blog de Escritor: Edson Fernando

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Aproveitando as imensas facilidades do mundo on line e, também, aproveitando o imenso conteúdo que tenho de material escrito, resolvi transcrever uns livros on line.
É um projeto longo, acho que vai levar um tempo, mas as semente foram lançadas. E ora, os frutos, os frutos serão os mais variados possíveis, como agregar novos leitores e aumentar a minha visibilidade,além de proporcionar um pouco de diversão e cultura gratuitamente a todos vocês.Espero que gostem!

Boa Leitura, Leitores Amigos.

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terça-feira, 27 de junho de 2017

O que é Que Nós Temos por Aqui!


O que é que nós temos por aqui...



RESUMO: Postagem #161 de blog Livros do Edson. Tratando de coisas naturais, do natural e das Forças da NATUREZA; tratando ainda de fatores místicos da natureza e da espiritualidade. Além disto, abordando o sucesso e a alegria da vida: a alegria da dança, da dance culture, dos breaks, do hip-hop, e da dança em geral, da electrônica à música folk. Post que trata do bem viver e o bem aproveitar o estar psíquica e espiritualmente em um corpo físico, nas formas em que ele se nos apresentar. Post sobre o cotidiano, sobre música, dança e sobre o se manifestar.



Parte I – Ayahuasca e Jurema


Imagem 1: A ayahuasca (cipó-dos-espírito).
Fonte: HYPERNESS (2016, Endereço eletrônico em <http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2016/06/ayahuasca.jpg>).


Quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, eles encontraram por aqui um cenário verdadeiramente paradisíaco, tal como a perfeita sintonia entre as civilizações, ou melhor dizendo, entre as comunidades, aldeias e tribos indígenas e as Forças da Natureza. Este equilíbrio acontecia graças à absoluta compreensão – para as suas necessidades – que o índio tinha e tem sobre as coisas da Terra, da vida em conjunto com o mais pleno equilíbrio das Forças da natureza, contemplando ainda o respeito e a lida séria e pretensiosamente bem intencionada com estes ecossistemas e forças.
Mas não apenas das coisas da terra, como se perceberá, é que o índio tem e tinha este conhecimento. De fato mesmo sem conhecer nada sobre Jesus, ou sobre as divindades egípcias, como Isis e Anúbis outros, e sem saber nada sobre o senhor KRSNA ou sobre as lendas chinesas, os índios brasileiros já sabiam que no mínimo haviam dois mundos: um físico e o outro espiritual. E as forças da natureza vão de um a outro, de uma forma ou de outra. E isto não é um enigma, mas sim é assim mesmo, segundo a concepção desta teoria, que desenvolve-se agora.
As Forças da natureza, podem ser entendidas como o conjunto formado pelo ar, os ventos, as semeadeiras naturais da natureza; o fogo, o elemento, que invoca ainda o preparo dos alimentos e dos artifícios especiais para as guerras; a água, e toda a força de Iemanjá, espíritos e seres-elementais das águas, que comandam as marés, os fluxos pluviosos e a intensidade das cachoeiras; e a terra, que dá vida aos vegetais e dá suporte às atividades dos seres humanos. Há ainda as forças dos animais, dos seres conscientes e encantados, a influência das plantas, e também dos minerais, da lua e do cosmos e etc. E tudo isto são as Forças da Natureza, conhecidas coletivamente assim – como se expõe agora.
Há ainda dois ou três elementos adicionais às Forças da Natureza, que são os subconjuntos, ou conjuntos externos e com algum grau de relação aos oito elementos do conjunto principal das forças da natureza expostos anteriormente – que são: ar, fogo, água, terra, seres animais (divididos em conscientes ou não, físicos ou encantados) seres vegetais, minerais e fatores da cosmologia –, estes três agora citados são formados pelo subconjunto das: forças mentaisforças sentimentais e situações dualísticas (como luz e trevas; longe e perto; espaço e tempo e etc. – isto, das situações dualísticas, basicamente são: os opostos, antagônicos ou complementares; ou ainda os iguais, distintos e complementares). Dois ou três porque algumas outras concepções das Forças Naturais, ora consideram apenas o espírito, outrora apenas a mente, desconsiderando o outro aspecto envolvido na existência ou dando-lhe uma natureza secundária.
As forças da natureza compreendem tudo que é preciso se saber, seja atualmente ou futuramente sobre a realidade e a subjetividade cosmológica das terras, das coisas e dos seres. Ela pode ser compreendida como a própria essência, apesar de a essência em si ser tanto uma ideia quanto um espírito. Evidentemente, isto exige uma saída de si, e de certa forma uma alienação, ou uma consciência da verdade, tal como os místicos afirmam. Esta saída de si, se faz com meditação, ioga, rezas, uso de certas substâncias e energias e etc.
The yin, the yang, the sun, the moon, the star” (Foremost Poets - Moonraker Is Freemind [Foremost Poets Vs Dj T] VS ALAN FITZPATRICK – Amsterdam; Published by Hat Fish Music, P & C 2009 - 8Sided Dice Recordings).
Melo (2012) estudou a UDV – União do Vegetal –, a Jurema, a Ayahuasca e demais assuntos correlacionados, principalmente os assuntos espirituais, místicos, ritualísticos e outros.
A Jurema é tanto uma tradição, um conhecimento, uma planta, uma entidade, um símbolo de uma região e [símbolo] da significância cabocla e indígena para o brasileiro consciente de suas condições e lugares no mundo – consciente, independentemente de em qual lugar que ele esteja agora e de qualquer que seja / era este período de agora –, no agora em que for.


