Mais
um Século de Falsos (ass nus)
RESUMO DO
POST:
Antes do primeiro suspiro desta
postagem, em letras de sutileza, vamos falar da gentileza? Obrigado amigos,
vocês me dão muitas alegrias, nos muitos e também nos poucos acessos a este
blog; sim, pois, se quando temos 150 view em um dia
falamos, também devemos dizer da semana que apenas 30 pessoas viram este blog.
Mas mesmo assim, obrigado. Pessoas de primeiro mundo, gente de país
desenvolvido. Obrigado Suíça, França, Obrigado Reino Unido. E não podemos deixar
de dizer, obrigado povo da China, obrigado população da Índia,
obrigado povo da Rússia, obrigado mesmo. E claro, thank you, United States and Brazil, que continuam sendo os países que mais acessam este
blog. Thank you, once again. Obrigado, obrigado meu
mais sincero e puro muito obrigado. AGORA, Edsonnando
(DJ, writter) também lê poesias, e logo logo cantará, na internet. E assim se faz um MARK WEB
PERSONAL.
Nesta postagem: Um pouco do paradoxo do
nosso tempo, um pouco de poesia marginal (UNDERGROUND TOTAL), além de Moral
& ética, Literatura e Poesia do Realismo / Naturalismo. E mais um pouco do
século XXI – como um dj do
interior de SP, de uma cidade que nem tem afterhours
constantemente, tem um set no promodj, que obteve mais
de 3,3 promopoints, justamente com a temática “depois
das horas”.
Tudo isto e muito mais nesta postagem
de Livros do Edson, inspirada claramente em 3... 6... 9... seconds of the lights – By Belle & Sebastian.
(Track 01 – A Century of Fakers). Vejamos um quadro
sobre isto:
A Century Of Fakers – Fonte:
http://www.metrolyrics.com/a-century-of-fakers-lyrics-belle-and-sebastian.html
(Original
track perfomanced by Belle & Sebastian, in two
Albums: "A Century
of Fakers" is track #2 on the album Push Barman to Open Old Wounds; AND The BOX Lazy Line CD#03 Track 01.
It was written by Belle & Sebastian: Sarah Martin / Stuart Murdoch /
Richard Colburn / Mike Cooke
/ Chris Geddes / Stevie Jackson / Isobel Campbell / Stuart David)
There are
people going hungry far away
They've got nothing on their plates And you're filling your fat face With every different kind of cake
If
you ever go lardy, or go lame
I will drop you straight away Oh that's the chance you're gonna take For every stupid thing you say
There are
people going lonely, and they'll stay
Lonely far into the year Cause you're making blinkers fashionable And fashionably you'll say,
"All is equal in love and war"
And I'm sorry, but I've got some things to do And you pretend to read a book You'll never finish till the day
That
the author dedicated
To a century of fakers They took your mould and they burned it On the fire in history today
Yeah
the author dedicated
To a century of fakers He was an anarchist He tried his best but it wasn't good enough
La
la la la la
Did I
say I would see you soon? Well I'm sorry
But I just came off my bike And my face is scarred And chance has barred me seeing you tonight
I
was over the other side of the city
And if the truth be known I'd say That you look great from there Before you shaved your golden hair today
Everybody's
trying to make us
Another century of fakers They took you mold and burned it On the fire of history today
Everybody's
trying to make us
Another cool decade of fakers
And
everybody's trying to make us
Another century of fakers Everybody's trying to make us Another century of fakers |
Um Século de Falsos
(Tradução Livre de LIVROS DO EDSON – apenas na 1° parte até o 1° refrão, depois
tem a segunda parte e se repete o refrão):
Há pessoas indo com fome
todos os dias
Eles não têm nada para pôr em
seus pratos
E você está enchendo sua cara
gorda com cada tipo diferente de bolinho
E se você sempre vai
escorregadio ou vai
manco
Eu vou abaixar você longe com
força
Esse é o preço que você tem
que pagar
Por cada coisa estúpida que
você diz
Há pessoas indo solitárias, e
eles estão a ficar
Solitárias por entre o
ano
Porque vocês estão se fazendo
de uns cegos fashion-ados
E fashion-mente você vai dizer
“tudo é igual a amor e
guerra” e
“Desculpa-me, mas eu tenho
pegar alguma coisa pra fazer”
E você pretende ler o livro
enquanto você não vai nunca a terminar o
dia
Aquele que o autor dedica
o
Aos Um Século de Falsos.
