Prosas e Poesias

QUANDO ALGO ASSIM TEVE FIM
 
 Existe muitos motivos para eu ficar pela rua
mas eu tenho um motivo melhor para voltar para casa.

Durante muito tempo
eu paguei para ver minha saúde ir embora,
eu falava tudo o que sabia
mais para mostrar conhecimento do que para ajudar,
queria exibir o meu intelecto ao invés de discernir
o que era importante e o que era só especulação.

Não era eu um solitário pelas marginais 
apesar de achar que minha dor era só minha,
que meus sentimentos eram incompartíveis,
todos os meus desejos eram intrísecos
da minha mente aloprada por tantos erros e falhas.

Durante muito tempo
eu achava ser a melhor pessoado mundo
- mesmo sabendo pelas manhãs,
sem vontade de sair da cama
ou mesmo de tomar o café matinal,
que tudo o que fiz era decair e ser visto como infame  -  ,
que meu sofrimento era poético
e que minha vida era uma grande obra trágica,
que tudo que eu fazia era por pura arte amrginal
mas um dia a lei me pega
e meus tropeços
se tornam ficha criminal.

Da mesma forma que o dinheiro
todo gasto em baladas
Não foi usado para quitar dívidas,
ou mesmo reformar minha casa ou pagar um carro.

Durante muito tempo
eu andava com delinquentes,
pessoas problemáticas e traumatizadas
não para escutar seus problemas e ajudá-las
(apesar de pensar que sim)
eu assimilava essas ideias
para que essas fizessem parte de meus sonhos
e assim crer que eu era mais feliz e esperto
do que os outros,
que tudo o que passavam
era muito pior do que eu sentia,
mas eu não percebia,
que essas marcas dolorosas se agrupavam em mim
e logo, eu próprio estaria sofrendo das dores alheias.

O que eu ganhei pelas noites,
além de perder meu tempo,
Meus neurônios e meu brilho natural?

Muita dor de cabeça, muita neurose,
um ou outro sintoma psicótico,
passeios com os perversos;
andar com os marginalizados
não foi por si só um erro,
mas comungar de suas fontes sujas,
sim!!!,
poderia ter me apaixonado
mas não deveria ter me unido.

Por que não fui aliado da compaixão
e não sócio dos erros  -  das fitas erradas  -  por quê?

Ao invés de ter feito como os nóias
e ter agido por interesse
deveria ter catalogado quem agia por interesse
- incluindo-me -
e ter demonstrado outra conduta
que não àquela mesquinha e interesseira.
aquela conduta de sair à rua alienado,
contando com o caos da vileza
para conseguir viver minhas noitada,
para conseguir chapar o globo
Pedindo, Fiando, Vendendo minhas coisas ou pegando.

Achava que havia prazer na multilação,
que só importava o consumo excessivo, de tudo
  -  e não adianta vir escrito na lata:
evite o consumo excessivo de álcool  -  ,
que só valiam minhas aventura perigosas e ilegais,
o risco que corria de adoecer de verdade
  -  apesar de minha alma já estar convalescente  -  ,
o risco de apanhar ou de ser apanhado,
o risco do cárcere
o risco terrível de permitir que obsessões me possuíssem,
o cruel risco de um cometer algum crime, por dinheiro;
imagina eu, latrocinando?

Tudo porque eu quis aquela vida,
queria bebedeiras, noitadas, trapalhadas e aniquiladas.
Achava que bebendo muito, e aguentando, eu era bom;
Ou então, achando que fumando dois maços por noite,
ai sim que estava tudo certo,
seria uma fera, soltando muita fumaça pela boca.

Eu só queria amar
Mas eu achava que queria curtir
Meu sonho era poder
Mas só fiz por sofrer.

"Tá com fome? Come!"

Foi o que eu fiz:
eu quis, eu fiz
(eu me fiz feliz?) .

Certas vezes, nos achamos espertos
porque ninguém viu a coisa errad que fizemos,
porque nós guardamos dinheiro para o futuro,
porque estudamos para receber um salário melhor,
porque temos amantes e nosso cônjuge não sabe
ou simplesmente porque enganamos os outros.
Isso não é esperteza é desonestidade,
ser esperto é compreender, fazer o bem e ser sincero
pois sabe-se que tudo que você faz
volta para ti intensificado
e quando você aponta o dedo indicador
para alguém
você aponta outros três dedos
para si mesmo.

Mas nem tudo é ignorância e desprezo
Não há só morte e ódio,
há também a necessidade, o que sacia,
aquilo que sem outra pessoa ou coisa
não podemos fazer           
onde a afinidade vai de encontro certo
aos mesmos objetivos,
aí, nos tornamos simpáticos.

Aí serve
e só bastou se toparem.

Essas coisas todas de cobiçar
de quereerr  ficar bem louco,
porque assim a gente se diverte,
essas loucuras de tesão,
de pegar muitas,
de dançar o Creu se, seu roupa e excitado,
com a mulher melancia nua
mexendo na velocidade seis.

Um "sonho bom", acreditando,
que quanto mais luxuria, mais galera e noitada,
mais estávamos felizes e realizados.

Não pense que no fim da farra
você poderá virar a cara, dar o fora e fingir que se esqueceu,
essas coisas ficam até que você as supere para sempre,
da mesma forma que a semente frutifica
o que você cultiva, um dia lhe renderá colheita.