Imagem 2: A Cabocla Jurema.
Fonte: Extraído de site de Jeff Celophane (2011, Endereço eletrônico em <https://jeffcelophane.files.wordpress.com/2011/08/cabocla_jurema.jpg>).

A Jurema, tal como a Ayahuasca são vegetais, que desde muito tempo já eram de conhecimentos de índios e caboclos os seus potenciais, e que são tidos como “mágicos” por muitos. A jurema, se não me engano, se trata de uma planta do semiárido (vide Figura 3), enquanto que a Ayahuasca (Vide Figura 1) é um cipó do região amazônica; enfim são então duas plantas brasileiras com alto poder alucinógeno e de autoconhecimento ou místico.
A Jurema tem um ciclo simbólico como afirma DMT; Núcleo Saint Germain (S/d), ela morre (isto é, seca-se) e renasce (reaparece vistosa); e isto representa um simbolismo sagrado para tais tradições nativas. Analogamente, isto pode ser associado a reencarnação de quem observa o ciclo desta planta e / ou mesmo, ainda, isto pode estar tratando da relação da planta com a água.

Não é difícil entender porque a Jurema seria sagrada para os índios nordestinos antes da chegada dos brancos. Além de seu caráter alucinógeno e do seu comprovado uso nas guerras e ritos de passagem, a Jurema, enquanto planta, desempenha um papel central no ecossistema semiárido das caatingas nordestinas: durante os longos períodos de estiagem, quando a paisagem do sertão fica cinza e vermelho, apenas ela e o cacto do mandacaru resistem verdes e com reservas de água. Na verdade, no auge da estiagem, a casca da Jurema seca enquanto seu interior permanece viçoso. Quando a chuva volta, a casca seca cai e a árvore reaparece jovem. Esse fenômeno dá margem a uma longa mitologia de lendas e cantos envolvendo os ciclos de sazonalidade e morte/renascimento. Mas, ao contrário do mandacaru, do qual o sertanejo pode extrair água durante a estiagem, a água da Jurema é completamente inacessível ao uso humano (DMT; NÚCLEO SAINT GERMAIN, S/d, p. 3).

Deve ser notado ainda que a Jurema junto com o mandacaru são duas plantas que resistem verdes enquanto que tudo ao seu redor seca, isto porque tais plantas tem reservatórios de água, sendo que a Jurema é a única destas duas plantas que não fornece acesso de sua água aos animais, e ao homem (DMT; Núcleo Saint Germain, S/d).


Imagem 3: A Jurema Minosa.
Fonte: Extraído de site 2 BP - Blogspot (S/d, Endereço eletrônico em < https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8ZGBPJ93dV_OAyv6pYeKNCwY99uTF30M04fqIacfXrF2IzoO79dUl4Lb96uq9vAQmnIduV8kKvTCJpdw3m-KuyfClg_5ofd-w-yjzuhqXmAWapn8euByMlj99eoKvSzBtY8QZ3XuDukLh/s1600/shrub-0_web.jpg>).

