentar e zoar os demais, acham que sucesso é como um consumo exagerado de coisas fúteis e supérfluas, e que bem-estar é como viver em uma comuma, com os seus, enquanto o mundo pega fogo - mas é claro que não é nada disto que teremos aqui, mas sim, vamos ter uma festa suportável e autossustentável. Comemorando 100 postagem de atualização de página!!!

    Isto aqui é uma celebração: à arte, ao guettos, à música, à poesia, à moda, a celebração a nudez da sensibilidade, à vida, à passagem, a eternidade... o Mais Alto. Enfim: a celebração dos valores defendidos em Livros do Edson. Assim:

   Trata-se de um post baseado em três composições de mixagens non stop - uma a Soy Soloist [em homenagem a América latina, Los Jaivas, Eduardo Waack, Eduardo Parra, e, também, aos estilos da dance music, ou seja, a música que muitos falam que foi feita para ser dançada sozinha, mas ora, nem tudo ainda está em seu par, por estes dias ainda... muitos mais sem pares. De todo modo, as canções 'dance' são muito boas para serem mixadas por DJs (que geralmente não ficam pondo seus nomes em meio aos seus sets, salvo raras exceções ou programas de radio, podcasts especiais, etc), assim, o set soy soloist é, na verdade dois lados de um só mix, com uma parte lounge e outra parte eletrônica ou dance]; a outra, a seleção Progressive Scenary, com sons progressivos a lá house, trip, big beat e trance; e por fim, a seleção Heavy Rap, com muito rap, hip-hop, por incrível que parece house de guetto e também, o som eletrônico do Rappa, o cult folk do Belle & Sebastian e a busca da batida perfeita (Samba Rap) de D2... Bem, é isso - composição está, de um modo ou de outro, feita especialmente para participar desta atualização de página

    E por que um post musical? Poderíamos dizer que é para relembrar os bons tempos [porque a postagem os 4 sets de Dezembro de 2012, de Livros do Edson, é a post mais bem visto (individual e em termos de postagens avulsas) de toda a página...], mas isto é mentira, na verdade optamos por por três set por ser um número cabalístico, para mim e mais por outros motivos [como as divisões do cem em si, como neste caso 100 / 3 = 33,333 , ou seja 1/3, ou ainda 1 set completo, com 3 postados em uma página = 0,33%] e cem é 1, com dez dezenas, é o início de novo ciclo, é a medida da porcentagem, é a nota máxima em muitas provas, etc... É exatamente isto.

   Assim quem está no cem está com tudo, observada a licença poética e desde que o leitor tenha um mínimo de senso de humor - dizemos que esta frase é pontual: quem está na casa das centenas está com tudo. E nós aqui, vamos de non stop mix → good listen, good read, good browser and thank you so much. Boa audição, Boa leitura, Boa navegação e muito obrigado, de verdade.






O Corte das Cores




Escorrimentos Selvagens





Quadro feito com qbist (GIMP) - Abriram a porta do Quarto, do autor do blog

 

Da Lei de "deus", Molekote!

    _É desse jeito, Vagabundo. Caralho! Que Calor! Que horas são, agora? "Racionais MCS" - A Fórmula Mágika da Paz (live).

     O set Heavy RAP Da Lei de 'deus', Mulekote diz sobre a nossa vida: dos nossos sonhos, das nossas motivações, daquilo que nos faz mover-nos de nossa zona de conforto e ir à luta. E este texto é sobre isto - edsonnando dizendo sobre o seu set.

     Canções, a track que abre a seleção mixada, diz da dureza do crack, e diz da tentativa de tirar um "cara" da vida das drogas. Trata-se de um som bem pesado que canta um refrão atormentador, "deixa ele pensar que está feliz, deixa ele sonhar com o que sempre quis, quando a ira passar, vai se acordar, quando a noite chegar, vai desandar". Canções, ainda diz de outros valores, antagônicos ao crack, como "tem coisas mais importantes que seu cano, seu pai, sua mãe, seus irmãos", em mais uma tentativa de tirar o cara do "vício".