CARCAÇA INSPIRATÓRIA



Para mim tudo é indiferente,
todas as coisas pouco me importam:
Se não tenho amor, se sou fútil,
Se fico torporizado, sem vontade,
se fico deitado no sofá, todo o dia,
pela noite, vendo televisão e alternando
consciência e distração/sono,
se canto ao silêncio rompendo os ideais,
é tudo Tempo de fazer&viver assim.

Já não me preocupo em me importar,
(Ora) Sei lá se eu me importo mais em
não me importar com coisa alguma:
eu não quero saber nada,
não quero sequer saber se sei ou não,
já não me deixo levar por conceitos...

Que tudo explode, que vente mais,
Que irrompam meu corpo e eterizem
os anseios de toda a vida de Todos.

Que catem quilos de papelão pelas ruas,
Que catadores briguem por caixas grandes,
que cooperativas apareçam,e sumam com todo o lixo!
Que consumam o que a classe média adquire e elimina!

Mas por que estou eu a pensar em algo?
Eu; eu que não tenho a mente anestesiada e inerte,
gravitando mentalmente em condições baixíssimas!
Tentando não ir além do álcool já depositado em meu sangue,
frago-me reluzindo em anarquias que imundam
de vasculhamentos meu intelecto,
esse meu intelecto tão parado. Sempre parado.

Esse intelectuozinho tolo e raso, cheio de anelo prazeroso,
que só quer sensações e prazeres, que só quer fixar-se em algo
que traga o sopro do instante,
que é o sopro,
o sopro do instante,
não o instante,o sopro,
não o cigarro, o trago
não a bebida, a dose
não o instante de prazer: que nunca dá prazer.
O falar de deus: e nunca chegar a Deus.

Tudo poe ser sintoma
pode ser um sinal, uma pista
Apegue-se a algo e a dele se alimente;
naquela sensação de se entregar e confiar

    *
      é essa mesma!!!


para mim, tudo não adianta
não há saída.
Por isso creio que vale
tão pouco o nosso tentar.
Se a vida é uma tentativa,
eu prefiro ficar aqui
e não fazer nada
a ter que fazer
e isso ser só tentativa.

Pois Eu Prefiro a certeza
que certas sensações me trazem!




Liacantropia

Lupinos descem a XV
e viram para a estação

Vão embora à três
e já disse: Não vou mais acenar
com meus lenços perfumados e coloridos
por aqueles que estão doentes,
só aceno por quem chora
quando já se vai embora.

E não quem corre
para deixar os outros
com uma tremenda cara de bobo.

Quero me embriagar
e deixa atordoado quem
um dia, disse qu'era um anjo.

Chamar tua mãe e contar tuas contas,
sem mencionar que sou covarde,
pô-la à par de tuas fobias
dizê-la que é misantropo,
que odeia crianças
e mente quando diz que ama .

Você não encontrou o amor
mas sim
a obsessão e a amostragem,

amor não aprisona
liberta
amor não cai á fossa
sabe ao éter.
Amar não é fechar-se
amar é se abrir!
Quem não ama os distantes
não consegue dar-se
sem se render.

Vocês acham-se tão espertos
por não beberem pinga no mato
matos pinga
e me acho muito mais,
por não discutir com quem não merece
pois está perdido na chatice
e na quaquadiagem.

Há pessoas que nunca aprenderam a ter marcas no corpo,
que nunca levaram no estômago,
ou ouvem a facada, no ouvido,
Jamais conseguiram limparem-se
pois nunca se sujaram,
só tocaram o dedinho
para medir a sujeira do pântano.

Eu dou braçadas no lodo lamaçal
e não me faço de cult
ou sou o cult anti-cultista.

1 dose.
pouco.
Um corote tá bom.
Três é chave de cadeia,
ou lacre de caixão,
balão de ar na tua fuça...

O marceneiro aprendiz
morreu em Araraquara
com a fuça na lata de cola madeira.
A lata de óleo cânhamo
aquece o trapo de veludo
marrom poeirento,
eu fio ao baile perfumado
e ninguém deitou comigo
pois viram que eu não sabia bailar

Nunca dormi em hotéis
nunca dividi a cama com outréns
jamais estive em bacanais,
já fantasiei festas eróticas porém nunca há convites
 - tudo está fechado:
pernas, bocas, mãos e cabeças.

Só sobrou aquela
que tem medo do estouro de bexigas,
que corre de botões e jamais escreve
pois ninguém deve ver a sua letra medonha.

Jamais olhar a lua e ficar liado
jamais ser lobo e ficar sujo de óleo diesel
queimado em plena mata, a mata atlântica.
Virar lobo, desvirar
tomar banho numa lagoinha mística 
habitada por ondinas e iaras

Comer cogumelos fungais
e frutos ventríferos
sair-se nas melancias, interino
e chamar mais ainda por mais por...

...Me arrisco indo até o sub mundo safreiro
pois tenho detetives no meu calço
anotando minhas rotas e hábitos
e entregando relatos semanais à minha família
que me sustenta e dá-me:
Fama: Lia.
Cena: Matriarca.
lata na cara
...
o que esperar do Edson?