Já a Ayahuasca é uma planta, também, ritualística, mas de outra região do Brasil; dizem que o uso delas foram unificados – Ayahuasca e Jurema – por Irineu, através de uma iluminação; isto quando do desenvolvimento das religiões, dogmas, terapias coletivas Santo Daime e Alto Santo, por volta de 1930.
Mas sobre isto ainda, Melo (2012) diz que a “hoasca, [que é um] chá formado por cipó e folha e, conforme seu “merecimento”, tem burracheira” (MELO, 2012, p. 6).  Isto é, a autora Melo tomou o chá de burracheira, porque era isto que a referida autora estava pronta para ver e saber. E provavelmente mesmo sendo uma pessoa letrada, em se tratando de mundo espiritual, poderia estar ainda começando ou reformulando as suas descobertas primeiras nesta dimensão.
Mas ainda, percebe-se que não adianta muito misturar estas coisas espirituais todas, com o conhecimento humano, e que o melhor que se tem a saber, por hora é que o cipó transforma quem o toma, é adepto e está pronto para ver, em um Mestre Espiritual, semelhante a “assumir a consciência” do mentor do médium, ou saber uma parte do que o guia [espiritual] sabe ou é. Ou o transforma em outra coisa, isto porque já que com as folhas se trazem a toma o conhecimento do burracheira. O burracheira é um nível espiritual que dá um acesso ligeiramente menor do que o que é oferecido na experiência do Mestre.
Já o cipó-dos-espíritos em doses extravagantes, e que por vezes misturam os cipós e as folhas, recomendado para quem já está acostumado com este ritual, segundo os relatos dos próprios mestres, enfim, o cipó-dos espíritos traz a toma conhecimento do Mestre-Burracheiro, ou seja, é a união dos dois, em uma coisa só. E isto muita vez está associado ainda a metonímia ou a se tornar parte, ou em completo, se tornar o vegetal, ao menos temporariamente e perspectiva, segundo relatos apontados por Melo (2012). Então, presume-se que o cipó-dos-espíritos é o que fornece o mais intenso destes usos apontados que são obtidos com as plantas tratadas e é recomendado para quem já tem vasto saber espiritual.
Isto ainda está em conformidade com o que se observa com o “depoimento de uma frequentadora do Santo Daime entre os anos 30 e 40 aponta a incompreensão sentida pelos adeptos do culto de Irineu, formalmente iniciado em 1930 na Vila Ivonete, em Rio Branco” (MELO, 2012, p. 24).
Deve ser mencionado que o começo das manifestações espirituais envolvendo o Santo Daime ou o culto a ayahuasca, era muito associado a presença de espíritos ancestrais e muito enraizados a esta terra brasileira, tal como espíritos de caboclos e outros; todavia isto não era encarrado como algo positivo e isto tinha de ser exorcizado, por isto houve também as modificações de tais seitas, religiões, dogmas, enfim, o que fez surgir outros usos e aplicações, mais ou menos mediúnicas e espirituais envolvendo o santo daime, que é o chá feito a partir de um preparado [de ervas] que contém ayahuasca e jurema, e suas variações.
Melo (2012) faz distinções entre o Santo daime e o Culto da ayahuasca, que apesar de terem semelhanças óbvias, como o uso do chá alucinógeno, também tem certas diferenças.

O termo “culto da ayahuasca” aqui utilizado designa ritos de grupos religiosos nos quais o contato com espíritos é capaz de interferir na existência humana. A natureza da relação entre humanos e não humanos, o grau de institucionalidade e a ênfase na moral são pontos importantes na diferenciação entre os cultos da bebida. O uso indígena do chá ayahuasca no noroeste amazônico é ancestral. O nome é quéchua e significa “cipó dos espíritos” (MELO, 2012, p. 35).

OU seja, aqui se está a dizer mais da quéchua. E ele, o cipó-dos-espíritos, remete a conexão do ser humano com seus lados mais primitivos e ao mesmo tempo mais sublimes, contemplando visões e sutilezas do que é o mais sublime de sua natureza física, humana, e, também, da natureza não humana, ou espiritual.
Atualmente a UDV sintetiza muito deste conhecimento, em uma associação religiosa xamanística entendida como igreja evangélica ou associação propagadora de uma doutrina neo-evangélica espiritualista. Foi Gabriel, conhecido de Irineu quem desenvolveu este conceito e organização conglomerativa da UDV ou da União do Vegetal.