       A Fórmula Mágica da Paz, é outra letra bem pesada, com um refrão (vocal em 'black "friday"' falsete) intrigante. Ela diz sobre o subúrbio, a área, diz do que as pessoas fazem (sons, drogas, tretas e "fitas de Jorge Ben"), depois, mais cenas da violência urbana no Brasil, que dizem sobre o assassinato de um jovem inocente, em dia de feriado, e na visita ao cemitério no dia de feriados, um "feriado" próximo, comemorado / epifania em 02 de novembro, o rapper (Mano Brown) observa as mães que visitam o cemitério, ele relata: quase sempre estas mulheres tem o mesmo perfil, onde, "e o que todas as senhoras tinham em comum, a roupa humilde, a pele escura, o rosto abatido pela vida dura, colocando flores sobre a sepultura, podia ser a minha mãe - que loucura", ou seja: afrodescendentes, trabalhadores de vida dura (distância do trabalho até casa, trabalho esforçado, poucas condições de executar um trabalho eficaz, etc.) e resignadas, ou sofredoras, com certeza, com toda esta situação insustentável, e por isto ele busca a solução em uma fórmula, nem que mágica, em que ninguém acredita que possa haver solução ou algo bom, em que ninguém bota uma fé, mas que é a fórmula da paz.  Em entrevista a Roda Viva, o Mano Brown disse que é utópica mesma a visão da Paz, e que eles são da guerra, da revolta e do acerto de contas mesmo... O pessoal da banca ficou indignado e disse que a geração “hippie” (dos entrevistadores) era da paz, e se mano Brown também não era, e o mano disse que não, que a favela (ops, comunidade) é da revolta, das armas e da guerra, mesmo.

O Set segue com Emicida, de onde vem o subtítulo do set, Da lei de Deus, que é dito mesmo na mixagem e mulekote, em um "eh nóiz q tá (mulekote)", e isto são as coisas que temos que fazer: bebida no fim do dia, churrasco fim de semana, ter vida social, ter amantes, fazer "pecados" -  todas as coisas que nos fazem homens, próximos de mais da vaidade e do orgulho, mas que são pequenas alegrias que "Deus" dá a quem merece. Por exemplo, só quem trabalha tem direito a aproveitar o fim de semana, só quem trabalha tem direito a trocar de carro, só quem trabalha e é solteiro, tem direito a pegar as “catas” mais quentes da cidade, e só repetir a dose, se quiser, e assim vai... Essas três primeiras músicas, juntas, formam uma tríade do rap no BR: o gueto total, depois, o mainstream que ainda é o gueto e, por fim, o gueto, que é moda e dita a filosofia, respectivamente, o rap mostrado no início deste set (três primeiras músicas).

A partir da faixa 4, o CD-set ganha outras pitadas: hip hop interacional é o som predominante, mas não qualquer hip hip, um som selecionado, com um pouco de cada beat, um pouco de cada estilo e ritmo, até mesmo London London, de Caetano Veloso, sendo interpretado por um Rapper, bem interessante, com samples de Paulo Ricardo, penso. Nesta parte, impera um mix de sons, como em uma disputa de Vogue, ou outro embate de dança e música, porém com mixagens curtas, para valorizar a dança e não o Mash up, afinal, sou só eu mixando, mesmo.

Depois da sessão world do CD, mais som nacional com Rappa, Marcelo D2 e Karnak. Nesta parte do set, uma aura especial meio espiritual, ronda no ambiente. A cera foi tarada, de Rappa, diz muito bem, diz de quem acende velas e acha que só com isto se salva, onde o Céu dirá, “A cera foi tarada”, ou seja, “zeraram” o peso das tuas velas queimadas e derretidas, a cera foi zerada, sem peso. Depois, D2 diz, “Enquanto coisas como se fossem copos (corpos)... Ou realmente são como copos todas aquelas coisas? Deixa pra lá eu devo estar viajando, enquanto eu fumo maconha, nego vai se matando.” (letra original, não cantada no set) Ou seja, aqui diz da dança dos copos (baseada na dança das cadeiras, do espiritismo clássico kardecista), onde o que é a mão invisível que balança o berço, o que te faz beber e esquecer além da amnésia alcóolica, o que te faz deseja outros corpos e não ser fiel? \O que há por trás. Na sequência do set, Karnak e Mc Gaspar diz de alienígenas (lembrem-se, há leitores que entendem aliens como espíritos, ou alguma similaridade por estas), de todo modo, os aliens concluem: S.o.S. aos terráqueos. Ou seja, há muita ganância, morte e sofrimento, a terra pede socorro e não pode ajudar ninguém do espaço, mas sim, deve ser ajudada.

