blog de Escritor: Edson Fernando

Livros do Edson: Blog









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Aproveitando as imensas facilidades do mundo on line e, também, aproveitando o imenso conteúdo que tenho de material escrito, resolvi transcrever uns livros on line.
É um projeto longo, acho que vai levar um tempo, mas as semente foram lançadas. E ora, os frutos, os frutos serão os mais variados possíveis, como agregar novos leitores e aumentar a minha visibilidade,além de proporcionar um pouco de diversão e cultura gratuitamente a todos vocês.Espero que gostem!

Boa Leitura, Leitores Amigos.

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Casa de Macumba

  

 

 

CASA DE MACUMBA: Ensaio do Conto do Noctâmbulo

 

TRILOGIA DO CONTO DO NOCTÂMBULO

 

O autor, Edson F., escreve CASA DE MACUMBA / Conto do Noctâmbulo desde final do século XX, desde 1998, aproximadamente.

Tratando-se de uma temática forte, e de público bem característico, a Casa de macumba e suas continuações é sobre o gueto, o desperdício de vida, sobre as drogas, as sociedades e seus preconceitos e suas atuações (seus combates mesmo contra as drogas) e como nada disto funciona e como o brasileiro vai ficando só cada vez mais viciado em droga, sexo, rap & funk e vagabundagem.

Mas eu o autor deste antro, não quero dar detalhes ao leitor sobre o que será encontrado nestas três páginas do blog que estão sendo escritas aqui, em LIVROS DO EDSON (blog).

Originalmente, o CONTO era assim organizado:

Casa de Macumba;

Conto do Noctâmbulo; e

Contos avulsos de continuação.

Agora, neste blog, deixamos assim a organização:

Conto do Noctâmbulo (e alguns contos avulsos entraram aqui também);

Agora será transcrita a CASA DE MACUMBA, e logo após será transcrito o novo conto:

Madrugados Virados.

 

Aguardem e continuem acompanhando este blog, lendo, dando share, ouvindo meus sets e etc. Obrigado.

 

 

ORAÇÃO DO PAPAI OGUM MEGÊ DAS SETE ESPADAS

Senhor Deus, nosso divino criador Olorum, reverencio-vos e saúdo o Divino Pai Oxalá e o Divino Pai Ogum-yê, e peço-vos vossas bênçãos e licença para evocar o Divino Senhor Ogum Megê das Sete Espadas da Lei e da Vida! Amém!

Divino Pai Ogum Megê das Sete Espadas da lei e da Vida! Eu saúdo e reverencio vosso poder divino! Recebei toda minha fé e meu amor, Senhor Guardião da Lei e da Vida dos domínios do Divino Pai Omolu-yê! Amém.

Amado pai Ogum Megê, Orixá Redentor! Clamo neste momento por vossa intervenção divina em minha vida. Auxiliai-me a reconhecer meus erros, falhas e pecados, que me desacreditam aos olhos da lei de Deus e impedem que eu siga meus caminhos com harmonia, equilíbrio e prosperidade.

Senhor da Lei e da Vida! Defendei-me dos inimigos ocultos, e declarados! Peço-vos que vossas Sete Espadas Sagradas sejam projetadas ao redor de mim, anulando, descarregando, cortando, absorvendo, neutralizando e purificando toda a atuação de energia negativa, espíritos trevosos, magia negra, vibrações mentais e elementais negativas que estejam me desequilibrando mental e espiritualmente, e assim comprometendo minha saúde física e emocional, bem como de todos meus familiares [, de sangue ou não].

Orixá dos caminhos! Que vossas Sete Espadas do Fogo Divino rompam, destruam e devastem todas a muralhas, todas as amarras que estejam me impedindo de trilhar os caminhos da minha sobrevivência e prosperidade, em todos os sentidos da vida. Redirecionai-me, Pai Guerreiro, a caminhos que me conduzam a uma vida equilibrada e honrosa diante do nosso Divino Criador.

Amado Pai Ogum Megê! Fortalecei-me, protegei-me e me iluminai, para que eu vença todos os desafios, demandas e batalhas da vida. Potencializai e reordenai todo o meu ser. Agradeço Divino Pai Ogum Megê das Sete Espadas da lei e da Vida, por vosso amparo divino e confio que, com vossa força e poder junto de mim, vencerei.