Entretanto, a explicação institucional de um “recurso” do Mestre é uma interpretação, entre outras possíveis, e que parece corresponder aos anseios da autoidentidade da UDV, pois tem sido assimilada pela doutrina e seus seguidores. A perspectiva que ofereço a seguir percebe a afirmação em análise não como um rompimento de Gabriel com a possessão, mas uma reinvenção do transe mediúnico com a ayahuasca. O contexto biográfico do líder udevista é de um baiano do agreste que na infância efetuou atos de cura mágica, frequentou terreiros em Salvador e em 1943, aos 21 anos, chega à Amazônia. Lá, ele busca um “tesouro”, desenvolve-se como médium e dá, em seu corpo, “passagem” a vários “caboclos” ou “espíritos curadores”. Mas sua “evolução”, categoria cara ao Kardecismo e à Umbanda, ainda estava para acontecer. A evolução alcançada por José Gabriel ocorre quando ele bebe o vegetal, cocção de ervas nativas da floresta, recorda-se de suas vidas passadas, encontra-se consigo mesmo, e alcança o grau máximo da evolução espiritual. Gabriel opera uma inovação na tese do continuum mediúnico de Cândido Camargo, pois, assim como o “cavalo” na Umbanda (Camargo op.cit.: 37), e do mestre na Jurema, absorve a sabedoria dos espíritos que recebe, e torna-se ele mesmo a entidade anteriormente incorporada (Assunção 2006; Salles 2010). O Mestre conhece a si mesmo, sabe quem ele é e, nessa condição evolutiva, comunica aos seus discípulos ser ele mesmo o Sultão das Matas, entidade rei da mata, e detentor dos saberes de cura do sofrimento humano. Afirma também ser ele a burracheira. O “cipó dos espíritos” transforma Gabriel no caboclo Sultão das Matas e na burracheira, expandindo seus poderes de cura. Através da metonímia burracheira-Mestre, o adepto da UDV, ao vivenciar o transe nativo, realiza o encontro extraordinário com o “guia” exclusivo da bebida. Do ponto de vista local, entende-se que a primeira burracheira do adepto da UDV é diferente porque a pessoa está mais perto do Mestre, e ele aos poucos “vem mostrando para a pessoa ver”. “O Mestre vai te mostrar, se você estiver pronta você vai saber, é só você ir sentindo”. Tal afirmação misteriosa foi-me feita diversas vezes e paulatinamente esclarecida como aquilo que toca os determinantes da conduta no caminho da evolução espiritual, calcados no aprendizado do sentimento como uma afetividade domesticada, em contraposição à emoção. Essa, tida como desruptiva e de fonte duvidosa, deve ser lapidada na direção do sentimento, estável e construtivo. Esse é um ensinamento central do conhecimento de um Mestre que ensina, dentro da cabeça do adepto, o que é o coração, o sentimento. Tal sabedoria é acessível àqueles que querem evoluir e agem no mundo em conformidade com a conduta prescrita. Volição e ação os capacitam, pelo “merecimento”, a “subir ao astral” e “conhecer” o que é o espírito, a essência, o autoconhecimento (MELO, 2012, p. 30-31).

Ou seja, tudo isto partindo de uma experiência religiosa, mediúnica, contendo ainda aspectos de xamanismo e de doutrina espiritual.  E também da metonímia, e talvez por isto UDV? Sendo que talvez nisto que elas se diferem essencialmente do espiritismo; espiritismo que sempre disse que a metonímia é improvável porque ela remete a um estado evolutivo inferior ao homem, e isto não existe na escala de encarnação kardecista; mistérios a parte, Melo (2012) ainda assim diz sobre a ética da União do Vegetal.

A ética udevista, como no conceito de domesticação do sagrado (Bastide 1975), não abre mão da magia e do êxtase, englobando-os como forma de equilibrar diferenças e equacionar ideias forças úteis à comunicação religiosa em seu meio social de expansão, a classe média. Considero a religiosidade em tela como parte do crescimento do espiritismo no Brasil, fecundado nas bordas do espiritismo popular, com quem dialoga em tensão ao orientar-se para um branqueamento das práticas mágicas, que se legitimam cada vez mais ao tecer aproximações com uma demanda do sujeito contemporâneo, o autoconhecimento guiado pela revelação da verdade do “eu”. Acredito que constituir o êxtase ayahuasqueiro, e seus processos simbólicos, em objeto de pesquisa centrado nas linhas urbanas na ayahuasca, porta contribuições valiosas ao estudo do transe mediúnico e seus modos de legitimação no meio urbano brasileiro (MELO, 2012, p. 35).