Tourista gracioso lascivamente ou
babado de rabo de galo
Recebendo energias externas ao meu farol energético
de estímulos e concepções intelectualizadas de histórias;
Conquistar alguém,
ou fazer do contato uma prosa,
se não restar nada,
só bater um papo
e trocar uma experiência de vida.
(06/08/2005)



AOS DA RUA ALBERTO GOMES DE FARIA

Volto a falar do meu lar
e por conseguinte, de mim,
meus políticos perderam
e novamente
'minha vontade nunca se realiza
se a vontade dos outros assim não quiserem',
já não sabem nada do que falo
e continuam me achando um louco,
infame, que só chapa e fala besteiras.
Se acaso soubessem o que pensam de vós!

O reflexo hi-tech
aponta o sentido da vida
sabem o que há no underground?

Não é cabresto e aceitação;
vou ferrar meu corpo
e estourar meu estômago
- Anjos falam: Amém!

Consumo 2000 watts de energia por dia
e creio no potencial da minha família
(não entendi nada do que você disse)
e eu não entendo nada de seus sentimentos e pensamentos,
idiota ambulante que pela rua clara
com copos e copas
fumos e fumadas,
dados e dadas
todos - dispersos.

Não tenho sono
nem amor,
tenho solidão e medo.
Deus me mata e possui
para ouvir poemas trágicos
e fitas malditas.

Ninguém entende.

Não tomo banho nem bala
Não falo, não fumo, e respiro!

Só doou dinheiro a carentes,
desprezo os Homens crentes nos Homens da fé
- sina é sina
e fé é do coração, da alma, da mente.
Só.
De verdade,
quero coisas bem feitas
e mal ditas.

Sou poeta pobre
sem grana nem companheiros.
Mas tenho um Home Theater
e uma mãe
e no mais,
ainda sou filho de Deus
e da bebida.

Ignoro-te e te desejo,
Ignoro o desejo
Desejo o Ignorante

Não sabem nada
e nunca saberão.
Fim do mundo, à vista.

Héteros-fim
preconceitos-fim
fim-fim-fim
finalmente o novo

No final, mente o sábio
por sua arrogância
perdeu e desistiu.

Respiro pesado, me excito, choro,
canto e ouço a voz interna
que diz:

"beba, todo dia;
nada, todo o dia;
Sou, todo o dia,
um tolo sonhador que tenta
se erguer e ser grande
homem de si e dos outros
provarei a essência de todo o silêncio.
Me chamam na porta;
Cães latem, saio e nada.
te chamo na porta,
nada e não saem...fico só,
rua deserta,
suja, obscura, escusa e indiferentemente
de sóbrio ou louco de pedra
- indiferença
Sou único e só
sóis únicos e só.

Te tornaste gordo e burro
e já trocaste tudo e todos"

Vou secar o reservatório de cerveja do mundo
e produzir mais bebida,
água e chuva,
lua nublada e nada.

Meu trabalho vale a pena
e a pena salva-me do mundo.
medo de ti e do mundo

Desce mais uma e outra
e juntos morreremos abraçados
letra ilegível.

Vocẽ adora Bhrama?
eu também.
Morre fígado, rim pulmão, estômago
e coração
esse é meu testamento final
e fatal - sim - morre tudo!

Menos meu pé
que é meu hoje e eterno
meu dinossauro rock e prosa!

Exaltação do cúmulo ao quadruplo.
rancor. rancor. rancor.
infinito rancor. perdido!

Sugue minha energia vital
e me frite, possua, jogue no lixo,
sou só eu e nós.

Pegou fogo na rua,na casa ao lado,
morte -venha!
Eis me em casa, te esperando.
Espero outra vida burra e melhor.
órfão é bem melhor
(adoro-te mãe)
Mas órfão vai-se para onde quer.

Mais um cigarro, menos alguns dias.
Mais uma bebida, menos saúde.
Mais noitada e noite virada,
menos cabeça e menos respeito,
tudo isso é o que pensam e sabem de mim.

Boa noite, mãe
durma com teu anjo da guarda,
e tenha um bom despertar.

Agora, na noite, sou só eu e o corote.
O cigarro, o escuro e a solidão
dessa música e de tantas outras
chuvas de garotas e tarôs grátis.

Guru dos flagelados
-esse sou eu, assim e sim!!!

Impublicável?!
Que nada, há muito pior que isto.
Calma, não tenha pressa,
ela te espera e você espera à ela.
Sabe do que falo?

Jamais pois isso
é pra quem já passou dos trinta e 3.
Pra quem se molha de sangue
e do saciamento simultaneamente.
E isso foi o meu melhor
que já viu e ouviu
e isso é só pra mim
e para a rua em que vivo!
e eu fiz chover em ti
- tolo.

Tô Lei
e como?

 
   "A CIDADE DOS..."
I
Quero brindar ao fracasso,
eis um ótimo brinde:
essa sensação mixuruca
serve, ao menos, como desculpa para encher
o rabo. 
O fracasso vale para entendermos o real,
os realistas eram todos fracassados
que notaram que tudo é falso;
tudo  é um joguinho armado para
driblar crianças da dor
   -   isso de fato, que foi assim,
   ganha outro tom
  quando
   percebemos com intimidade
o que realmente são as coisas!
Viu? É uma revolta...

A Podridão está ao redor de tudo,
e os mais podres percebem mais
pois reconhecer um semelhante,
é fácil, facílimo de fazer.

A podridão quase sucumbi
o pároco pedófilo e capitalista:
será que só os poetas odeiam
o capitalismo?

Do que vale comprar e consumir?
Era assim que queríamos?
O eliminar e tornar?