Eles tomaram o seu molde e
eles queimaram-na no fogo na história do hoje
Sim, o autor dedica o
Aos “Um Centenário de
Falsos”
Ele era um anarquista, ele
tentou o melhor dele, mas isto não está bom o
suficiente.
|
O Belle &
Sebastian aprecia muito literatura, imagino, porque desde os anos 90, os CDS
deles tem um acompanhamento com histórias nos encartes, as
letras das músicas tem uma grande elaboração narrativa, etc. Por isto,
vai ser mostrada agora uma tradução livre do encarte do CD 3.. 6.. 9.. secds of
Light.
(Fragmentos) 3... 6... 9... Seconds Of The
Light
Era um dia como hoje, realmente
quente, quando todo mundo está fora das
portas, feliz por viver por ali. Jim tinha alguma coisa acontecendo. Um pequeno
projeto que envolvia fazer pôsteres para concertos que poderiam nunca acontecer,
e imprime encartes para gravações que nunca existiram. Ele tem
pego ele mesmo em seis versões do seu “ser”. (...) Ele noticiou um jornal
vivendo dentro de uma máquina. Ele parou e foi pegá-lo. Ele tinha ajudado a tê-lo escrito. Ele pegou e
começou a ler:
Claire e Eu decidimos providenciar um workshop de música
para um grupo de 20 crianças com idade de cerca de 5 anos. Poderia ser atrelado
a uma escola ou um centro comunitário. Crianças nesta idade são muitas
desavergonhadas e enérgicas, com providencias potencializadas dos professores ou
dos líderes do workshop pode-se alcançar uma vastidão ilimitada de
representações musicais. A ideia do workshop é introduzir rimo e melodia num
nível muito básico. Nós também poderíamos gostar de incorporar alguns bem
simples movimentos (como bater as mãos ou marchar) que irão efetivamente relaxar
e instigar as crianças à coordenação e a concentração. Com o conjunto de ritmo, melodia e
movimentos, nós poderíamos também orientar as atenções das crianças para a
dinâmica da música e seu tempo. Para demonstração, nós vamos pegar crianças para
fazerem as performances de seus jeitos,
com a canção variando de velocidade e volume. O Workshop (a oficina) vai fechar
com apresentação da canção.
Para introduzir o workshop nós vamos começando com o
jeitão, ao final de sete minutos. As crianças poderiam ser instruídas a formarem
um círculo esparso. Nós vamos demonstrar a eles marchando e batendo palmas num
ritmo básico de 4/4. Este jogo pode ser bem divertido. Ao se manter as palmas e
as marchas, durante a batida, indivíduos são convidados a criar qualquer som, em
qualquer ajuste, de qualquer tamanho, e sem nenhuma palavra. E a única restrição
do game é que eles só podem fazer os seus sons, em seus turnos, e com a música sempre sendo a mesma. Eles
terão que lembrar o seu som pessoal.
Ele precisava pensar sobre isto
um pouco. Ele teve estes pensamentos num Café próximo. Estava farto de pessoas
comendo e falando ao mesmo tempo (...)
.
|
Belle
A
N
D
Sebastian
|
QUADRO 1
– Edsonnando and Livros do Edson
loves Belle & Sebastian
FONTE:
Elaborado pelo autor, especialmente para esta postagem.
Disseram-me que eu era um poeta
realista. Em resposta, eu disse que os realistas eram todos
fracassados que notaram que tudo é nada, e que tudo é um jogo armado para
bridar crianças da dor. O realismo é o que você vive nas ruas, e quando menos se
espera, abre um livro do século XIX onde a mesma
história já estava lá...
PRIMEIRAS PALAVRAS
(INTRODUÇÃO):
Parece que vivemos a maior
era de informação de todos os tempos, ao mesmo tempo em que a ignorância e o
caos da tolice e da vaidade nunca foram tamanhos monstruosos como também o são
hoje. E só se enganam, e só sofrem da cabeça e já se falecem mutuamente...