O Set termina com Space boy dreamer do Belle & Sebastian, e juro que não sabia antes da historia da menina de quatorze anos que quer ir, e deverá ir, a Marte, ou seja, a humanidade segue, e o gueto segue junto.

Boa audição, comente, compartilhe, e vote no set no promodj.com obrigado valeu.



 

Sons do Post

- Party Sets

by Edsonnando


Set Soy Soloist - América Pulsante & Club Floor

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VA - Prog Scenary Of Moves On Speed Of Mind - Mixed Set by edsonnando

 [LINK AQUI]








 Set Heavy Rap - Da Lei de deus, Mulekote!

 [LINK AQUI]






Houve um Tempo em que Eu Não entendia as Pessoas


_ Raia; Eia; Vinde, Agueira. Lubrificai os emperrar-dores (emperradores) das engrenagens do tempo.

      Ao som do trovão profundo e recôndito, nos ermos da cidade ensopada, em meio a forte tempestade, ouve-se, e vê uma espécie de um borrão de pessoa caminhando entre poças e rios d'água na madrugada chuvosa, enquanto ele se diz:
     _ Eu ANDAVA como um sátiro, ensandecido atrás de loucuras e louco por demais com as tolices desta passagem imperfeita, perene a terrena. Eu sempre falava e ninguém sacava nada, eu sempre tentava e ninguém me dava nada. Eu era como um morto, porém vivo, eu estou na Terra, eu existo e sou, mas, ao mesmo tempo, as pessoas não me notam, ou pior me mal notam, ou pior ainda, me desprezam ou maltratam voluntariamente. Não sei como isso se dava, mas houve um tempo em que eu falava, e ninguém me notava, houve um tempo em que eu dizia e as pessoas não entendiam. Sabe quando você fala e a outra pessoa não escuta: ou é porque você não soube dizer direito, ou você falava para si só, ou então, ainda, você expressou-se mal, ou ainda mais, a pessoa da interlocução não prestou a devida atenção em nada do que você disse; mas então, você deveria ter feito uso do canal fático, do teste da comunicação: Ou, camarada, o que você me diz, fala alguma coisa: você me ouve, ou não falo mais? As grosserias, às vezes, são necessárias, quando lidamos com não lapidados, mas tentar lapidar a todos, é função de messias e não de seguidor... Então o que diz?
     Ele não ouviu resposta alguma, só mais água, enxurrada, e torrentes de vento que lhe acoitavam a face. Os pés estavam demais encharcados e que percorriam os rios que se tornaram as ruas, que vez ou outra, alguns objetos, ou saco de lixo, lhe enroscavam nesses (nos pés e pernas) – que ele nem mais andava, segurava-se com certa precisão, para não ir de vez com a enxurrada por um lobão. Era um pseudossábio (pseudo-sábio), um pretenso poeta, que andava nas madrugadas, a beber e se enlouquecer, chapar e causar dor e sofrimento a si e aos outros. Um tolo por completo, que se refugia no álcool e na alienação. Quer sexo, mas não encontra, está sempre, por demais, bêbado; por fim, se acaba sozinho, ou fazendo um sexo descartável, sem fazer a devida prevenção, e sem medo algum de se embrenhar nas negras ondas da luxuria e das relações sexuais pura e simplesmente para fins de prazer e gozo (sejam eles místicos ou não). Só quer (ele) mais droga, mais pinga, mais conversa fiada, quer passar a noite nas madrugadas e ver o sol nascer, com um corote de cachaça cheio, e um monte de cigarro, e fumo pra enrolar.
     Mas esta noite não. Não tem ninguém, nenhum bar aberto, nenhuma mulata de pernas abertas (faz tempo!), nenhum cara com fogo do outro lado, para saciarem, um ao outro, não nada disto, ninguém, nenhum outro Bêbado insuportável para levar uma conversa sobre Cruz & Sousa e, ou seria sobre a Souza Cruz? De todo modo, não havia ninguém, só a chuva, a tempestade a as labaredas, em formas de muralhas de muitas águas – naquela noite. Mas ele bebia, e tentava fumar, mesmo embaixo d’água. E Ia atrás, passava em todos os bares, e seu corpo já estava ensopado. Ia até as bibocas de má fama, e ninguém estava por lá.
      Chegou até a achar um bar, onde tinham mais outros três bebuns, que estavam demais enfastiados de pinga e pedra, e que não queriam conversa, e só estavam esperando a chuva passar, pra irem para as suas casas, encerrar a noite. Foi dito: _ É melhor você ir embora cara, um mano já até sangrou o outro aqui. O Bagulho aqui tá quente. Um farolete de celular foi acesso e foi vista uma camisa toda ensanguentada que vestia um, enquanto o outro empunhava uma faca na mão. Só pensou: e por que ainda estão aqui? E a resposta é droga e loucura.
       E tudo é isto mesmo, ou é pedra, ou pó, ou pinga ou bebida, ou mulherada, ou caralho, ou marginalismo, ou alta sociedade. É claro que temos as camadas do meio e as pessoas normais, que quase sempre ou querem ser socialites ou querem ser do gueto, e se não estão em um lugar, tentam o outro. É como diz o senhor Stendhal que escrevia muito bem, e se o perguntavam, mas porque a cidade M. e o personagem H., ele só dizia, como no fim de Vermelho e Negro (livre adaptação, baseado na em uma leitura longínqua...): era necessário que a história se passasse em um povoado, depois, haveria de ter trama em uma província e em alguns, um ou outro, lugares.