Deve ser notado que tanto as experiências proporcionadas pelo quéchua, ou pela Jurema quando a Ayahuasca, pelo Santo Daime e etc. tem muito em comum com a Teoria dos Forças da natureza apresentada neste post, e que também se relaciona muito com os filósofos naturalistas ou os filósofos da natureza. Mas cada uma se serve a um ponto, que pelo exposto o leito já deve ter notado que:
·       Os filósofos da natureza estão mais ligado a essência propriamente, talvez, almejando ao átomo, a comprovação física da realidade concreta das coisas; por assim dizer.
·       Já os que praticam o culto da ayahuasca e da veneração a Jurema estão muito ligado aos mistérios espirituais e as pontes da consciências e dos estados de tempo, vidas passadas e etc.
·       Cada uma tem seu valor, e a teoria apresentada de modo sintético sobre as Forças da Natureza pretende por abranger o fator da psique ou da mentalidade a estas equações e sensações todas.

Esta teoria tem pontos em comuns e outros suplementares à ideia essencial dos Filósofo da Natureza, tal como isto é observado por Gonçalves (2006). Apesar que em tese, ser algo improvável a compreensão total da filosofia da natureza antiga, porque dela apenas tem-se fragmentos. De todo modo, segue-se com a citação da autora Gonçalves (2006).

A filosofia começa cerca de 200 anos antes de Aristóteles, na região da Grécia localizada na costa da Ásia Menor. Os filósofos jônicos são considerados os primeiros filósofos da natureza ou “physiólogos”. Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Diógenes de Apolônia e Heráclito deixaram alguns poucos fragmentos, cujo tema fundamental é exatamente a physis. A maior preocupação desses primeiros filósofos era encontrar uma substância originária ou um princípio fundamental a partir do qual todas as coisas seriam constituídas. Visando solucionar alguns problemas derivados dessa busca, os filósofos pré-socráticos que se seguiram estabeleceram algumas teorias de inegável universalidade conceitual, como, por exemplo, a tese sobre a constituição do universo a partir de quatro elementos; o conceito da matéria e a hipótese de sua estrutura atômica; a ideia de uma harmonia universal, atribuída por alguns deles à ordem matemática, ou ainda a teses sobre as relações entre matéria e força e entre orgânico e inorgânico (GONÇALVES, 2006, p. 13-14).

Este é o cenário perfeito exposto pelos filósofos naturalistas e esta era a situação do Brasil na época de seu descobrimento. Assim, a vida já funcionava muito bem neste país pré-histórico, sim: a perfeita harmonia entre os conjuntos e subconjuntos expostos acima está em total conformidade com o padrão civilizatório e organizacional da comunidades indígenas e autóctones daquele tempo. Claro, áreas intelectuais ou filosóficas, como matemática e estética, por exemplo, eram muitos relacionadas as Forças da Natureza na época dos índios como exclusivos moradores do Brasil (sendo que eram fundamentais nas formas e nos modos dos índios, enquanto que assim como serviam aos índios, para o homem europeu, em contraparte não tinham finalidade alguma estes conhecimentos – naquela época), de modo que este conhecimento, até hoje é mais oral e intuitivo do que embasado em moldes acadêmicos, por outro exemplo. Mas as relações entre material e força, as relações entre as atuações orgânica e inorgânicas, e outros ciclos e associações eram, sim, observadas na concepção indígena anterior ao descobrimento do Brasil.
Porém, como foi com a chegada do homem europeu no Brasil, todos sabem, que houve a imposição civilizatória-católica, onde os índios tinham que se “branquializarem” (tornarem-se brancos) ou seja, tinham que se converterem ou serem catequizados, educados, e postos à viver em sociedade, nem que seja a margem dela, de uma sociedade basicamente europeia com ares colonialistas. Ou seja, Portugal e a Europa eram a sede, o Brasil antigo era apenas um colônia que a nobreza e alguns cidadãos europeus desfrutavam mais ou menos como queriam. Enquanto isto, a população brasileira, se formava, miscigenando-se e sendo aceita ou relegada aos guetos ou as instituições, sejam as instituições religiosas, do governo, de terceiros e etc.
Interessante de se notar que não há problema algum em se civilizar, isto é, construir cidades e mesmo se filiar a religiões ou dogmas, sejam estes nocivo à saúde ou não; como não mostra ser a católica, religião que muito pelo contrário tem feito muito bem e doutrinado de modo lúcido os seus fiéis ao redor do globo terrestre, mas algumas religiões ou dogmas fazem mesmo mal as pessoas, e aqui nem se está a dizer prioritariamente dos dogmas extremistas que propagam o auto explodir-se para “guiar a humanidade” nada disto, e nem de suas diversas variações; dizemos mais de igrejas que se disfarçam de bondosas, de acolhedoras, de familiares e etc. No entanto, no fim são as mesmas religiões que propagam a homofobia, a descriminação por causa de  status sociais ou bens que se possuí, enfim, tais religiões que fazem pose de boazinhas, mas que exigem certas posturas rígidas, que podem ser tidas como “ortodoxas” e ditas como as certas, mas que, sem dúvida, não corrigem a ninguém e, de fato, apenas divulgam conceitos de ignorância, de violência, de submissão, de distinção de importância entre indivíduos, a partir de observações feitas entre o sexo e sexualidade destas pessoas e etc.
Mas deve ser observado que muito disto, desta violência e ignorância, vem mesmo da visão retrógrada do colonizador e da incompreensão deles sobre as questões relativa a terra e aos índios e etc. Isto ainda é afirmado por Araújo (2007) no sentido exposta desta forma:

Nesse sentido, acredito que podemos mesmo afirmar que, em essência, a percepção dos intelectuais darwinistas não era muito diferente do olhar dos primeiros colonizadores, ao se confrontarem com os estranhos, incompreensíveis indígenas. Sílvio Romero dizia, condenando os românticos nacionais, que o índio não é o brasileiro e que, como raça inferior, estava inexoravelmente condenado a se extinguir no confronto com as raças fortes. A posição assumida pelo crítico foi, nesse caso, ainda mais radical: para o indígena não havia nem a alternativa da conversão, já que, situado num estágio muito inferior da cultura, jamais conseguiria acompanhar o ritmo cada vez mais acelerado da civilização. Como se vê, a perspectiva etnocêntrica justificou tanto a prática predatória e violenta dos primeiros colonizadores europeus quanto a prática e o pensamento teórico das elites intelectuais brasileiras do século XIX, novos colonizadores que reproduziram no interior da sociedade a experiência da colonização europeia (ARAÚJO, 2007, p. 133).

Enfim, a religião católica de atualmente, principalmente com as orientações provindas do Papa Francisco, é sim muito acolhedora e inclusiva, todavia, há 500 anos atrás, houve sim algumas perdas das características antropológicas dos nativos brasileiros em detrimento à postura que deveria ser assumida por todos no nascente país Brasil de bem antigamente (a Terra de Vera e Santa Cruz e tal), que isto significa ao índio e seu conhecimento uma postura de uma total submissão para uma estrutura clerical e monárquica, e que depois se tornou republicana e etc.
E o mencionado resgate das culturas, das tradições e dos ritos religiosos indígenas brasileiros, são mesmo que como uma reparação, no sentido de trazer aos holofotes para uma tradição e um conhecimento que praticamente foram relegados ao ostracismo na época de colonização e pós-colonização brasileira.
E com sorte espera-se que o conhecimento das Forças da Natureza e de sua posição como observador (cada um) nesta ordem cósmica possam ser sentidos, mesmo por quem não é adepto destes cultos e que não faz uso de tais chás, mas que de uma forma ou de outra se identifica e quer fazer parte, se é que já não faz parte dos conhecimentos de Jurema, de Ayahuasca, de cipó-dos-espírito, de burracheira, de mestre e de mestre-burracheira.
 E muitas destas redescobertas, desta espiritualidade toda e desta reconexão com o lado humano mais duradouro e sábio, de certo modo, são mesmas aquelas coisas todas que muitas pessoas podem estar mais precisando nesta nova vida moderna, ou pós-moderna.