Salve nosso Divino Papai Ogum, Ogum-yê, meu pai! Salve senhor Ogum Megê das Sete Espadas da Lei e da Vida! Patacori-yê, Ogum Megê!!! (EGÍDIO e VIEIRA, 2018, p. 15-16). 

 

 

 

CASA DE MACUMBA

 

I

 

    Luis augusto nunca foi apenas uma pessoa que se dilui em meio à multidão, ele não é do senso comum. Desde a sua primeira desilusão amorosa, com a Carla, percebeu que as pessoas sofriam pelas coisas, mas ele não... nem uma lágrima derramada pelos leites entornados.

    Em 1994, no Jardim Ballista, lá estavam: Carla e ele, Luis. Em meados de maio, um frio meio que improvisado soprou, logo Carla reagiu:

    _ Ai, que frio (já se agarrando a Luis).

Ele, meio que sério, balançou a cabeça. Sabe? Dizendo que concordava...

Que foi Luis? Tá meio quieto, estranho... fala o que te incomoda (logo após dizer isto ela tenta beijá-lo).

_ não foi nada, não... quer dizer, não é nada.

Ela dá uma risadinha e vai se encostando cada vez mais perto dele e diz a ele com uma voz sensual:

_ Eu sei o que é! Você tá com falta de carinho (e tão logo, começa a agarra-lo e lascar uns beijos nele).

Mas Luis já estava cheio de comentários que toda a população fazia sobre as graças de Carla com outros rapazes, já não aguentando mais ele disse:

_ Carla, dá um tempo!

_ Credo Luis, que está acontecendo? É comigo?

_ Carla, nós dois “sabe” a verdade: ‘cê não é fiel comigo. Fala logo a verdade.

_ Como não Luis, eu...

_ Não (disse ele quase gritando!, no meio da rua!!!). Não, Carla. Todos me dizem que você ficou[1] com todos e não parou por aí.

_ Luis eu te amo, e eu só quero ficar com você. Eu quero você.

_ É, eu sei, você me quer, assim como quer o Jonas, o Rodrigo, o Mateus e até o Marcos, meu melhor amigo. Até o Lulipinha que é meio viado[2] os cara já falou que você quis dar em cima dele...

_ Luis. Para. Luis. Calma. Eu sei que disseram muitas coisas a você sobre mim. Mas nada destas estórias são verdades. (Carla engole a seco, sua garganta começou a secar e ela começou a ficar realmente gelada) A única verdade, meu amor, é que eu te amo.

_ Carla, o Marcos me disse, você chegou ao ponto de seduzir ele... até que.... até que ele não resistiu.

_ Mentira... mentira... (ela já abalada, chora e se desespera, ela sentiu que o clima ali não estava nada bom pra ela). È mentira...

_ ah sim, Carla. É mentira, mentira e mentira. Deixa eu te ajudar a lembrar (e ele segue dizendo):

“Sábado à noite, uma noite chuvosa. Eu fui até a sua casa, te chamar para sair, mas você disse que não, pois estava com dor de cabeça, fui embora pra minha casa. E você já sabia que o Marcos ia ficar sozinho em casa, lembra que eu lhe disse alguns dias antes que os pais deles iam viajar? ...

Marcos, depois ele me conta a seguinte história: lá pelas dez da noite, você, Carla, bate na porta dele, com cara de choro, toda molhada e dizendo que nós tínhamos brigado. Imediatamente ele te chama para entrar, você aceita e começa a dizer uma estória muito melosa sobre nós. Em um certo ponto você diz... a ele (e Luis com ódio no olhar fala vagarosamente) ... Ai que frio. E logo abraça ele. O Marco vai pegar uma roupa da mãe dele, e quando ele chega, você diz que não quer mais nada comigo e vai tirando a sua roupa calmamente. Ele vira o rosto, você abraça-o por trás, ele resiste, mas você faz carinhos provocantes. Até que por fim, você começa a acariciar em um lugar em que nenhum homem consegue resistir. (Luis acende um cigarro).  ... vocês se beijam, se beijam e se beijam. Beijam memo.