Arte do Post




Pintando o Set - quadro que foi usado no set Prog Scenary




O Recanto das Diagonais

Arete

Livros do Edson





Post 99 - Arete -


Foi um curto tempo de aprendizado, na escola,
E tamanha desenvoltura em suas posturas,
Imaginem se tivesse dedicado-se mais ao estudo?
Oh, grande, da excelência altiva,
Óh, exímio das eras & comedido em suas batalhas,
Saiba que tuas facillities dizem de ti,
Mas ainda isto não é tudo de si...



- blog autoral de edsonnando, que é o mesmo que Edson Fernando, e que significa o mesmo que Edson Souza.

    Cada nome utilizado é uma conta diferentes nas redes sociais (em um mesmo site ou em outros), isto tudo para se ter bastante perfis nas redes sociais (capacidade de postar conteúdos diferentes com cada perfil, ou redes que abrangem-se em direções / sentidos / círculos de pessoas diferentes, etc), isto, também, para poder ter mais perfis em sites como soundcloud, entre outros endereços e email  --  ou seja, para ter mais espaço para pôr meus arquivos (artes, mixagens, sites, etc)  --  , na web. Assim:

    Acredito que eu não tenha dupla (nem múltiplas) personalidades, e não me considero egocêntrico ou megalomaníaco, apenas tenho muitos perfis pelos motivos acima mencionados, ou seja, os modos com que se deve lidar com o escasso para produzir um muito.


Boa Leitura, amigos. Obrigado pelas mensagens, pelo apoio, por curtir, compartilhar e comentar. Muito obrigado por seguir @novalluz no t.co
| www.t.co


Aretè:

Arte e Excelência



    Arete é uma palavra que vem do latim, ou seria do grego? (lembrem-se, estou sem net em casa, e tudo que escrevo, na maior parte do tempo, tem como referência a minha própria cabeça e ao meu raciocínio lógico - e os livros, claro, os Livros do Edson), de qualquer modo, a palavra quer dizer excelência, mestria e elegância, algo assim. A 1° vez que tomei conhecimento desta palavra foi através do livro de Mago: A Ascensão, onde os personagens tem aretè, ou seja, eles tem excelência ou uma grande "iluminação" em suas mentalidades ou em suas Artes Mágikas (com "k" mesmo).
     Por muito tempo eu pensei que esta palavra fosse inventada, como muitas outras palavras do sistema storyteller, ela não só existe, como também simboliza um conceito forte, ou algo muito peculiar. Nosferatu, Demência, Condicionamento Social e Perseverança (Will - Força de Vontade - FV), são outros ótimos exemplos - tais palavras ou se referem a referências históricas da coisa a qual se refere, ou pode se tratar de um atualíssimo conceito da psicologia, do conhecimento científico e das teses comumente aceitas.
     Arete realmente é algo que podemos adquirir ou que já nasce conosco. Para entender arete, remonte-se até a antiguidade, pense em um momento na vida do homem daquela época, o que tínhamos era a vida no campo e as primeiras cidades, com suas leis em construção - talvez não muito longe do que seja o Brasil hoje... - , pense na escravidão, nos costumes da época, enfim, as atividades mais comuns eram o trato da terra, as atividades do estado e os ofícios, outra categoria importante que não pode ser esquecida é a classe dos atores, dos escultores, enfim, os artistas. Ao nosso entendimento, segundo a opinião do blog, o arete nasce justamente de uma tamanha excelência na arte, praticada pelo artista, que ele,muita vezes, pode formar uma escola, uma tendência ou um movimento cultural, muitas vezes sem isto intentar - é a arte espontânea e maravilhosa, seria o nosso arete.
     