Parte II – Beats, Breaks e Danças

O break acontece hoje, agora e a todo instante. E sabe aquele som mais maluco ou sem pé-nem-cabeça que você nem saca ou menos gosta, então ele pode ser tão alternativo de propósito, para propor mesmo movimentos de danças mais diferenciados e complexos.
E tudo é uma celebração à vida, de um modo ou de outro; e o que uma pessoa não dança ou não faz com seu corpo, outra pessoa não só dança e consegue fazer, como o faz muito bem feito.
Eu assisti pela tevê o H2K, que aconteceu no Rio de Janeiro em 2017. Veja mais sobre o evento no site deles, em
Link Aqui. <http://www.rioh2k.com.br/2017/PT/>
Veja vídeo sobre breaks – Indicado: Perninha semifinal h2k RJ 2017

Vídeo do Canal do You Tube de Jonatan Pikolé - Chamado: “PERNINHA (BRA) VS RUSSO (BRA) - RIO H2K BATTLES = BREAKING SEMIFINAL H2K17”





O Perninha foi o ganhador da categoria Break, mas também pudera, pra mim, não sou juiz de break ou popping, ou house nem nada, mas o fato é que pra mim só a razão de o Perninha ter nem ligado por palco, pra pista de dança, no ground e ter feito com maestria o seu show, já o possibilitaria, segundo meu juízo, que ele ganhasse essa disputa.
Leitores, ele na dança, cagou na final. Explico. Perninha chegou para a disputa da final e começou com ele o embate, mas ele fez, no começo, eu pensei que fosse uma firula, ele pegou e ficou assim indeciso; não sabia se dançava, se mandava secar o palco, se mandava arrumar toda a pista de dança onde seria a disputa; enfim, eu cheguei a ficar preocupado...
E pensei que fossem entrar aqueles secadores de quadra de voleibol e fazer alguma coisa. Mas que nada, Perninha simplesmente dança. E que dança break! 
The people gone died and the Yuri just going to dance (Esta frase… de Final Fantasy, se não me engano depois da batalha semifinal?! É de Tidus para Yuri, em pensamento).
Enfim, voltando, Perninha, mesmo achando que o palco estava ruim, e tal, dança e acaba por fazer uma excelente apresentação. Mas, no round 3, antes do fim, perninha pega e faz um gesto antes de dançar, que foi bem mais rápido que a cena do round 1, em que ele então agacha-se, põe a mão perto de suas coxas e faz que desce algo com as mãos, como se estivesse, desculpem-me a expressão, mas como se estivesse cagando. Pro palco. Isto é importante, de ser dito. Cagando para o palco.
Ou seja, é como o Brasil, gente. A coisa está feia aqui, tem muito roubo, muita má vontade, ‘tá tudo do contra, está igual em o palco do Perninha lá no Rio H2K 2017 (simbolicamente), tem muita coisa errada, mas tem que ir em frente e fazer o seu show! Arrasar, se superar, contagiar a tudo e todos durante o espetáculo e ainda pegar o primeiro lugar. Tem que fazer, do jeito que der, mas sempre o melhor possível, no lugar que tiver e na hora em que tiver que ser, quando tiver que for. E sempre o melhor que puder ser. Bem é isto. E isto é bem o brasil de hoje. #BR2017
Não conheço pessoalmente o Perninha, mas pra mim ele é a dança de rua, underground, de hoje, representando uma dança: atual, reformulada, uma dança que foi conquistada e que deve ser comemorada, em toda a sua grandeza, com as suas excelentes performances e breaks.
Assim que é que a mágica da vida deve prosseguir, do jeito que estiver o cenário, mesmo que coisas adversas aconteçam, temos que viver; temos que dançar e temos que fazer as coisas acontecerem. Sempre. Dança. Sempre.