Por fim, estava lá o sofá. O pavê que ele comia antes, em cima da mesa. Eu posso até ver a cena. ... Muitos carinhos, beijos, abraços, muitos amaço, não é mesmo? E a conclusão: muito sexo, Carla. Eu até posso ouvir os seus gemidos de prazer, e como se eles fossem estacas, afiadas, a seco, enfiando em meu peito enfiando-se cada vez mais fundo, até nem sangrar mais, estacando o sangue por dentro, pressionando a veia contra minhas vísceras. As estacas se enfiando em meu peito cada vez mais fundo, rumo certo ao meu coração, um lugar que você pouco se importa em me ferir.

Luis respirou fundo. Ele sabia que tinha mostrado um lado dele para a Carla, que ela não conhecia, até então. Entretanto, ela não teria muita oportunidade para falar deste lado de Luis, para ninguém, não no que dependesse do próprio Luis. E por fim, ele encerra dizendo:

_ mas eu nem sei porque eu disse tudo isto a você... você sabe melhor do que eu como é que foi lá, não é Carla? Vai Carla, me conte os detalhes do que você fez por lá?

_ Isso não se faz Luis, você está me acusando, me humilhando e me maltratando seu eu dever.

_ É, Carla. É. então me prove o contrário.

_ seu eu pudesse, mas nem adianta... você acredita mais nos seus amigos do que em mim. Eu juro que eu quero morrer se tudo isto for verdade.

_ eu imaginei que você pudesse me dizer isto Carla. Ah, então tá... não seja por isto então, Carla.

A chuva começa a cair, e logo nos primeiros pingos ela apaga o cigarro de Luis. Ele vai com uma mão em direção a boca de Carla: ela fica muda. Já com a outra mão ele aperta tanto o pescoço, que dá pra ter certeza que ele conseguiu sentir, contando, a pulsação de quantas veias ela tinha no pescoço. Pingo por pingo da chuva, vão-se esgotando-se o ar dela. Ela até tentava bater nele, mas ele pouco se importava, só a felicidade de matá-la já era tudo. Ela tentava se soltar dele com mais ímpeto, enquanto ela percebia que o negocia ali iria ser bem sério. Mas havia poucas chances de reação para ela, porque Luis havia prendido as pernas dela, quando ele sentou, deitando-se pro cima dela. Pouco a pouco, a força dela foi se acabando, assim como o movimento do sangue dela na sua garganta.

E assim, acabou o ficar de Luis com Carla. Para os leitores mais sensíveis pode parecer impossível matar alguém assim, mas já avisávamos que Luis não era uma simples pessoa. Ela morre. Ele fez questão de achar um tijolo e tacar sobre ela várias vezes: ele queria ver o sangue dela sair, achava que assim, eles se purificariam. De tanta mentira e crueldade. Ele sabia da crueldade que fazia, mas simplesmente fazia e não parava.

Depois, parou. Quietou. E ficou parado ali, numa rua morta do Jardim Ballista. Por um tempo ele ficou ali, contemplando a cena. Ficou parado. Fixo. Quando se moveu, tirou do bolso uma fotografia impressa em impressora a jato de tinta. Ele nem olha a foto, apenas a joga sobre o corpo de Carla. E por fim, deu-lhe o melhor beijo de toda a sua vida...

Na foto, que se borrava toda por causa da chuva, não havia muita coisa: só um sofá, a Carla molhada e o Marco... Luis tinha a foto daquele dia, que foi retirada pela janela da varanda da casa do Marco.

 

 

 

II

 

(Continua) ...

 

 

 

 

 



[1]  Nota do Autor: como o texto foi escrito na virada do século XX para o XXI, era comum na época, na comunidade heterossexual o termo ficar. Isto quer dizer o seguinte: era uma espécie de paquera, com teste drive para namoro. Era assim, alguém gostava de alguém e pedia para ficar, que geralmente era uns beijos ou um amasso mais quente, mas nada mais do que isto, geralmente e se o pessoal gostavas de ficar, daí ia namorar. Nos anos 2000 tinha o ficar na noite toda, que daí sim já envolvia sexo. Como se sabe, em 2020 os jovens preferem mais fazer sexo do que ficar, pura e simplesmente.

[2] Nota do Autor: Veado, com “e” é um bicho selvagem, um antílope, se não em engano. Já no linguajar chulo, mas compreensivo da língua brasileira, viado com “i” é homossexual, ou um cara que gosta de fazer sexo com outro cara, geralmente em uma posição passiva, isto é, que faz o papel da “mulher” em um sexo gay.

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