Creio na cabeça, nas ideias;
e nunca achei que coisas valem,
o que vale são os dogmas:
A libertação dos dogmas,
a criação
de/por cada um
Seus dogmas.

Mas atrás da paz do conhecer
está reconhecer e entreter,
a frente de tudo
veja como some
aquilo que ninguém sabe,
repare como o novo está à frente:
precisamos aceitá-lo?
aderi-lo? amá-lo? idolatra-lo?

Você, no que você acredita?
Você quem vive na cidade dos
capitalistas,
dos senhores castos monetários,
dos velhos fétidos/bêbados/jogados sem grana,...
você vive onde o sacerdote admite
que notas de cem são o que importam,
No que se sente e acredita?

Dinheiro comprador
quem aguenta a imensidão
dos teus cálculos?
Quem paga pelo que
não pode levar?

Hoje a noite não foi nossa,
vá para casa e se entregue
ao que gosta de fazer.

Até quando?

"Deixe suas intimidades a você mesmo,
ou as entregue, se assim convir.
Quero que saiba, que te aceito.
Adoro o diverso, os muitos,o novo,
tudo que conquista por si só."
Cuidado!...


II
Sixteen songs of rock and roll
approaching to transition of 70 to 80's.
One tentation of make a Disco in one hour:
David Bowie and Brian Ferry.
Songs to enjoy.


III
Acreditas que seja eu um louco?
Ainda não o sou, estou me formando.
Daqui a longo tempo.
Quero muito da loucura aprender,
tomara que ela não me consuma
pois tudo tem um preço,
cuidado!

"Não perca tempo tentando sustentar
uma vida que não lhe trará
um futuro, uma chance,uma vida melhor.
Olhe o tempo que você está gastando!"

Eu tento chegar a uma fronteira:
a superação da mente:
quero controlar meu humor,
minha saúde, minha vontade e meu instinto
pelo poder infinito e secreto
da Mente.
Quero que meu intelecto, em junção
com minhas consciências e meus sentidos,
guiem-me perante todo o caminho
desconhecido, necessário e único
da vida:
a vida em conjunto.
Acreditas que podes
criar um mundo à parte?
Acreditas mesmo?

O que é pequeno, ou isolado,
ou silencioso, ou a espreita,
ou na sutileza
e na delicadeza do
 "assim só, bom",
traz a eterna utopia:
acreditar que o caos, por si só
se revolva.

você sofre pelos sentimentos alheio,
sem notar, mas sofre...
e sei.
Bem estar, é bem viver em comunidade.

Já ouviram meu sonho sobre a rua
em que quero morar?

Um lugar onde só vivam filósofos,
poetas, artistas, músicos, livres pensadores.
Um lugar de extremo estímulo,
uma rua de inspiração.
Um dia a construo, ou
 a vejo construírem-na.
Tenho braços: ou escrevem
ou amassam massa.

Mas saibam:
Haverá a rua em que sonho.

A comunidade
ora queiram ou não
importa na nossa vida,
prefira os semelhantes.


IV
Aqui é a cidade dos que fazem
cada qual a sua realidade:
seus points, trampos, love
  - a cidade daqueles que querem que
o mundo seja um reflexo deles:
"acreditam que o insustentável
ficará em pé, e bailará enquanto
arremessará pratos, num sublime show"
 - ó! Quanto tempo perdido de vida.

Esperem, desejem pelo outro lado,
contornem
adentrem em horizontes triangulares,
olhe o ângulo, a linha
e então,então comece a sonhar,
deste tempo pra frente:
Tridimensionalismo.
_ Agora é que começa!   




Deuses Orientais

I
Bishamontem, que protege de desejos carnais
e que deseja proteção bem vinda,
traga Hotei Oshoo que hoje eu quero prever
Sobre Jurujin, Daikokuten e Fukurokuji.

Vejam bem: o que são as coisas,
as doenças, os excessos que decaem 

As penitenciárias sofridas, as dores flagelantes
e a questão: o Homem Gosta de Sofrer,
o homem é um ser mutante?

Sonhei comigo dependurado na cúpula de uma Igreja,
amarado pelos pés, um padre
navalhava meus ombros
enquanto eu mastigava cebola,
do meu lado + quatro
um, decapitado e aleijado;
outros, que queriam sofrer;
eu, ao fim desse calvário,
ajoelho-me, rezo, peçoa deus
      um instante com sua mão.
Um bebê me acompanhou,
o pai me seguiu e falou:
_ Olha, você esqueceu isso.
Na maior das perseguições,
era a gilete que o Padre usou em mim
e ele pediu:
dá meu filho.
Procurei nos bolsos,
nos orifício
e por fim, retirei-o filho da bolsa.
Limpei a arma branca de sangue
e dei-lhe o filho.

Uma navalha na mão de uma criança
é uma ameaça
mais para ele do que para os outros.

O importante é que hoje, o dia + triste,
morreu O Papa, já não tenho o It,
a gata lactante deixou órfãos 4 gatos de um mês,
eu fui apanhado na rua, me roubaram,
deram-me pauladas de ripas
e as polícias me ajudaram
hoje só choro e come
sem satisfação.

E agora, no fim de outro dia e no começo d'outro,
a meia noite penso em alternativas
distintas, solucionarias, que acalentem e façam o tempo passar,
são oportunidades raras que fazem um espetáculo...
Coisas intermináveis...
"Delimite teu espaço com um cheiro!"