      O quadro abaixo ilustra, ao nosso modo, esta nossa teoria:








Quadro Caminhos - Colheita
,  feito especialmente para este post. Legenda Abaixo:
  1. (C.A.M.I.N.H.O.S) Caminhos - A arte magnífica de um ser instruído ou inspirado (ou os dois), tem que se manifestar de uma forma ao seu público; quase sempre o artista deve optar por um caminho em sua arte, um formato, uma área, um estilo, o que seja; e, isto é, a marca do artista com seus trabalhos.
  2. (D.e.c.i.s.ã.o) Decisão - Decidir-se por um caminho, e fazer a sua obra, a sua arte, o seu trabalho, nisto consiste este estágio, além da fase de Planejamento, da parte teórica e da parte abstrata ou das ideias em estado puro.
  3. (A.ç.ã.o) Ação - Depois de ter se decidido pelo caminho da arte, ter pensado em sua obra, é hora do criar exteriorizar-se, ou seja, isto seria a apresentação do teatro, a pintura do quadro, a leitura do poema, etc -  a arte em sua forma  "definitiva".
  4. (S.e.g.u.i.r) Seguir - Passadas todas as outras etapas, deve-se entrar em um ciclo going concern, ou seja, o ciclo da continuidade; isto indica que deve-se ter um interesse pela obra do artista, ou então o artista deve seguir com suas apresentações e performances...
  5. (V.o.n.t.a.d.e) Vontade - Uma  última  peneira ainda é exigida da arte em questão, alguns chamam a isto de "crivo do tempo", mas de fato, o que creio se tratar, é que a verdadeira forma e aparência de uma obra se mostra mais claramente de acordo com a percepção de mais uma ou duas gerações, isto é, passado um pouco o frenesi do novo e o fascínio dos modismos, a prova final da arte é aguardar uma ou duas gerações para ver de fato, o que público sentirá quando entrar em contato com tal obra, e a isto, entendemos como a vontade do artista que ficou expressa em sua obra, e, certamente, se for uma obra puramente temporal (ou de moda e de tendência pop ou de época), pode ser, que esta arte 'temporal' acabe por esquecida ou ocorra um fenômeno interessante, onde o que era do mainstream, ou pop, passe a fazer parte de guettos, ou melhor, de nichos específicos de  público-alvo (é o que acontece com as festas de axé hoje em dia, onde se vai mais gente que era jovem nos anos 90, do que gente que é jovem hoje, exceto na época do carnaval, claro).
  6. (C.o.l.h.e.r) Colher - Por fim, finalmente, se colhe o que se plantou, mas notem que não necessariamente tem que se passar pelos cinco estágios antes para se colher, e a isto, se entende como a sociedade dos contratos autenticados em cartórios, ou do valor monetário das artes e dos artistas (totalmente individualista e que varia caso a caso), e tudo isto, segundo as óticas de cada cultura específica, em um dado momento histórico.  
  7. Opcional: E sempre, outro ciclo pode se iniciar, ou seja, um artista pode criar novas artes, ou novas formas; exemplo: cantores que se tornam atores, e escritores, etc.
  8. Só para os melhores: E a arte deve seguir depois do artista partir desta Terra.

E assim, temos agora, estes exemplos, da Arte de que falamos (piada, evidente - ainda falta muito para eu ser um bom arte grafista digital!) ... :




Quadro Matão - Celeiro das Nuvens, e agora, também, a cidade das águas da chuva.
 Uma referências as fortes chuvas que ocorreram em Matão no início de novembro de 2014  e que causaram o alargamento de vários rios, em uma analogia a que, "rio largo, tem que correr muita água" - ou seja, se uma das 1° chuvas da temporada deu um upgrade no rio, é sinal que muita água ainda vai passar por lá...


Dos Dois Lados da Cidade


Foi uma mixagem perfeita –
Que todos perceberam
No momento em que se, e quando
Tocou o 1° acorde da outra canção,
sem alterar o ritmo, a melodia e nem a bateria.