Impreterivelmente, sinto
muito meus depois, mas a ascensão da mentalidade humana se deu apenas até os
anos 2000, um pouco antes, 1997, algo como este último ano. Não é que depois dos
anos 2000 não nasceram mais “grandes mentalidades” entre nós, humanidade.
Absolutamente não é isto, acontece sim de haver pequenos grandiosos pensadores,
crianças intelectualizadas, mas digo no geral. Até a minha geração e mais uma,
havia uma competição pelo melhor da classe, o mais aplicado, o mais assíduo,
enfim, havia uma preocupação em ser melhor, para vivermos em um mundo melhor.
Isto se rompeu de certo modo depois dos anos 2000.
Depois dos anos 2000
individualidade e o ser do jeito que se é se tornaram o padrão, e a
infantilidade ganhou vez. Antigamente, as pessoas ficavam sentidas ao ouvirem
uma crítica, hoje, ao se dizer algo crítico para um dos da geração atual, por
favor, faça isto, que é melhor, a única coisa que você recebe em troca (feedback) é
descaso; e se você insistir em argumentar e disser coisas como, mas isso é
incabível, seu sem educação, ele apenas lhe responderá, “é você que é isso”... E
as coisas não se ajeitam, porque parece que o jovem de hoje não quer, de fato, se ajeitar, não quer melhorar, não quer nem saber dos
altos padrões de se comportar e pensar e não quer nem saber das boas e
árduas vitórias da vida.
Mas
olha, olha lá fora. Veja o sol desta hora, das 17:45 de
23 de maio de 2015. Nietzsche disse algo como, quando no entardecer, no oceano,
o sol bate e tudo se torna dourado, até os mais pobres são banhados de ouro
nestas horas, e meus olhos não puderam se conter quando percebi isto. Enquanto
há a beleza da poesia, há a dura constatação da realidade. Não que o Nietzsche disse não é realidade, pode o ser espiritualmente ou
ideologicamente, mas sabemos que a riqueza que a população (e os líderes e
grandes chefes) conta é a riqueza monetária, o dinheiro, os bens, as ações e o
valor que tudo isto tem no mercado. Mas, agora vejamos novamente Belle & Sebastian, em Century Of Fakers (Jeepster, 1997 e 2000;
Trama 2001):
There are people going lonely, and they’ll stay
Lonely far into the year
Because you’re making blinkers fashionable
And fashionably you’ll say
“All is equal in love and war” and
“I’m sorry, but I’ve got something to do”
And you pretend to read a book you’ll never finish till the day.
(Há pessoas indo sozinhas, e
elas ficarão
Sozinhas por entre o
ano
Porque você está se tornando
um cego fashion-ado,
E fashion-mente você irá
dizer
“tudo é igual a amor e
guerra” e
“eu sinto muito, mas eu
tenho que ir fazer alguma coisa”
E você pretende ler um livro
enquanto você nunca está a terminar o dia.
Não
é a nossa era, sem dúvida alguma? Tudo que o Belle & Sebastian cantou nesta
faixa diz exatamente daquilo que queremos dizer neste post:
Individualismo, fazer uma coisa pensado em outra; e o mundo fashion, tão caro e tão volátil,
tão desnecessário e tão desejado por todos. E o livro? Queremos ler os livros
quando não os queremos ler? Como é isso? É a nossa juventude, sem dúvida alguma;
Belle & Sebastian profetizaram o mundo de hoje, pós 2010 na Caixa Lazy Line Painter Jane e este post é sobre o CD 3 – 3... 6... 9...
Seconds Of the Light! O Realismo, a Ética e a Moral. Boa leitura,
amigos. Obrigado por me ajudarem a divulgar este blog na web – LISTAS NO TWITER
– I LIKE IT
1. O Belle &
Sebastian-ano
Confira aqui alguns links de
sons, além de informações desta banda de folk rock
da Escócia
(Reino Unido).
A
Century of Fakers – Versão 1 – LINK AQUI - https://www.youtube.com/watch?v=C4onwosSUzU
A
Century of Fakers – Versão 2 – LINK AQUI - https://www.youtube.com/watch?v=Cpr-oaLCJ70
Direct Mail
do Belle & Sebastian de 19 de Maio de 2014, como segue, na íntegra e
original (B and S irá lançar um CD triplo com o show
que eles fizeram ontem, 22 de Maio e com outros shows, em breve – veja mais na
transcrição do e-mail):
18/05/2015 - Belle
And Sebastian � Live At The Glasgow Hydro Arena: Pre-Order Now!