II
Como Hotei Oshoo domina a entropia certa,
eu,por vezes, adivinhei o pôr-vir.
Tal Juroojin aguento demasias em meu corpo,
só falta Bishamontem iluminar minhas vontades
com suas luas de mantos e cetros,
de bem aventuranças e iluminações.

Há tempos, que Daikokuten tem a chave de meu lar
e peço que venha, que morre conosco
para que nosso lar prospere e esbanje festa,
digo festa guiada por Bishamontem
...E, que Furorokiji, deus da sorte,
plene sobre o Bem sobre o Além,
que sejamos todos felizes,
que todos riem mesmo que
ao longo de 20 anos,
é a vida que desejo
pois já passei por muitas piores.



D'O OUTRO LADO DO MATO

Quase sempre seguimos a linha reta, rumorosa.
Vi o que há além da miscelânea de cerrado e mata atlântica,
há fontes, descidas d'água, há rochas que formam piscinas;
limpo, claro, desnudo frequentadores, deixam-se uns sobre os outros.
Casais, filhos e amigos - banhando-se na Gaia.

Tudo isso é carência afetiva
é falta de calor sem pudor
é a semente que não racha nem germina,
aquela que fica exposta ao vento
e um dia, ele a levará até outro coração,
para tentar, novamente
rachar-se e germinar.

Humildade em união, verdadeirismo simbionte em cooperação. 

Sombreado casmurro acoplado ao arejo
trilhas róseas, fragrâncias musicais odorizam!

Sede? Olhe o mineral enrustido n'água. Tome.
Pegue o máximo que suas mãos alcançarem. É seu.
É nosso, natural de haver entre quais há e são.
Dê-me...e exploremos locais naturais e inexplorados,
fazendo o que nunca antes havia sido - conscientexploração.

Não denegrimos, delimitamos sentimentos
para que eles não se engrandeçam
E acabem auto-considerando-se os mais certos conceitos que há no mundo.

Belezas Naturais, estética padrão da Terra: biodiversidade,
encontre seus amores: Corra mesmo pela
 descida d'água e até caia;
Raspe a cara no chão e levante-se
olhe ao seu redor e siga outro caminho.




  SALVA
pois Chapava, Bebia e Fumo

I
após a  crise tremida
a dor do ódio e do desprezo
vem o arrependimento
do que falei e desejei;
a tempestade majestosa me limpa
e o sal grosso purifica minha alma

Estou mantendo um contato físico com os outros,
me relacionando, sentindo-me bem melhor

me preocupo com o logos que inoculo
nos meus semelhantes
que falo sobre crueldade
a respeito de perversões
tudo que dizem: ruim.
Mas não é ruindade
e sim outra visão
do que vale a pena.

Trabalho só tecnológico e mental
Nada de força bruta de cabra macho,
sexualidade é fazer o que eu quero
e não carregar nenhum preconceito.
E fumo e bebo e chapo todo dia.

E deixo minha ressonância arte-fatal, morte requinte
impregnada na esquina onde sempre eu morro
e mato.

II
Dou-lhe estímulos e excitações
faço você passar Muito Mau
e desperto-lhe sentimentos aversivos e desprezíveis.

Há quem diga
que na bebeira
você faz e fala coisas
que jamais faria no dia a dia

outra teoria qu'eu
e meus semelhantes
implodimos à Terra.

Tento figurar ao estado chapado
do álcool noturno
para minhas manhãs:
berros, gestos amplos e ideias audaciosas.
Consigo cultivar o espanto
pois as pessoas comuns
não entendem como alguém
prefere a algazarra e a desordem
a tranquilidade e o silêncio.

Prefiro a desordem a ser pressionado
a respeito da hora, do dia, do compromisso e das pessoas;
Antes de predicarem, deveriam observar melhor o sujeito
e os dotes inatos desse ser que difere dos outros
  -  cheiro a tinta!


III - Desdem
Certas pessoas em certos lugares
não me aceitam e não me convidam,
deve ser porque bebo e fumo e chapo
e eles são muito sábios & sóbrios
para manter uma relação sincera comigo.
Sim! Eu já dei minhas mancadas
mas foi na fissura louca do devaneio de crer
que é melhor pirar a a mentalidade do que manter um elo verdadeiro
com os meus semelhantes.
Ao menos, sei que estou errado
e não tenho convicções distorcidas
nas minhas falhas e espreitas falhadas
 - ideias abortadas




O Caminhoneiro


Para provar que Há coisas astrais em coisas mundanas



I


Toda poesia deveria manifestar algum sintoma da realidade,
ora, e já não o faz?

"Passeando por asfalto e areia vermelha
no reduto da imensa frota de caminhões,
após a tragédia, num frio agosteiro
e numa noite anorexa repara
os caminhoneiros."



II

Passar as estradas da vida
correndo sempre e esperando por madrugadas,
descarregando e turistiando em polos agrícolas:
sempre um destino esperando
no breu da simplicidade e dos desejos:
Há sempre garotas garotos,
bebidas e fumaças - todos ingeríveis.

Há um mundo lá fora, e janela adentro
uma outra realidade de realizações
- gozos, fúrias, sono, tormentos;
do simples ao contaminadi,
tudo e muito mais em meras safras
que movimentam o valor da cotação
do suco da laranja.