Há um monte de mais em minhas mãos –
são tão raras e especiais que nem sei mais.
Aquele gole de água com limão
(mas nem sempre foi água),
é o que me dá disposição,
mesmo agora, sem doideira em garrafa.

Porém quanto mais vejo tudo com inquietação
Mais, muito mais eu ouço: Não! Não e Não!
Aquilo que se dá é aquilo que se recebe,
se dou a raiva, recebo a raiva
e até a cadela fica com raiva!!

Se dou amém, tem mais ai também,
Se dou um solo de desdem,
sei que aquilo que não me tem
não tem como me intrometerem;
Do mesmo modo que a indiferença,
me torna indiferenciável, como pensa.

Mixou-se as duas músicas da cidade:
a chula e vulgar com a erudita e popular;
como pôde isto se dar?
Ora, ao que tudo indica
o problema não é o misturar,
mas, sim, quem faz esta mistura.

O som, é mais do que estação de rádio,
aparelho e sistema automotivo, ou CDs e mp3s,
Os sons são os pássaros, o sol, a chuva,
o lamento, a alegria, o vento, e esta poesia,
Em que se ajuntam, ambas, as preces e os sentimentos,
tanto dos que moram bem, quanto dos que moram mal,
num 'mix' na imensa enxurrada alagadiça do temporal.

Quadro - Papel Cerrado - feito pelo autor do blog
-
Inspirado na música Mira Niñita - Los Jaivas


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Sons do Post










Imagem do Soundcloud, do dia em homenagem a queda do murro de Berlim, que dividia o MUNDO em duas partes: a comunista e a capitalista.





Arte do Post

 





Tema para Web Livros do Edson_ Post 99 _ Um - Grifos Tropicais



CONTO:

A Tecnocracia Que Nos Vigia - parte II

(ou seria a Parte III ?)


     A luz vai penetrando, de modo cada vez mais intenso, nas retinas do Menino-Lobo. Onde estou? - pensou.

      Pouco a pouco, foi-se lembrando de flashes do que tinha acontecido: naquele insalubre lixão, em Capinga, ou seria em Matão? Já não se lembrava mais... ainda, mas lembrava-se de que era a época próxima às festas de fim de ano, de 2013, ou 2012... muita bebida, muita droga, loucura e mais continuidade infame; era um tal de pedir e emprestar o isqueiro, era uma sequência interminável de levar o copo à boca, bitucas que se lançavam bocas e dedos a fora, eram as visitas à boca de fumo - até que alguém avisou ao Menino Lobo que no Lixão vendiam uma droga de "qualidade" extrema e a um preço irrisório. Era o que ele queria, e já há dois dias fora de casa, aprontando sem precedentes (e sem consciência alguma), em um domingo a noite, quase madrugada de segunda-feira, lembra-se, muito vagamente, de que entrou no lixão e perguntou por crack, deu cerca de quinze Contos e recebeu cerca de 3 gramas de pedra, e depois, não conseguia mais se lembrar com clareza dos ocorridos. E como, Narrador, apenas posso dizer que ele se viu envolto por algumas outras pessoas, vestidas de branco cirúrgico, no breu da noite, pessoas estas, que diziam entre si, uma terminologia muito complexa, e portando, ainda, muitos utensílios, sendo que foram as agulhas - que espiravam mais droga - que mais chamaram a atenção dele, enquanto duas pessoas vestidas de branco realizavam procedimentos de contenção...

    Que doideira! que fome! - pensou ele, e prosseguiu, em voz alta ("discursando" dentro de uma espécie de "cela psiquiátrica", branca, acolchoada, com cama, um banheiro simples e a porta, trancada):