Since
it's a pretty special home show for us this Friday, we've decided to record it / the event for posterity. We're therefore excited to announce that we've teamed up with live music retailers Concert Live to bring you our Glasgow Hydro Arena performance in bespoke, instantly available three disc CD format, complete with original
artwork and packaging.
This,
our first live album release since 2005, will be completely unedited and available for fans to purchase at Friday's show, with the album available to collect just seconds after the final note of the encore has been sung.
If you're not heading to Glasgow this Friday then fear not, you can pre-order your copy for home delivery right here at a special pre-order price of just �15.
We
will be hand signing one hundred CDs for the first one hundred of you who pre-order the album online for home delivery. You can secure your signed copy by acessing our oficial web sites (see belox):
2.
O Realismo e o Naturalismo
Segundo
Faraco e Moura (2000, p. 166), os
principais pontos chaves, resumidos, do Naturalismo / Realismo, são:
1.
Objetividade do
Narrador;
2.
Nivelamento do homem aos demais seres do
universo;
3.
Não idealização dos
personagens;
4.
Condicionamento dos personagens ao meio físico
e social;
5.
Concepção do relacionamento amoroso como um
fato predominantemente fisiológico;
6.
Predominância do espaço
urbano;
7.
Tendência do escritor a se ater ao seu tempo
histórico; e
8.
Linguagem mais simplificada do que a usado
pelos escritores românticos.
ILUSTRAÇÃO
1 – Capítulo 9: Realismo e
Naturalismo
FONTE: Livro Literatura Brasileira - Editora
Ática – Versão do Professor (FARACO & MOURA , 2000 p.
155)
A prosa realista (romances e contos), segundo os autores
citados (Faraco & Moura, 2000, p. 166 e 167), apresentam-se, sinteticamente,
conforme o quadro abaixo.
PROSA
|
POESIA
| |
Romance
|
Conto
|
É
conhecida como o movimento Parnasianismo, exemplo:
|
Tendência
Realista
|
Tendência
Naturalista
|
“Ao Coração que sofre, separado
Do
Teu, no exílio em que a chorar te vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com
que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem
só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter
na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não
me envergonham: pois maior baixeza
Não
há que a Terra pelo Céu trocar;
E
mais eleva o coração de um homem
Ser
de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar
na terra e humanamente amar.”
-
Fragmento de Via Láctea. BILAC, Olavo. Obra reunida. (Rio de Janeiro: Aguiar,
1996; p. 126) apud Faraco e Moura (2000, p. 202).
|
1.
Realismo Interior
(Psicológico):
Vale-se
da observação, introspecção e análise subjetiva dos conflitos interiores do
homem. Aventuras e afazeres tem pouca importância, pois só o mundo interior do
personagem é que interessa ao autor. Machado de Assis é o maior destaque
desta tendência.
|
Caracteriza-se,
deveras, pela análise científica da realidade concreta das coisas (também
conhecido como o Realismo Exterior) – que, claro, difere-se do realismo
interior, psicológico.
Destaque
para autores como Aluísio Azevedo,
Inglês Sousa e Adolfo Caminha.
| |
-
Subgrupo da literatura Naturalista
| ||
2.
Impressionismo:
Processo
que preza pela criação de um texto ao quais as dimensões própria e exata das
coisas tem pouca importância, o que importa é a impressão que se quer passar a
quem observa. Geralmente, o enredo não tem uma sequência clara e lógica, mas
constrói-se a partir de fragmentos daquilo que o observador (narrador, leitor)
capta da realidade exterior.
O
autor Raul Pompéia, com o romance O Ateneu ilustra muita bem esta técnica.
|
Explorando e levando aos extremos a nova moda
naturalista, lançavam-se várias obras sem valor literário, mas que conquistaram
uma legião de leitores, graças ao EROTISMO EXPLÍCITO ou OBSCENO. Jornais da
época chamavam tais textos de “leitura para homens”, em alusão que as
digníssimas mulheres da época poderiam se ofender com as palavras; ainda a dizer
que o naturalismo não era um artístico da natureza. Eu diria, assim “as coisas
como, de fato, elas eram / são”.