Apenas trabalhadores com um passaporte,
aos industriários;
mais um cliente para os guias,
assim pensa o prosista-matemático,
que diz ao trucker, apenas olhando-o nos olhos:

"Você não sabe o que são as coisas,
quero dizer:...você fica entre a verdade e a mentira,
o que você sabe é, quase meramente, parcial,
meio certo, talvez,
mas jamais, inteiramente certo
porque o certo só é possível depois
de tanto errar, pois a verdade é uma só
e as percepções são variáveis,
porém, inúmeros consideram suas visões de mundo
como verdades, sendo que as Verdades
muitas vezes, são maiores que nossas compreensões;
Schopenhauer mesmo disse, " o mundo é minha representação";
sendo,que quase no caminho seria,
"o mundo é nossa representação do universo".
Temos que saber as medidas certas,
e a certeza é o que passou,o passado:
quase só observamos o passado do universo,
talvez, um dia, veremos o nascimento do universo,
por um telescópio espacial que foi-se há 20.000 anos,
em uma velocidade de 2 vezes mais que a da luz,
e então,a sonda gravará a Gênese
e saberemos da face de Deus
- e o mundo começará desse ponto -
só então as pessoas aceitarão as Criações
e só depois então, 19 bilhões de anos depois
Deus aparecerá na Terra
sendo que para Ele, tal viagem
foi apenas um acenar de mão....
em todo esse tempo, gerações e
gerações exterminadas
e para Dono da Pensão
trata-se apenas de um
acenar de mãos.



III

Todos os eventos em que participo integralmente
resultam em mal estar generalizado.
è um show trash parecido com Dama da Noite,
com menos graça e imobilizante desenvoltura;
um show que faz os donos dos bares mandarem-me
sair de suas frentes ou partem pra cima,
os clientes observam-me rasgar minha carne
e debater-me, em uma performance terrível.
Foi onde todos foram embora.
De um jeito ou de outro isso me faz refletir,
a qual preço?

Ao tal preço de tentar engolir uma garrafa de cerveja?

Ao valor de cães indicarem o que está errado....



_ _ _ _ _ _ _






PROSA MATEMÁTICA




I
Uma única coisa é possível
aprender de diversas maneiras
exemplo objetivo para os que precisam:
_ficar quieto, antes de abrir a boca
e dizer qualquer coisa:
lalala lalala;
Para falar é necessário
não só aprender a falar,
mas sobre o que
para que
para quem
e vocês sabem que...
(poesia idiota,
diz o compadre apressado).
quero dizer,
que o que acabei de dizer
pode ser dito de n formas:
Ney Matogrosso canta fabulosamente
tal ensinamento em “Fala”,
isso pode aprender-se homenzinho,
observando adultos conversando,
pode-se saber na opinião do teu amigo
ou em ti,
digo: aprender é a vida.
Não A Vida – a engenhoca
que criou a condição do criar - ,
mas a vida que deve-se desenvolver-se
como único meio para existir.
Aprender é pesssoal.

E, por que não, pessoas que
nunca chegaram a se conhecer,
podem ter pensamentos iguais?

Quem garante que dois não venham
a compartilhar de uma só razão
sem antes terem se conversados?


“Manuel Bandeira e a noite que
prolongou-se até o dia e o deixou pardo,
Luis e o mesmo sentimento
(sem os dois terem se falados antes)”

Isso é aprendizado.
Em tese e conclusão.


II
Eu estou rasgado
entrando na realidade 2:
vezes a metade y de 1/4
do 1/800 do universo.
Não saiu dela,
se saísse não resistiria
e quereria voltar,
já sei meu lugar.
A resposta é a constância de buscar
o cálculo que me faz entrar
na realidade 2 = 2 . 1/4 / 2 (1/800 . U)

ou

2 : eu esfarrapado
"Não pensa: faça!"
expondo a fórmula a luz,
temos o conhecimento cegante
e quanto mais as nuvens se dissipam
mais os raios solares intensificam
a luz: aquela que reflete a fórmula.
Sou o último da cadeia do Mal
que falam uns dos outros,
e não transmito a maldade,
eu a seguro firme, quieto, comum pouco de tristeza, mas seguro-a e aguento!,
A Transformando Em Prosa.


III
A separação de um todo pode
ocorrer de diversos modos:
de uma parte
de duas partes
de três ou mais partes.
Uma parte é o solitário que debanda,
duas partes é um casal apaixonado...
e três ou mais parte é um grupo que resolve
romper o todo.
Exemplo de "todo":
os amigos,todos juntos,
a sociedade,
o universo.
A Criação.
O Bando Artístico.
a fuga de escape que faz
o garoto aliviar as neuras,
os medos, a solidão má,e
a terrível trupe dos delinquentes
que aprontam na cidade dos mortos
de sono, de trabalho, de moral.
_ Quem mais vive comigo pelo escuro?

Romper o todo, modificar o esperado:
eis uma situação inconfortável,
ou sofrida,ou rancorosa ou de Fim de Tudo,
O fim da própria vontade de viver.
Há quem morra antes de morrer,
nessa vida em que se vive,
há quem morra definitivamente
vivendo. Quem não se engraça
mais no caminho da vida.
Quem deseja morrer por, não mais,
compartilhar dos sentimentos do Todo,
o todo, a roda da Vida.
Que só sabe quem sabe.
E entende. Em prazer & dor.