    _ O que aconteceu comigo? Nem digo tanto o que deve ter acontecido recentemente, duas ou três noites atrás, depois do lixão e das agulhas, também, e, entre o agora - trancado aqui, neste lugar que nem sei qual é... Digo: o que aconteceu em minha vida?! Naquele maldito momento que enfiei a garrafa de vodca, seca, a dentro, por minha garganta, de meu corpo inteiro, eu pedi aos céus que eu caísse, de cara, no chão - esbofetado, estrapilhado e sem lógica alguma, e assim sou, sou o Menino Lobo, o doído, o chapado, o incontrolável, o antissocial, o anti-quisto, o cara parrana, o cara de louco, resumindo, eu sou tudo, mesmos aceito - e eu sou o verdadeiro Menino Lobo, cheio de pelos e de marcas de porradas no corpo; porém se meu corpo é marcado, eu já fiz a vida de minha gente se tornar mais curta, com certeza. Mas é quando eu como digo, disto, destas coisas de morte, eu não me lembro, mas isto ainda deve, também, ser culpa dessas maldita drogas, que corre em minhas veias, que me deram, desgraçados... ! Mas isso ainda é péssimo!, porque sinto que estou tão chapado, como se eu tivesse muito chapado de maconha, e nem tenho mais vontade de fumar minha pedra, meu crack, de desse, alias,me dá, cade minha vontade da dura? Quer dizer, vacilão, que tu tá tão chapado destas drogas que te deram, que parece brisa de chá do amarelo, do hidropônico, do aquapuncturo, do diabo à quatro, e por isto não quer usar seu bagulho do cão, que ultimamente, tem fumando, dia sim, outro também e um dia não?...

    Ele cessa a sua fala e, na sala, começa a tocar String Beam Jean, do Belle & Sebastian. ... and the girls got home... , but the girls are right. Esta música, uma das poucas que ele sabia a tradução, do inglês para o português, significava muito para ele, uma vez que ele a aprendeu no ensino médio, com um professor entusiasta com sua profissão e como folk rock. Tocava assim: I had to leave them in the morning, I left the keys arround the way, I had to go to work. Trata-se justamente do viver a vida de modo "desordeiro", nas farras, nas noites (madrugadas) que viram dia (amanhecer), o famoso estar virado, enfim, a bebida, as drogas e o sexo, sem fim, não necessariamente tudo isto e nem nesta ordem, as tretas, as festas sem começo nem fim, ou como Cazuza diz, na música que eu como Narrador mais aprecio, talvez de todas as músicas, "Eu não tenho data pra comemorar; às vezes, os meus dias  são de bar em bar / procurando uma agulha, num palheiro" (O Tempo Não Para) - e o Menino Lobo achou esta agulha em um palheiro, e ele não esta gostando nada nada disto. Falou, novamente:

     _ Não aprecio estar neste lugar, nesta cela, nem com este som incrível tocando ao fundo, mas de onde vem este som? Por que tudo branco? Porque sem vontade de usar droga química alguma, alias, por que sem vontade de droga nenhuma, exceto cigarros? Por que estou trancado, sem acesso a água, comida e acesso a rede wireless? hum.. !!! Cadê meu smartphone?

     Abri-se um compartimento oculto, na parede, e junto, aparece água, uma jarra com um copo, e uma refeição completa, nada de celular e ouve-se uma voz que diz:

      _ Ora, ora, rapazinho, aproveite a sua comida, é cortesia de minha chefe, uma vez que pelos nossos experimentos, deveria ficar 72 horas em jejum, e só se passaram pouco mais de 12 horas, por enquanto desde o experimento. Mas agora, coma e se refresque-se, seus testes terminaram, se assim eu quiser; mas falta ainda coletar amostras finais de suas condições e estados de saúde, afinal, você passou por um longo procedimento, e posso dizer, que entrou em convulsão, overdose, chame como quiser (você não iria entender a diferença, mesmo), umas três ou quatro vezes, porém, só te reanimamos duas vezes, você está tecnicamente morto para a sociedade, ops, desculpe, este é o discurso de Nikita, bem, você é um morto para a sociedade, ninguém lhe dá atenção, não apreciam sua companhia, e quem é você para dizer que não aprecia este laboratório, esta cela estéril vip?

         _ Já chega - ouve-se uma voz ao fundo.

       _ Bem, é isto - continua a 1° voz - dentro de cerca de 64 horas você voltará ao seu lixão, com seus pertences, incluindo suas 2,2 gramas de crack - porém, duvidamos que você vai usar mais droga, novamente, nesta vida. ... tá bem ..., Queremos que saiba não irá se recordar de nada quando retornar ao lixão, mas nós vamos te acompanhar de perto, bem de perto, e por hora, aproveite sua estadia em um lugar limpo, e tranquilo, pode ser sua única chance de ter isto em sua vida.








Quadro da Postagem - O Dom da Tela Excêntrica
(feito em GIMP, pelo autor do blog)




Feito em Mandriva Linux, com Document made with KompoZer
por  ℮ⅾṩᴑꟿƌŋⅾⱺ, dj e autor do blog,
publicado em Novembro de 2014, escrito em Matão/SP.