Títulos
deste subgrupo: A carne, Júlio Ribeiro, leitura “séria”.
Todavia, temos: As Sete Noites de
Lucrécia, Os prazeres de Rosália, Um Homem gasto...
etc.
|
QUADRO
2 – Características de prosa e poesia Realista
/ naturalista
FONTE: Elaborado pelo autor; adaptado de Literatura Brasileira - Editora
Ática – Versão do Professor (FARACO & MOURA , 2000 p. 166 e
167)
3.
A ÉTICA E A MORAL
FONTE: Elaborado pelo
autor
O
quadro está em PT-BR, por isto, vamos explicar alguns
pontos:
·
Sun Tzu: Naquela época, claro, a
informação não era difundida. Os ensinamentos de Sun Tzu se referiam a dominar o Caminho, o Dao, para vencer cada inimigo e sempre triunfar.
·
Jesus: Ele veio para abolir o
olho por olho e o dente por dente. Jesus pregava o amor ao próximo, o respeito,
a obediência e a resignação.
·
Machiavel: Ele ensina como se tornar
imperador, ou seja, como administrar os seus reinos e principados. Realmente se
punha em prática tais filosofias e voltou a se dominar pela barbárie e pela
força.
·
Nietzsche: Ensinava a teoria do
Eterno Retorno, do Homem Superado; ele analisava cada aspecto histórico e
filosófico de seus predecessores e através disto, criou uma filosofia do
martelo, que derrubava velhas lendas e ídolos, pelo estudo e pela razão
filosófica.
·
Gibran: Ele pregava sobre a
superação espiritual da humanidade, com conceitos abstratos e práticos de boas
ações e atitudes que nos faze superar a dor e não causar mais sofrimento aos
nossos semelhantes.
Considerações
Finais (what about the
underground).
Assim, mesmo com milênios de
moralidade e consciência, tem pessoas que preferem se delongar em suas aventuras
e peripécias; nada contra, cada coisa tem um tempo no mundo e na vida, só
acreditamos que coisas muito mais importantes poderiam ser feitas.
E
para fechar, alguns poemas de Edson Fernando sobre a questão do realismo,
simbolismo, do subgrupo naturalista e sobre as atitudes marginais e decadentes.
IDADE 18+ POEMAS RECOMENDADOS PARA
ADULTOS (POESIAS MARGINAIS ORIGINAIS
– SEM CORTES):
FUROS
Meu olho já tá bem
aberto
E o arregalo
mais
Para ver e
dizer:
_ Não é você quem gosta da
droga,
É a droga que curte
você.
Ela quem te
encerra:
Enquanto pensa que
usa,
E usado e
consumido
Por toxinas, princípios
ativos e grana.
Fumar e chapar com
amigos,
Beber e chapar com
conhecidos,
Chapar e chapar de modo
desmedido.
É um
perigo!
Uma dose além e a morte
vem
Uma dosa a menos e a
paranoia vem.
Se quem se dedica aos
vícios
Se dedicasse ao amor e ao
altruísmo
A pessoa teria mais
neurônios, mais felicidade,
E não teria medo de
despertar de manhã.
A pessoa não destruiria a
sua cara,
Pois quem fuma na lata dá na
cara
E essa pessoa fica marcada
como “Noia”.
E as vozes ressoam forte
enquanto o drogado
Vai pelas ruas atrás de
trocar notas por crack.
Fura a lata e abra um buraco
negro no cérebro
Fume na lata e se acabe de
verdade;
Se você está sem rumo e
fuma,
Ai sim, você sai de si, se
reperde e se repete.
MACHISMO IDEOLÓGICO
RELIGIOSO
I
Vamos esclarecer 1 (uma)
coisa:
A mulher não foi feita da
costela de Adão,
Muito menos ela foi criada
para servir aos homens,
Acontece o
seguinte:
O universo é construído a
partir
De princípios integralmente
distintos
Que se atraem ou
repelem.