IV
O artista deve entender que o que lhe
importa é o seu mundo artístico;
o mundo ao redor dele também conta,
mas ele deve superar todas as ofensas,
ignorar os descasos e as críticas
inacabadas, infundadas - que só
o confundem e neurotizam!

É um caminho duro, o do tentar,
Criar. Só a euforia salva.
Contente-se com o momento mágico
do espetáculo, da tela, do verbo.

Cada vez mais a loucura se estabelece,
e perdemos a calma e a alteração
ultrapassa nosso controle e nos danamos.

Todos juntos, com mãos em comprimento
cabelos sujos, lábios marcados
e dentes emplastados de álcool com fruta.

A fórmula já há. se não houvesse, criar-te-ia!
teu caminho é descobrir
e tuas incertezas contam.
Rompamos o medo e o desgosto.

Poupando sofrimento e decepção,
uma vez que se não quiseres sentir
os maléficos devaneios da loucura
que rondam nossas mentes por esses dias,

Evite deixar-se levar pela aparência
do status, do brilho falso
que certas coisas têm

E se preocupe mais em conhecer
as fórmulas e os caminhos
que levam para a felicidade
que não é deturpada.

MÃO, CAIA
QUE'U NÃO QUERO
MAIS FILOSOFAR

Nunca mais fui a Marginal,
a última vez foi com Tigo,
a penúltima vez...
Eu não quero mais saber,
não quero mais filosofar.
Quero que se foda tudo:
Paixões,
DESEJOS,
vontades,
ou quer tu...
Acabou-se já esse Mundo,
pra mim e pros outros,.



 


27 AMIGOS PRESOS

Eu sou amigo de todos:
legais, ilegais, ocupados e desocupados,
homem, mulher, travesti e pansexuais.

Todos foram presos - há uma luta lá fora,
e, aqui dentro, o coração arde,
grita pedindo para deixá-los ficarem.
Só vão para nunca mais aparecerem.

Ficarão selando celas pela eternidade,
serão marcados com fogo, feito dor & tatuagem,
acabarão colados às paredes
e servirão de alimentos para legislaturas.

Continuarão com tudo igual ou pior:
cada vez mais teses ortodoxas e ultrapassadas
serão a base das Leis dos Homens de Bem.

E reparo tudo - sentido pés e mãos
como se esses "estivessem na acetona" -
e logo fui posto ao mundo
para senti-los evaporados e diluídos.

A igualdade de uma sociedade hétero-genia
foi derrubada pela aversão ao diferente,
Ignoramos os que não somos.
Marginalizando o que nunca faremos.

Criaram, eles, não os nossos,porém os outros,
um termo - antissocial - e então
veio junto o desprezo, o xadrez e a besta.

Nisso, em que vocês vivem, não deveriam chamar
sociedade: olhem às músicas, os vídeos cults;
Vejam os paradigmas de união sexual, política;
observem a coleta de lixo,a captação de recursos, a educação e a cultura.

Antes de Cristo filosofava-se melhor e coesamente
do que hoje: 2005 anos depois e com
200 séculos a mais de conhecimento científico:
já previram que a ciência não teria nada a acrescentar a filosofia.

ou seja, Religião & Ciência não alavancam o filosofar.
Quem decreta a Morte da Filosofia
mata a própria inconsciência conscienciosa.

Há grandes por todos os lados, nas praças,
em escolas, no judiciário, na Câmara.
Presos existem em estoque e PM em farta,
Leis de Sobra e sabedoria em falta - é o social.

Os subversivos cantam odes centenárias aos alibans;
os guardas horrendos algemam punhos amarelos,
dedos carregados de resíduo comprometedor
- corra e fuja, escondendo-se da luz do vigia.

Varrendo calçadas apagadas em estradas esquecidas,
correndo o risco do cárcere, apenas não olha e faz:
tem ainda 14 anos de vida e pretende fruí-los.

As Leis tem que ocupar todo o nosso respeito,
quem quiser viver livre, diga isso, ou vai,
vai ser um dos meus amigos presos.
Ou se respeita os outros ou se paga com alta encarceramento.

Troca de energia entre tudo, de calor, troca-troca infinito.
Saber exatamente o que significa aquele acaso
pois todo acaso tem um sentido, um porquê.
Eterno sentido entre você, o outro, as coisas, os fatos, os atos...

O Eterno sequestro ao Teatro, cativeiriando artistas e públicos,
a maẽ Russa,lança gás venenoso
- matando homens bombas e reis e rainhas.

E criminosos fazem o mesmo numa escola, no dia da volta às aulas:
o que faz o Governo? Autoriza o extermínio?
chama o exército para ver crianças chorando, desesperadas, na janela,
professoras degoladas, serviçais amordaçadas e pais impotentes.

E só foge pro Brasil, porque aqui ninguém acha ninguém.
Vai no estádio do Morumbi e durante todo o primeiro
tempo, prepara e fuma um fino;
as 43, um grito de gol ensurdece arrefecendo.

É exatamente a hora em que me toco,
é o momento que me caí a ficha televisiva
- quando percebo as dores e nunca posso amenizá-las.

Olho para o terrorista e gorfo sangue ódio medo,
pavor de tanta doutrinação que assola os inocentes,
não assisto ao 2º tempo, saio esmagado do estádio
e retorno ao silêncio das ermas ruas brunas.