2.1.  CD-TECA do BLOG.

E para dar um tom musical a esta postagem – e encerrá-la –, que tal algumas indicações de sons?
Eu recomendo todo o Box de Cartola – Todo o Tempo em que eu Viver. Lançados pela Universal Music; Discos Marcus Pereira (2016). Vamos falar aqui um pouco do CD 1 – Cartola, 1974.
Este CD tem uma qualidade muito boa, eu ouvi ele em 5.1 canais e deu pra captar um pouco da atmosfera surround do CD, sim; lembrando que as gravações dos anos 1970 era basicamente em mono ou estéreo, e som mono, por exemplo, não dá surround, exceto em 1 canal (caixa de som, ou trilha de mix) e um outro canal de grave. Enfim...
O CD é maravilhoso e tem 12 faixas de samba, chorinho e outras vertentes da música do morro e do som carioca do século XX.
O disco foi muito bem aceito no ano original de seu lançado e trouxe um refresco de fama e comodidade ao já bem vivido Cartola. Mas é indispensável que se diga que a qualidade deste álbum é impecável e genial. E muito atual.
O disco tem faixas com apenas autoria de Cartola, como “Acontece”, “Tive Sim”, “Alegria” e “Amor Proibido” – sendo que Alegria e Amor proibido são músicas excepcionais de boas. E tem também várias parcerias de Cartola com outros compositores, como Dalmo Casteli, em “Disfarça e Chora” e “Corra e Olhe o Céu”; tem a canção “Sim”, que é de Cartola e Oswaldo Martins; e “Quem me vê sorrindo”, junto com Carlos Cachaça e “Alvorada” com Carlos Cachaça e Hermínio Belo.
O álbum original teve mixagem de 16 canais, nos estúdios da RCA no Rio de Janeiro. Evidentemente as novas versões do Disco, como a edição deste box, de 2016 foram remasterizadas e encontram-se em excelentes condições de reprodução.  


Imagem 4: Box – Cartola – Todo o Tempo Que Eu viver.
Fonte: Do autor do Blog (2017).



E o outro álbum indicado com esta postagem é o Mochileiro, ops. Guardiões da Galáxia – vol. 2, lançado pela Hollywood Records, Mavel (2017). O CD tem quatorze faixas, e ao menos uma delas é inédita, a faixa 14, que é Guardians Inferno – interpretada por The Sneepers com participação de David Hasselhoff. Canção essa feita especialmente para o filme.
As faixas 03 – Aliotta Haynes Jeremiah, cantando Lake Shore Drive – e a 12 – o clássico Father And Son, de autoria e interpretação de Cat Stevens – me deixaram na dúvida se são remaster deste CD ou não; porque elas não estão com os anos originais de seus lançamentos constando no encarte do álbum do filme, mas como sabemos, Cat Stevens faz sucesso desde os anos 1970, não é mesmo? Enfim, a qualidade destes áudios está incrível como todo o mais o CD.
O disco é classic rock, de som cult, nerd, e com algumas raridades e “especiarias” das canções estelares. Ops. Internacionais...
O CD abre com Electric Light Orchestra, e o som de Mr. Blue Sky, de 1978. Segue com a trilha que não entrou no filme, mas que tem tudo a ver com a história deste enredo, que é o som de Sweet e Fox On The Run, um grand rock, pra mim um grande rock bem marcante, totalmente no old style.
A partir deste ponto, tem de o ex-Beatle George Harrison até Glen Campbell, passando por Sam CookeFleetwood Mac, Jay & The Americans e muitos outros grandes nomes, com grandes sons climáticos, envolventes e muito aventureiros.
Boa audições e muito obrigado por sua visita. Até mais. Obrigado.




Imagem 5: Guardiões da Galáxia 2 – The Awesome Mix Vol. 2
Fonte: Do autor do Blog (2017).





Referências


ARAÚJO, Joana Luíza Muylaert de. O não-lugar de Machado, mestiço, na crítica naturalista. Revista Brasileira de Literatura Comparada, n.11, 2007; pp. 131-154. Disponível em <http://revista.abralic.org.br/index.php/revista/article/download/172/175 > Acesso em 25 de jun. de 2017.


DMT; NÚCLEO, SAINT GERMAIN. DMT - Neurociências – Ayahuasca.  Site Núcleo de Terapeutas, S/d. Disponível em < https://sites.google.com/site/nucleodeterapeutas/cursodedepilacao/extra/dmteneurociencias> Acesso em 25 de jun. de 2017.


GONÇALVES, Márcia Cristina Ferreira. Filosofia da Natureza. Rio de Janeiro (RJ): Jorge Zahar Ed., 2006.


MELO, Rosa Virgínia. A União Do Vegetal e O Transe Mediúnico No Brasil. 437. Brasília: Universidade de Brasília, 2012. Série Antropologia Vol. 437, Brasília: DAN/UnB, 2012. Disponível em <http://www.dan.unb.br/images/doc/Serie437empdf.pdf > Acesso em 25 de jun. de 2017.