No nosso caso, feminilidade
e virilidade
- coisas ambíguas, que
juntas formam a HUMANIDADE,
Juntas:
Ninguém é 100%
Viril
Ninguém é 0%
Viril.
Torno a prosa
matemática.
Somos um MIX de HOMEM e
MULHER,
Pergunte a um
endocrinologista;
Ou
seja,
A prevalência é relativa a
cada um.
Uma mulher pode ter mais
hormônios masculinos
Do que o próprio machão
másculo que a deseja na cama,
E isto não indica submissão,
não é não.
De forma
alguma.
Pois o homem ou a
mulher
Acabam provando a ferozes
predadores
Que a inteligência substitui
sentimentos de luta & caça.
O escuro, ou a experiência e
a porta.
A garganta está
irritada.
Edmundo
diz:
“_Perder é
ruim;
tô fazendo
terapia
e vai
passar.”
E eu que estou acostumado
a perder
sempre
tenho que
experimentar
e me viciar na
vitória;
vou participar de corridas de
turfe.
Eles pensam no
futuro:
Eles pensam no
dinheiro.
O homem crê que
sente
O que é melhor para a
família,
O homem, o chefe de
família;
O melhor chefe é
aquele
Que já passou pela
submissão
E sabe bem das deficiências
de quem manda.
Tudo está intimamente ligado
as tuas crenças.
O que prefere
realmente
Ressoa com tuas ideias e
sentimentos?
Acreditar realmente é a
chave
E quem acredita não
duvida
Nem hesita ou teme,
nem caga nas calças, apesar de
as poder borrar ...
Não há quem manda,
apenas,
O homem não nasceu para tal
coisa
E a mulher para determinadas
outras coisas,
Todos nós podemos fazer o
que queremos.
E a crença é a chave para
tudo.
Minha mulher é
minha
Meu trabalho me
sustenta
Eu faço filhos pra mostrar
como sou bom de caralho
Se precisar eu mato, senão
der, eu fujo,
Sou tão macho quanto eu
posso
- e ainda falta muito para
você o sê-lo.
Ideais assim, ainda faltam
muito para a verdade
Mas infelizmente são ideias
assim que o mundo tem.
O homem robusto, sem
graciosidade,
Não é apenas questão de
biótipo
É uma questão de
crença
No homem cabra
macho.
Diria, eu, se não fosse
obsceno:
Sou de tanto modo
macho
Que eu sou macho
mesmo
(sei, só te chupam por trás aos
domingos);
Eis o macho de
fato:
A aranha
que chupa todo o
carrapato.
II
Ser
macho
É aguentar as intempéries da
vida,
É sorrir ao ensinar os
filhotes,
É não reclamar, mas
fazer;
É ser do bem com os outros e
a vida,
E ser puramente forte com os
maus.
CRIADOROS (Hardcore Poem)
I
Acontece o
ato
Segure-se no palito que
sustenta a laje
Ondule-se avante, atrás,
ritmicamente:
_ Deixa só eu
meter.
Muito
álcool
Tanto que derruba o
copo,
Cheio de catuaba
gelada,
E nem consegue
dizer
E nem consegue
fazer
Mas faz, catuabeiro.
Nas ruas claras, crianças
mostram a bunda
Com a cueca enfiada no rêgo,
Meninos de onze anos que
dizem:
_ Tô com vontade de comê um viado.
E depois, a bicha é quem é pedófila.
Sendo que são os garotos
quem querem
Tentar
gozar.
Tudo está na
cor.
Alguns já
sabiam
E deleito-me
facilmente
Desesperanço-me
facilmente,
Mário, Maria, João,
Joaninha,
Mel de Brotas, as trilhas de
Brotas,
Cachoeiras
dobráveis,
O tal sapo teocida,
A perereca da
cadela
Rocks Pops com Hot-pockets
Contemporaneidade.
Nudez total na casa que um
pedreiro e um servente
Constroem, no prumo, com as
mãos calejadas...
Perguntas, dúvidas,
penetrações calorosas
E depois, ou melhor, na
hora,
Nem responde,
Palavras não saem da
boca,
Só enrola a
língua,
Sou fantástico
calado,
Mas foi bem e
depois,
Ora, depois enfia o dedo no
orifício dilatado
Só para sentir o gosto do
outro.