Torno a ser um shadowman para nadar na piscina de sangue,
ler cesário verde para mortos decapitados empunhando submetralhadoras
numa sala do Asilo, consumindo gordura animal apodrecida;
no fim do verso, atiro e possuo a alma do maldito defunto.

De qualquer forma, não consigo salvar meus amigos
ou até mesmo meus grandes desconhecidos,
apenas olho, triste, para a montanha, sabendo que nunca subirei em seu topo.

Imponente, estagnado, contemplativo à lá melancolia,
sem atitudes incisivas ou emendas que salvem os civis,
encaro os problemas e sei que são mais fortes do que eu,
só sofro com as minhas e com as dores alheias, incapaz

de sequer mover uma palha do lugar...
o que eu vou falar? Vou correr o risco de morrer?
de ser preso? De ser compressado pelos braços dos homens da polícia?
Não! Sou covarde,,consciencioso e sofredor - dissimulador

Mas as kármicas inter-universais prevaleceram ao breu do nada,
cintilando Justiça e Equilíbrio à todas as galáxias,
nesse infinito Universo só Uma Verdade rege Tudo.

o prontificado observador prestativo nota sutilezas,
coincidências e todo o mais que há nas entrelinhas
e que é-se, em si, a obra - o que não se diz , mas sente-se.
A mais perfeita manifestação da real Realidade.

Termino triste pela minha impossibilidade de mudança
e pela continuidade da piora das coisas.
Contento estou por saber o que há
- e ainda tenho amigos vivos que me visitam, quando há luto.



PROSA AOS SEMELHANTES


I

Plataforma que sustenta a faísca
do atrito da experiência com o olha-la!

Menino que lida vulgarmente
com o sono da mãe,
fazendo assim o que quer dos horários!
Todos que formam a prosa que venham.
Caras que não tem um, dois ou uma sequência
de dentes na boca!
  -  Vós, os sem medo de arriscar a vida;
vossa lista de entorpecentes é larga,
vossos olhares falam de vós  -  do que pensais  -  -  ,
enquanto isso, vário de pessoa do verbo,
cantando-te em diversos "tons",
sons que ouvíamos: conversas, músicas, canções...seduções.
Eu sacio a todos ou então me sacanearão  -  esculhambações.
Mas, sou mais  feliz quando
descubro alguém que me ensina.
...destino viver com o que há ao redor,
e me revolto, como maré, com o que faço.
Chamo todos e convido-os para ouvir
meus tons sobre vós, todos!

II

Penso no passado, como no futuro,
e concluo que se foi;
o futuro se vai.
O Futuro se vai depois que vier,
e nessa construção e destruição
dos pontos de vista,
vivo tentando não declinar
(todos ao meu lado caíram,
sou aquele que restou da bebilança no buteco,
o que resistiu a cerveja, ao rabo de galo,
vodka, fumaça...thinner, cogumelos;
fui a síntese do maluco 2003/07),
e tento no máximo que puder
e quero mais que tudo
e desejo pelo sempre
e conquisto quando posso
  -  perco sempre, quase sempre;
volto muito; tento quente  -
(anos novos, vidas velhas)

III

Passam dias
chegam noites
voltamos ao claro,
e eis que te vejo.
Do mesmo jeito,
roupa suja,
pipa na mão e ideias
na cabeça  -  revejo-o!

"Consigo coisas de pessoas
que nem, ao menos, sei o nome,
reencontro quem eu achava
ser um tremendo fantasma,
enquanto fumo e tremo,
enquanto arde meu lombo
e torce-se, meu pescoço
  - na ânsia de ver mais."

... já percebeu a regência da vida?
já entendeu o sincronismo, a sincronicidade
que há ao redor de tudo?

Não despreze nada,
não ignore o que não entende,
não  abrace o que não tem sentido.
"Numa crescente, acrescente o sabor
do inesperado, do insólito. "

Carrego longos cachos de fechos d'água
enquanto ouço o som das águas
e as viagens sonoras de Tom Yorky.
Como isso é possível?
Podendo. Sendo. Existindo e havendo.
Tudo é uma questão de acreditar e fazer.
Mas quem sou eu para te ensinar a viver,
não é mesmo, ou a saber sobre viver?

Como disse, escrevo com todas as vozes,
ouço todos os corações,
tento desvendar desejos, estados, passos...
quero representar o que vivo
e vivo para transfigurar em arte.
Não é arte imitando vida,
é vida vivida, para tentar a arte.
Para tentar transpor a vida dura
e aguardar no vale ventoso, ...aquoso,
do que quisermos.
Rasguemos nossos corpos com nossas
vontades de assim querer,
nós afoguemos embebidas
e introduzamo-nos comida farta
e arrotemos com sorriso,
que venha a reação
e que tornemos a fazer!!!

Mais uma vez chove
e hoje tememos mais.
A verdade por trás da vida
é ela mesma se realizando.
As pessoas que andam por aí
formam o mundo de hoje,
para um dia, formarem o mundo que foi,
assim como, em dias atrás, eles seriam...
a civilização do futuro.
O mundo se repete e que bom!
O que podemos fazer é nos acabarmos
tentando criar o que transcende
o nosso tempo vivido e chegue
em outras datas  -  isso é o máximo
que podemos alcançar em vida;
outros gritam: família!
outros: dinheiro & poder!
E eu grito: Arte!