Cheiro de
sexo
Cheiro de
homem,
Coisinhas fruídas,
Embriaguez,
Entregas totais,
Corpos que se chocam
intencionalmente.
II
Estou no contra
fluxo
Caçando um turvo
obscuro,
Fico alterando rotas
seguras
E já fui notificado pela
vigilância sanitária.
Minha vida é um caso
público
E as adversidades me
motivam,
Check in em
empecilhos
Cães que sobem nas
telhas:
Olho pro bar – caras a me encararem –
Meu pé visita a
poça
E concluo
imponente
Andar por
aí
Com os bicos dos sapatos
ensopados.
Eu carregando um ancião,
três vezes bêbado,
Eu e mais
outro...
Insustentabilidade do
transporte do velho ruim,
O outro
para,
Eu
insisto
O outro corre, foge ao longe
de minha vista embaçada
E deito o velho e o despus –
outro doido –
Horror a rua, na hora de ir
a missa.
Terminando roubando bolsas
vermelhas de prostitutas.
Para ir pegar um chá e uma
pedra treme queixo até umas horas:
Quando entra em contato com
a substância aloprada
Ao extremo, é necessário que
teu corpo
Esvaia todo o resto, pois
agora, nada mais importa:
Lança o almoço de domingo
nos muros,
Cospe sorvete de pistache
nas ruas que passa,
Vômitos ubíquos,
generalizados...
Em casa, fuma e acende
(não vai conversar com a
mamãe).
Fica inerte em pensamentos
impensáveis
E repleto de sentimentos
insensíveis.
SEXTA FEIRA
SANTA
‘fazemos a via sacra dos
homens
numa longa estrada de
terra
vendida para a construção de belas
chácaras,
amontoados de entulho e de
poluições,
fluxos incessantes de
gente:
orientais, tranqueis, eres nus,
casais,
canários, Hondas e frangos de frigorífico.
Nós, em segundo
plano,
Nós os câmeras
poéticos.
Todos exibem o que há sob a
roupa íntima,
Todos correm, esperam,
pedindo
Todos furam lata, bebem
marafa,
Cantam MPBs clássicas
E RAPs desconhecidos.
Nós, filmamos
tudo,
Editando e
climatizando a fita.”
Chapação extremada que lhe faz
pedir:
_ Dá pra mim ou vamô lá?
Ele deu pra
mim,
Drama de
querer:
_ Chato zoando.
Um bilhete para Gigi.
Sendo-o!!!
Numa capa de
hospital
Um enfermeiro põe a sonda
que retira meu mijo,
Nem me
movo,
Estou
mal,
Eu sofro de graves
danos,
Vários demonhos me possuíram
E arrasaram com meu corpo.
Foi lá
mesmo
Fui estuprado
inteirinho,
comeram até meu coração, destruíram
meu fígado
tudo se foi com
o
ácido espiritual em contato com a
carne.
Agora vejo com a
atmã
E lá estão
eles
- espíritos obsessivos –
Lá estão eles dentro dos
corpos dos ‘cara’ que se acham bom,
Que foram pro mato fumar pedra
E com certeza, beber pinga,
E, pela noite, vai acontecer
uma orgia
Regada com muita droga,
cana, cinza e barro.
Vão tossir por
seis
E vomitar só
líquidos
Não temem nem o
nada:
Se morrerem, já o
estão,
Se vivem, algum dia mais
não;
Mas se sentem
cheiros,
Atiçam a
vontade:
Cheiro de bunda,
lamber;
Cheiro de rabo,
meter;
Cheiro de olho azul, enfiar
a língua na boca;
Cheiro de fumo,
enrolar;
Cheiro de escuro,
gozar;
Cheiro de cachaça,
cair;
Cheiro em fumaças,
consumir;
Cheiro de pedra, para-noiar.
E volta o depois:
masturbação coletiva de homens casados.
Assim, pois, é melhor não
ter nada
Do que ter e não
dividir
E vai, jogue buraco com os
outros
E negue-me mais uma vez,
pois a aversão me faz melhor,
Aos teus olhos toscos, eu
sou o pior de todos,
Mas só eu aguentei até este
ponto. E canto:
“If you going to San Francisco...
some flowers in your head...
If you Going to San Francisco”
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